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Pauta conservadora guiou estrat�gia pol�tica de Bolsonaro no primeiro ano

Presidente Jair Bolsonaro reafirma, nestes primeiros 12 meses de governo, o compromisso assumido nas elei��es de defender ''fam�lia e bons costumes'. Mulheres, negros, LGBTs, ind�genas e nordestinos recebem aten��o limitada na gest�o do chefe do Executivo


postado em 27/12/2019 04:00 / atualizado em 27/12/2019 07:41

Em agosto, Bolsonaro participou da Marcha para Jesus pela Família e pelo Brasil, em Brasília: novo partido trata o aborto como ''uma traição social'' (foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil - 10/8/19)
Em agosto, Bolsonaro participou da Marcha para Jesus pela Fam�lia e pelo Brasil, em Bras�lia: novo partido trata o aborto como ''uma trai��o social'' (foto: Marcello Casal Jr/Ag�ncia Brasil - 10/8/19)

Bras�lia – A promessa de liberalismo na economia e conservadorismo nos costumes ajudou a eleger o presidente Jair Bolsonaro num pa�s dividido entre os baixos �ndices financeiros e as possibilidades de exclus�o de minorias. � frente do Planalto h� quase um ano, o presidente reafirmou seu compromisso com a agenda da "fam�lia e dos bons costumes" no lan�amento do partido bolsonarista Alian�a Pelo Brasil, sinalizando a inten��o de seguir adiante com o discurso de campanha. Direcionada aos 57 milh�es de brasileiros que o colocaram na Presid�ncia da Rep�blica, a sigla n�o � unanimidade entre os brasileiros – nem contempla todos.

Lido na conven��o nacional do Alian�a pelo Brasil, o programa do partido que Bolsonaro tenta criar, define a legenda como "soberanista", que recha�a as "falsas promessas do globalismo", e trata o aborto como "uma trai��o social". A justificativa � que todos que defendem a interrup��o da gest�o j� nasceram. O evento ocorreu em um hotel de luxo em Bras�lia, nas proximidades do Pal�cio da Alvorada, h� dois meses. A legenda tem n�cleos tem�ticos que n�o incluem negros ou LGBTs.

De extrema-direita, o presidente questiona os direitos das minorias e defende as ditaduras. Ao citar uma declara��o do ator norte-americano Morgan Freeman, que defendeu o sil�ncio sobre o racismo como forma de combat�-lo, Bolsonaro disse em entrevista que “n�o tinha essa coisa de bullying” quando ele era jovem. “O gordinho dava pancada em todo mundo, hoje em dia ele chora. Acontece as brincadeiras entre as crian�as. N�o tem que ter uma pol�tica para isso. Tudo � coitadismo. Coitado do negro, da mulher, do gay, do nordestino, do piauiense”.

Estrat�gia 

Para o professor de Ci�ncias Sociais Gilvan Gomes da Silva, do Centro Universit�rio Iesb, “h� um entendimento de que ataques �s minorias s�o uma estrat�gia”. Enquanto lan�a quest�es conservadoras, explica, pautas liberais que n�o teriam receptividade na sociedade “est�o passando”. Ent�o, pondera Gilvan, “as minorias est�o tratando de sobreviver”.

Um exemplo citado pelo especialista foi a posse de S�rgio Camargo como presidente da Funda��o Palmares –  primeira institui��o p�blica voltada � promo��o da influ�ncia negra na forma��o da sociedade brasileira. “Ele n�o est� ligado ao movimento”, pondera Gilvan Gomes. Camargo defende que o negro "n�o precisa ser v�tima nem precisa ser de esquerda", e diz trabalhar pela liberta��o que “escraviza ideologicamente os negros”, tratados por ele como “dependentes de cotas e do assistencialismo social”.

O professor qualifica casos semelhantes como “a��es articuladas de um presidente que deveria governar para toda a popula��o”, salientando que existe, entre os brasileiros, aqueles que pagam impostos e t�m representa��o pol�tica mas n�o “usufruem os mesmos direitos da sociedade privilegiada pelo Executivo”. Nas palavras dele, � o que “refor�a o genoc�dio e os crimes contra a comunidade gay”.


Reflexos na economia

Preconceitos do presidente contra mulheres, negros, LGBTs, ind�genas, nordestinos e pobres interferem na economia e no desenvolvimento do Brasil. Um exemplo foi a redu��o de concess�o de cr�dito no Nordeste ap�s ataque de Bolsonaro aos nordestinos. O chefe do Executivo disse que, “daqueles governadores de ‘para�ba’, o pior � o do Maranh�o” – refer�ncia ao governador Fl�vio Dino (PCdoB-MA).

