
A �rea administrativa do Supremo Tribunal Federal (STF) enviou um memorando aos gabinetes de ministros para question�-los se seria necess�rio um refor�o na seguran�a dos magistrados. Segundo a reportagem apurou, a mensagem foi enviada depois de o ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot dizer que planejou assassinar a tiros o ministro Gilmar Mendes dentro do pr�prio tribunal. Mesmo assim, magistrados ouvidos pela reportagem resistem a refor�ar a prote��o pessoal.
O envio da mensagem foi confirmado pelo ministro Marco Aur�lio Mello, que disse a jornalistas que n�o aumentar� a seguran�a. "N�o, n�o, eu estou satisfeito com o meu anjo da guarda", afirmou o ministro, no intervalo da sess�o desta quinta-feira, 3.
"Eu recebi s� um memorando, quer dizer, o meu gabinete recebeu. O memorando foi uma circular e foi no campo administrativo, n�o foi o presidente (Dias Toffoli), n�o", explicou o ministro.
Para Marco Aur�lio Mello, n�o d� para levar a s�rio a fala de Janot de ir armado dentro do Supremo para matar Gilmar Mendes. "N�o posso imaginar que ele tenha vindo armado, muito menos cogitando assassinar um integrante do tribunal e depois se matar."
Um segundo ministro ouvido reservadamente pelo Estad�o/Broadcast tamb�m n�o v� necessidade em refor�ar a seguran�a ap�s a repercuss�o da fala de Janot. Um terceiro integrante adota a mesma posi��o.
Seguran�a
As declara��es de Janot reacenderam o debate dentro da Corte sobre a seguran�a do STF e de seus ministros. Antes do epis�dio do ex-procurador-geral da Rep�blica vir � tona, o tribunal lan�ou um edital de R$ 664,8 mil para a compra de equipamentos de raio X e detector de metais port�teis.
O Supremo tamb�m trocou a chefia da seguran�a do tribunal - respons�vel por proteger tanto os ministros quanto a sede do STF e dos dois edif�cios anexos. A gest�o do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, escolheu o delegado Paulo Gustavo Maiurino, ex-secret�rio dos governos Geraldo Alckmin e Wilson Witzel. Ele vai substituir Regina Alencar, que j� havia pedido meses atr�s para sair da fun��o.
O Supremo pro�be a entrada de pessoas portando qualquer tipo de arma, mas autoridades que ingressam nas instala��es do tribunal - como parlamentares, governadores e procuradores-gerais da Rep�blica - n�o passam por detectores de metais, j� que utilizam um acesso restrito, diferente daquele usado pelo p�blico comum.
Uma instru��o normativa do tribunal, de 2013, estabelece que � proibida a entrada de "pessoas portando qualquer tipo de arma", exceto inspetores, agentes de seguran�a do pr�prio tribunal, policiais civis, militares, federais e rodovi�rios federais, os servidores da �rea de seguran�a do Poder Judici�rio, das pol�cias da C�mara dos Deputados, do Senado Federal e da C�mara Legislativa e os militares das for�as armadas em atividade de servi�o.
Procurado pela reportagem, o STF informou que n�o poderia comentar a compra dos aparelhos de raio-X porque a licita��o "faz parte da estrat�gia de seguran�a". No ano passado, para aumentar a seguran�a dos magistrados, o STF acertou a compra de 14 carros blindados por R$ 2,8 milh�es.
Manifesta��o
Na quarta-feira retrasada, um grupo de manifestantes a favor da abertura da CPI da Lava Toga e pela "moraliza��o do STF" tentou derrubar as grades que cercam a �rea externa do tribunal para invadir o edif�cio-sede do Supremo, o que levou policiais a disparar g�s lacrimog�neo para dispersar a multid�o.
Um policial militar foi atingido por uma pedra atirada por um manifestante, e o cheiro do g�s lacrimog�neo chegou ao edif�cio-sede do STF, o que levou seguran�as a fecharem �s pressas as janelas do tribunal para tentar evitar a sua circula��o dentro das instala��es da Corte.