
Al�m de receber a den�ncia, a 13.ª Vara da Se��o Judici�ria de Curitiba tamb�m determinou o arresto e o sequestro de R$ 7.873.080,00 de bens e ativos financeiros em nome de Edison Lob�o, M�rcio Lob�o e Marta Lob�o. A acusa��o tamb�m atinge Ailton Reis, Antonio Carlos Blando e Augusto Roque.
Segundo a Procuradoria da Rep�blica, as empresas do Cons�rcio Construtor Belo Monte, entre elas a Odebrecht, "se comprometeram a efetuar pagamentos de propina na raz�o de 1% do valor do contrato de constru��o da Usina de Belo Monte para pol�ticos do PT e MDB". A den�ncia aponta que os valores da propina foram divididos de modo que 45% ficassem com integrantes do PT, 45% com integrantes do MDB e 10% com Ant�nio Delfim Netto.
Os procuradores afirmam que R$ 2,8 milh�es de propina da Odebrecht foram direcionado a Edison Lob�o e M�rcio Lob�o. � �poca dos supostos pagamentos, Edison Lob�o era ministro de Minas Energia, e, por isso, solicitou a propina de Belo Monte.
De acordo com a acusa��o, a propina para Edison Lob�o e M�rcio Lob�o foi repassada pelo Setor de Opera��es Estruturadas da Odebrecht, em cinco entregas, no local onde Marta Lob�o, esposa de M�rcio Lob�o, mantinha um escrit�rio de advocacia com a fam�lia de seu sogro. Nos sistemas de contabilidade paralela da Odebrecht, relata o Minist�rio P�blico Federal, Edison Lob�o era identificado como "Esqu�lido" e para viabilizar os pagamentos foram efetuadas opera��es d�lar-cabo para gerar valores em esp�cie no Brasil e criadas senhas para a entrega do dinheiro.
"As provas do recebimento da propina foram colhidas dos sistemas de contabilidade paralela da Odebrecht, em planilhas obtidas com �lvaro Novis, doleiro respons�vel por gerenciar as entregas do Setor de Opera��es Estruturadas da Odebrecht, e com recibos de entregas apreendidos na empresa Trans-Expert, transportadora de valores il�citos que prestava servi�os para a empreiteira", informou a Procuradoria em nota.
Para o procurador da Rep�blica Athayde Ribeiro Costa, "os crimes de corrup��o envolvendo a constru��o da Usina de Belo Monte, com o escoamento de milh�es em propinas para pol�ticos, revelam um triste contraste e um descaso com as comunidades atingidas pela obra, que diuturnamente sofrem com aus�ncia dos investimentos necess�rios para cumprimento dos compromissos assumidos quando do licenciamento da usina; trata-se de uma invers�o de valores demonstrativa dos efeitos nefastos que a corrup��o causa no nosso pa�s".
A procuradora da Rep�blica Jerusa Burmann Viecilli destaca que "os crimes cometidos no �mbito da constru��o da usina hidrel�trica de Belo Monte ultrapassam os danos causados ao er�rio, na medida em que atingiram diretamente o meio ambiente, direito fundamental cujo equil�brio � indispens�vel para o futuro das gera��es".
Continuidade das investiga��es
As apura��es envolvendo crimes no contexto da constru��o da Usina Hidrel�trica de Belo Monte ainda prosseguem no que se refere a outras parcelas de propinas pagas pela pr�pria Odebrecht e pelas demais empresas integrantes do Cons�rcio Construtor de Belo Monte para integrantes do PT, MDB e para Ant�nio Delfim Netto.
Defesas
Em nota, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende Edison Lob�o afirmou: "A defesa do ex-senador Edison Lob�o vem a p�blico dizer que a den�ncia que foi recebida em rela��o � investiga��o que se deu sobre as obras da Usina Belo Monte � mais uma, dentre tantas, que se lastreia unicamente nas palavras dos delatores. Nada mais. Ao longo dos �ltimos meses esta estrat�gia da for�a tarefa de usar a palavra dos delatores para escrever uma hist�ria da opera��o Lava Jato est� sendo desmoralizada pelos fatos que est�o vindo � tona diuturnamente. Inclusive, um dos subscritores dessa den�ncia hoje est� em cheque. A defesa do ex-senador Edison Lob�o confia no juiz titular da 13.ª Vara de Curitiba e tem certeza da sua imparcialidade. � o que basta para enfrentar uma acusa��o sem nada concreto, a n�o ser a palavra de delatores."
A reportagem est� tentando contato com todos os citados. O espa�o est� aberto para manifesta��o.
