Mesmo com tr�s minist�rios, o DEM j� se prepara para seguir caminho alternativo ao do presidente Jair Bolsonaro nas elei��es de 2022. O presidente da C�mara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), refor�ou sua equipe de comunica��o digital, passou a gravar podcasts toda segunda-feira e decidiu dar mais aten��o �s redes sociais. Fiador da reforma da Previd�ncia e com tr�nsito no mercado, Maia adotou um estilo de contraponto a Bolsonaro na centro-direita e se movimenta para vestir tanto o figurino de candidato como o de vice, na pr�xima disputa ao Pal�cio do Planalto, a depender das circunst�ncias.
Em entrevista concedida ontem ao programa P�nico, da Jovem Pan, o deputado lan�ou iscas na dire��o do governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), mas tamb�m acenou para o apresentador de TV Luciano Huck. "O governador de S�o Paulo � sempre um pr�-candidato muito forte. � sempre um ator fundamental no processo e tem uma boa rela��o conosco. N�o s� o Jo�o (Doria), mas o PSDB como um todo. Como tamb�m seria natural estarmos com Luciano Huck, se ele for candidato", disse Maia.
Huck quase concorreu a presidente, no ano passado, mas desistiu. � �poca, a ideia do PPS (hoje Cidadania) era mostrar o apresentador como um candidato com "projeto reformista e preocupa��o social". Agora, Huck voltou a ser assediado para a disputa de 2022 e, diante desse cen�rio, Maia j� se posiciona no jogo.
Nos bastidores do Congresso � voz corrente que, se Bolsonaro n�o cair, tentar� o segundo mandato. Escaldados com a �ltima campanha, na qual as redes sociais derrubaram o mito de que o candidato com maior tempo de TV na propaganda eleitoral tem mais chance de vit�ria, pol�ticos come�aram a montar com anteced�ncia estrat�gias de comunica��o digital.
Territ�rio
Maia tem feito de tudo para demarcar territ�rio e diferen�as com Bolsonaro ao assinalar que sua agenda n�o � apenas econ�mica, mas tamb�m social. Sem esconder a contrariedade com o fato de o presidente se referir a integrantes do Centr�o e a boa parte do Congresso como "velha pol�tica", Maia foi ir�nico, ontem, ao comentar a express�o pejorativa. "Ele foi muito competente porque, com sete mandatos de deputado, representa a nova pol�tica. Ele conseguiu ficar esse tempo todo no Parlamento e representa a nova pol�tica. Parab�ns pra ele", provocou.
Antes, o presidente da C�mara j� havia recusado convite de Bolsonaro para assistir � final da Copa Am�rica entre Brasil e Peru, amanh�, no Maracan�, no Rio. A interlocutores pr�ximos, Maia sempre diz que desistiu de entender "a cabe�a" do presidente, que, no seu diagn�stico, estimula a divis�o do Pa�s pelo Twitter.
Nos seis meses de governo, o deputado se aproximou do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Bastaram cr�ticas de Guedes ao relat�rio de Samuel Moreira (PSDB-SP) na reforma da Previd�ncia, por�m, para o caldo entornar. A partir da�, o relacionamento entre os dois ficou estremecido. Na outra ponta, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni - que � do DEM, mas n�o tinha boa rela��o com Maia -, acabou se aliando a ele ap�s ter as atribui��es no governo esvaziadas por Bolsonaro.
Embora a elei��o de 2022 pare�a distante, a c�pula do DEM tem mantido conversas com Doria. O vice-governador de S�o Paulo, Rodrigo Garcia, � filiado ao partido de Maia e assumir� o Pal�cio dos Bandeirantes se Doria deixar o cargo, como previsto, para concorrer ao Planalto.
Seja como candidato ou vice, Maia levar� na bagagem projetos pelos quais se empenha na C�mara e que podem embalar sua plataforma eleitoral, como medidas contra o desemprego. Mas ele n�o est� sozinho no DEM na inten��o de al�ar voos mais altos. O governador de Goi�s, Ronaldo Caiado, tamb�m tenta atrair apoio. "Se as condi��es forem prop�cias, vou dizer n�o?", perguntou Caiado. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.