
A reuni�o na Assembleia Legislativa na manh� desta quarta-feira (28) "ressuscitou' a M�e Din�h, teve pux�o de orelha ao "Pai Zema" e participa��o especial de aluno da Escolinha do Professor Raimundo e do prefeito Odorico Paragua�u, personagem que representava os pol�ticos bons de ret�rica e vazios de ideias na TV.
Tudo isso em uma discuss�o sobre o or�amento do estado que vai decidir sobre projetos e obras para os mineiros no ano que vem.
Minutos antes da vota��o da Proposta de Emenda � Constitui��o que obriga o governador Romeu Zema (Novo) a pagar emendas individuais e de bancadas dos parlamentares ao or�amento, o vice-l�der do governo Guilherme da Cunha (Novo) fez um apelo aos parlamentares para votarem contra.
Para isso, citou a vidente M�e Din�, que ficou famosa nos anos 1990 por prever a queda do avi�o que acabou matando os Mamonas Assassinas, e disse que � perigoso prever o futuro.
"Ela errou bastante. Disse que o Collor seira excelente presidente ele sofreu impeachment, previu vit�ria do Ayrton Senna e ele teve um acidente fatal. S� para deixar claro o quanto � perigoso prever o futuro. A chance de acertar � muito menor", disse.
A compara��o, segundo ele, � porque ao aprovar um or�amento em um ano, os deputados n�o sabem qual ser� o cen�rio financeiro do exerc�cio seguinte e nem quais ser�o as necessidades do estado.
Vidente n�o se elegeu
Guilherme da Cunha disse ser a favor da indica��o das emendas, mas com flexibilidade para o Executivo, j� que considera que o or�amento impositivo � contraproducente e finalizou: "M�e Din�h concorreu em 1996 para vereadora e perdeu. Ela deveria ter previsto isso.".
A vidente morreu em maio de 2014, aparentemente sem tamb�m prever a pr�pria morte. A fala provocou rea��o dos colegas, que usaram o microfone para defender o or�amento impositivo.
'Pai Zema'
O deputado Alencar da Silveira (PDT), que disse ser contra a exist�ncia das emendas parlamentares mas votou favoravelmente ao texto para que se tornem impositivas, tamb�m ironizou Zema.
"N�o posso dizer que o deputado (Guilherme da Cunha) se esqueceu de falar do Pai Zema, que foi vidente no uso do avi�o e est� voando, falou em n�o chamar deputado para secret�rio e acaba de fazer isso e est� pagando jeton. Todas as previs�es que fizeram na campanha estavam erradas", afirmou, se referindo a diretrizes apresentadas como candidato que foram descumpridas pelo governador quando chegou ao poder.
O relator da mat�ria e l�der do bloco independente C�ssio Soares (PSD) disse que n�o se trata de nenhuma despesa nova e que a imposi��o finalmente acabou o toma l� d� c�, dando mais independ�ncia ao Legislativo.
O l�der da oposi��o, deputado Andr� Quint�o (PT) disse n�o ter nada contra M�e Din�, mas que queria apresentar discord�ncia.
"Cada um tem seu credo, mas comparar a Assembleia a uma vidante que n�o ganhou a elei��o? A Assembleia n�o vai se ajoelhar diante deste governo, � bom o Novo saber disso. E se aqui � a M�e Din�, a ades�o ao regime de recupera��o fiscal n�o vai passar deste jeito n�o", disse.
Seu Ptolomeu e Odorico
L�der de outro dos blocos independentes, o deputado S�vio Souza Cruz (MDB) afirmou que o papel da Casa � legislar e que isso n�o atende a quem nega a pol�tica.
"Sinto que �s vezes a gente tem um regramento ou uma orienta��o vinda do Pal�cio na linha do aluno Ptolomeu, da Escolinha do Professor Raimundo, aquele aluno que sabe tudo, iluminado, e n�o precisa de ningu�m", disse.
S�vio acrescentou que a PEC foi uma constru��o coletiva e que � uma boa iniciativa. "N�o vamos ficar aqui preocupados com M�e Din�h, Ptolomeu nem com nenhum Odorico Paragua�u, no af� de querer inaugurar o seu cemit�rio ou seu regime de recupera��o fiscal", afirmou, em cr�tica indireta ao governador Romeu Zema.