
O presidente Jair Bolsonaro voltou a polemizar sobre fatos da ditadura militar (1965/1985), nesta ter�a-feira (30), ao deixar o Pal�cio da Alvorada, ap�s se reunir com o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
E voc� acredita em comiss�o da verdade. Qual foi a composi��o da comiss�o da verdade? Foram sete pessoas indicadas por quem? Pela Dilma?, questionou o presidente.
A declara��o do presidente acontece um dia depois de ele provocar o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, ao afirmar que poderia dizer a Santa Cruz como foi morto o pai dele, desaparecido durante o per�odo que os militares governaram o pa�s.
SEM DOCUMENTOS
O presidente Jair Bolsonaro afirmou tamb�m que n�o existem documentos que comprovem como ocorreu a morte do pai do presidente da OAB.
Felipe � filho de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, integrante do grupo A��o Popular (AP), organiza��o contr�ria ao regime militar.
Ele foi preso pelo governo em 1974 e nunca mais foi visto. Em 2012, no livro "Mem�rias de uma guerra suja", o ex-delegado do Dops Cl�udio Guerra revelou que o corpo de Fernando foi incinerado no forno de uma usina de a��car em Campos (RJ).
"N�s queremos desvendar crimes. A quest�o de 1964, n�o existem documentos se matou, n�o matou, isso a� � balela. (...) Voc� quer documento para isso, meu Deus do c�u. Documento � quando voc� casa, voc� se divorcia. Eles t�m documentos dizendo o contr�rio?", disse Bolsonaro.
Na segunda-feira (29), Bolsonaro afirmou que poderia "contar a verdade" sobre a morte do pai de Felipe e depois apresentou uma vers�o sobre o fato que n�o tem respaldo em informa��es oficiais. O presidente afirmou inicialmente que tinha ci�ncia de como Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira "desapareceu no per�odo militar".
Depois, disse que o militante foi morto por correligion�rios na d�cada de 1970. A declara��o contraria uma lei vigente e uma decis�o judicial que reconhecem a responsabilidade da Uni�o no sequestro e desaparecimento do ent�o estudante de direito em 1974.
Felipe Santa Cruz anunciou ainda nessa segunda-feira (29) que ir� ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir que Bolsonaro diga o que sabe sobre o desaparecimento do seu pai. Questionado se daria explica��es perante a Suprema Corte, o presidente tergiversou. "O que eu sei � que n�o tem nada escrito de que foi isso ou foi aquilo. O meu sentimento � esse", disse.
Tamb�m perguntado se a sua tese n�o contrariava informa��es levantadas pela Comiss�o Nacional da Verdade, Bolsonaro disse que o �rg�o tinha sete integrantes indicados pela ex-presidente Dilma Rousseff, ela pr�pria militante pol�tica e presa durante a ditadura militar.
Perguntado se poderia contestar oficialmente os documentos da comiss�o, Bolsonaro afirmou que n�o pretende "mexer no passado". "Pretendo respeitar a lei da anistia de 1979, � o meu sentimento tem que ser respeitado. At� que os militares foram al�m do que o pessoal queria. A abertura Foi ampla, geral e irrestrita por exig�ncia dos militares", disse.
O presidente citou ainda casos n�o correlatos, como o do assassinato do ex-prefeito de Santo Andr� Celso Daniel, e a morte do jornalista Vladimir Herzog durante a ditadura. Ele afirmou que outro jornalista chamado R�gis tamb�m morreu na �poca, mas que o caso n�o � questionado porque ele teria sido morto pela esquerda.
Para Bolsonaro, a OAB tamb�m n�o tem interesse em que se desvende quem seriam os mandantes do ataque feito por Ad�lio Bispo a ele durante a campanha eleitoral. "A OAB n�o quer que se chegue aos mandantes da tentativa de homic�dio minha. Tanto � que entraram com uma a��o e o telefone dos advogados est� lacrado. Porque se chegar l�, com certeza vai se chegar aos mandantes. N�o � muito estranho, quatro advogados? Um chega de helic�ptero em menos de 24h", disse.
A Pol�cia Federal encerrou as investiga��es do caso e concluiu que Ad�lio agiu sozinho e o considerou inimput�vel por ter problemas mentais. ( Com Estad�o Conte�do)
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