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Estado de Minas POL�TICA

'Lava Jato tem melhores publicit�rios do que juristas', diz Gilmar Mendes


postado em 08/10/2019 08:20 / atualizado em 08/10/2019 09:05

(foto: Wikimedia Commons)
(foto: Wikimedia Commons)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes voltou a criticar a Opera��o Lava Jato e defendeu um combate � corrup��o "sem personalismo" no Pa�s.

Em entrevista na noite dessa segunda-feira (7) a jornalistas no programa Roda Viva, da TV Cultura, Mendes disse que os membros da opera��o usaram a opini�o p�blica para criticar decis�es do Supremo que foram de encontro aos interesses de procuradores e apontou "abusos" da for�a-tarefa.

"A Lava Jato tem melhores publicit�rios do que juristas, eles usam isso", alfinetou. "Eu tor�o n�o s� para a Lava Jato, para todas as opera��es, para que de fato n�s continuemos combatendo a corrup��o, agora sem esse personalismo, sem a necessidade, talvez, de for�as-tarefa."

Como exemplo de abuso de autoridade, Gilmar Mendes citou mais de uma vez o caso do auditor fiscal Marco Aur�lio Canal, da Receita Federal, preso no dia 2 de outubro, acusado de cobrar propinas de r�us e delatores da Lava Jato em troca de suspens�o de multas do Fisco. Em mais de uma oportunidade, o ministro o citou como o respons�vel por elaborar o dossi� com dados fiscais seus e de sua mulher, Guiomar Feitosa.

O ministro tamb�m criticou o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da for�a-tarefa da Lava Jato, que tem sido acusado de atua��o ilegal na condu��o da opera��o por suposto uso de provas ilegais e vazamentos � imprensa, al�m de conversas sobre a estrat�gia da opera��o com o ent�o juiz Sergio Moro.

"� preciso que de fato essas pessoas (procuradores) cumpram a lei, sejam servos da lei, que n�o exorbitem", disse o ministro. "O Minist�rio P�blico assumiu fei��es soberanas, e isso � um problema."

Rodrigo Janot

Gilmar Mendes falou brevemente, no in�cio do programa, sobre a revela��o feita pelo ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot de que teria planejado mat�-lo a tiros dentro do pr�prio STF. O ministro diz que, ao saber do plano, sentiu "uma pena enorme das institui��es brasileiras".

"Quando a gente imagina que a Procuradoria estaria, agora, entregue em m�os de algu�m que pensava em faroeste ou coisa do tipo, isso realmente choca e d� pena de ver como n�s degradamos nossas institui��es, como se fizeram escolhas t�o desastradas", disse o ministro.

Lula

Questionado sobre a decis�o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato, de recusar o regime semiaberto, o ministro disse que o petista "n�o tem esse direito, a rigor". Ele considerou que o ex-presidente s� poderia questionar o regime nos tribunais caso houvesse "imposi��o ou uma condi��o ileg�tima". No entanto, Mendes disse que estranhou a posi��o de procuradores da Lava Jato no caso.

"O que me chamou aten��o nesse epis�dio foi alguns procuradores oferecerem o regime semiaberto ao Lula", disse. "Nunca foram garantistas, mas agora se convenceram. E se convenceram porque era conveniente."

O ministro do STF foi questionado sobre sua decis�o de impedir a posse de Lula como ministro da Casa Civil em 2016, quando foi indicada pela ent�o presidente Dilma Rousseff. Apesar de questionar a atua��o de Moro no epis�dio, o ministro n�o chegou a admitir que hoje sua decis�o seria diferente.

"Teria de meditar bastante sobre esse assunto. De fato, foi uma situa��o muito espec�fica", ponderou. "Tenho muito mais d�vidas do que certezas, e lamento muito essa manipula��o, essa ideia de 'vazo isso e n�o vazo aquilo'."


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