
Hostilidades entre parlamentares governistas e opositores marcaram a cerim�nia do pr�mio Congresso em Foco na noite desta quinta-feira, 19, em Bras�lia. A cordialidade entre deputados e senadores homenageados, comum em edi��es anteriores da premia��o, deu lugar a discursos contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro, interrompidos por gritos de apoio e vaias em rep�dio ao governo, a depender do orador.
No voto popular, aliados do presidente desbancaram a oposi��o. A vencedora na C�mara foi Carla Zambelli (PSL-SP). No Senado, Major Ol�mpio (PSL-SP) ficou como primeiro colocado. A escolha de um j�ri selecionado pela organiza��o do evento foi diferente: Tabata Amaral (PDT-SP) entre os deputados e Simone Tebet (MDB-MS) entre os senadores.
Convidados, os dez primeiros da lista de melhores senadores e deputados no voto popular estavam presentes - a �nica aus�ncia foi a l�der do governo, Joice Hasselmann (PSL-SP), quarta colocada, que n�o assistiu ao triunfo da desafeta Zambelli.
Entre os "top 10", havia mesas com parlamentares de PT, PSOL, PDT, PSB, Rede, PSDB, DEM, PRB, Podemos e Cidadania. As primeiras vaias e gritos de "mito"e "Bolsonaro" foram para Luiza Erundina (PSOL-SP), habitu� do pr�mio, que falou contra o autoritarismo e a direita e disse que tem compromisso de "lutar pela democracia".
Bel�ssimo discurso da nossa deputada federal @luizaerundina no #PremioCongressoEmFoco2019. A luta por uma imprensa livre, contra a censura, em defesa da liberdade de express�o, art�stica e cultural � urgente no Brasil em tempos de governo Bolsonaro! Parab�ns Erundina pelo pr�mio! pic.twitter.com/6ZENgfEVxE
%u2014 Fernanda Melchionna (@fernandapsol) 20 de setembro de 2019
Parlamentares e assessores da base bradaram contra ela, enquanto aliados gritavam o nome da ex-prefeita de S�o Paulo. O correligion�rio Marcelo Freixo (PSOL-RJ) tamb�m foi alvo ao falar em resist�ncia democr�tica e agradecer sua fam�lia. "Divido este pr�mio com minha fam�lia, que sabe o que � viver de uma forma bacurau no Brasil. A raz�o disso � que eu fiz uma escolha na minha vida, que foi de enfrentar as mil�cias, e isso me levou a uma vida bacurau. Outros escolheram se alinhar � mil�cia e se elegeram senadores da Rep�blica", declarou, referindo-se ao filme de Kleber Mendon�a Filho e Juliano Dornelles, provocando vaias de bolsonaristas.
A oposi��o retrucou no discurso de Carla Zambelli, que dedicou o trof�u e sua elei��o aos militantes do movimento Nas Ruas e ao presidente Jair Bolsonaro. "Foi com o apoio dele e seguindo o reflexo dele que hoje estou segurando esse pr�mio", disse a parlamentar, provocando rea��es negativas da mesa do PSOL. Foi a senha para que o l�der do PSL no Senado, Major Ol�mpio, explorasse a pot�ncia de sua voz rouca para bradar, como de praxe, em defesa de Bolsonaro, sob vaias.
"N�o tem a menor import�ncia esse tipo de manifesta��o. O capit�o Jair Messias Bolsonaro n�o foi (eleito) pelas armas, foi pelo voto popular, pela democracia. No lema de Jair Bolsonaro, v�o ter que engolir, Brasil acima de tudo e Deus acima de todos", esbravejou Ol�mpio, prestando contin�ncia � plateia.
Na mesa do PSOL, os deputados Tal�ria Petrone (RJ), David Miranda (RJ), Fernanda Melchionna (RS) e S�mia Bomfim (SP) responderam em coro: "Ditadura nunca mais" numa tentativa de abafar alguns aplausos dos governistas.
O presidente da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ), Felipe Francischini (PSL-PR), tentou apaziguar ao agradecer a todos os deputados do colegiado "de esquerda, de direita e de centro".
Com parlamentares de primeiro mandato e veteranos entre os premiados, a cerim�nia voltou a ser mais concorrida, lotada de deputados, familiares e assessores. O clima s� se apaziguou no fim, ap�s um buffet de massas e doces, a oposi��o caiu na pista de dan�a, ao som de hits do sertanejo, como "Jenifer" e "Amor Falso", al�m de funks de sucesso de MC Kevinho.
Entre os deputados mais empolgados e desenvoltos nos passos estavam Felipe Rigoni (PSB-ES), Rodrigo Agostinho (PSB-SP), Tal�ria Petrone (PSOL-RJ) e Jo�nia Wapichana (Rede-RR). Tabata Amaral tamb�m arriscou alguns passinhos de funk e sertanejo entre assessoras.
Os embalos foram regados a cerveja, vinho tinto e espumante, e whisky. Um dos poucos do PSL que resistiu at� o fim da festa, Felipe Francischini (PR) preferiu observar � dist�ncia.