Levantamento analisado pela reportagem revela que, at� julho, os estados da regi�o receberam apenas 2,2% do total de novos empr�stimos autorizados por bancos p�blicos – um percentual muito menor do que os 21,6% em 2018 e do que os 18,6% em 2017. “A percep��o � justamente essa. Um presidente t�m influ�ncia entre os eleitores e no mercado. Coisas assim legitimam e repercutem na sociedade, trazendo desvantagens �s pessoas, ainda que por omiss�o”, declara o cientista pol�tico Carlos Alberto Moura, analista da HC7 Pesquisas.

Bolsonaro alegou que o baixo volume de financiamentos se deve � alta inadimpl�ncia dos munic�pios nordestinos. Mas as informa��es do Tesouro Nacional mostram que n�o h� diferen�as regionais nos d�bitos e nem impedimento legal para que os repasses ocorram.

O especialista acredita que parte do discurso de Bolsonaro sobre os nordestinos respinga em seu maior inimigo pol�tico, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) — que nasceu na regi�o Nordeste. A rejei��o ao petista bateu recordes ap�s ele ser condenado em segunda inst�ncia por supostos desvios no Tr�plex do Guaruj� (SP) e preso na Superintend�ncia de Curitiba. O processo, no �mbito da Lava-Jato, teve mudan�as estruturais com a reedi��o do cumprimento de pena ap�s condena��o em segunda inst�ncia, revisto pela Justi�a e em an�lise pelo Congresso.

“Foi nessa �poca de ‘baixa’ do Lula que o presidente intensificou essas quest�es, onde abordava os ‘para�bas’ em conversas privadas e �udios que vazaram para a imprensa”, acrescente Carlos Alberto. O analista refor�a a intransig�ncia de tratar quest�es pol�ticas com agress�es. “� necess�rio refinar o discurso do presidente, especialmente para diminuir quest�es tratadas como ‘foro �ntimo’. N�o existe isso enquanto ele est� no exerc�cio do cargo”.

'IRREDUT�VEL'


O presidente � t�o irredut�vel na defesa das minorias que se recusou a comentar publicamente o suposto caso de homofobia da assessora parlamentar Karol Eller – homossexual assumida que disse ter sido agredida por um homem por estar de m�os dadas com a namorada, no Rio de Janeiro.  Enquanto integrantes do partido sa�ram em defesa de Karol, prima da cantora brasiliense C�ssia Eller, o presidente se manteve em sil�ncio sobre o assunto – mesmo ap�s uma reviravolta que mudou o cen�rio da acusa��o.

Imagens de c�meras de seguran�a foram analisadas pela Pol�cia Civil fluminense revelaram que a Youtuber come�ou a briga no quiosque na Barra da Tijuca. Investigadores disseram que n�o houve agress�o motivada por homofobia e que Karol brigou porque estava com ci�mes da namorada. As duas responder�o por denuncia��o caluniosa, por terem mentido em depoimento, segundo a delegada Adriana Bel�m. "O que n�o podemos admitir � que voc� utilize a delegacia, m�quina administrativa do Estado, chegue aqui e minta, utilizando de uma causa t�o nobre, a vit�ria dos homossexuais". A defesa afirmou que n�o houve agress�o m�tua.

Procurado, o Minist�rio do Desenvolvimento Regional informou, por nota, que “atua em diversas frentes para promover a redu��o das desigualdades sociais no Pa�s e fomentar o desenvolvimento das regi�es”. Segundo o �rg�o, neste ano, “48,3% dos recursos da Pasta foram para a regi�o Nordeste, o que representa R$ 12,5 bilh�es do total de R$ 25,9 bilh�es”. “O montante inclui todos os investimentos, financiamentos e custeio do Minist�rio e de seus �rg�os vinculados. As pol�ticas p�blicas s�o nas �reas de habita��o, seguran�a h�drica, desenvolvimento regional e urbano, defesa civil, mobilidade e saneamento b�sico”, responderam.


o que diz a lei

Reunidos no artigo 5º da Constitui��o Federal, os direitos do brasileiro est�o fundamentados pelo princ�pio de que “todos s�o iguais perante a lei, sem distin��o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no pa�s a inviolabilidade do direito � vida, � liberdade, � igualdade, � seguran�a e � propriedade”.


Enquanto isso/…Promessa de deixar a vida p�blica


Na tarde de ontem, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nas redes sociais que, como chefe do Executivo, tem colocado em pr�tica o que aprendeu ao longo dos 28 anos em que esteve na C�mara dos Deputados.

Bolsonaro escreveu ainda que, caso uma de suas decis�es prejudiquem a sociedade, ‘deixar� a vida p�blica imediatamente’. A postagem vem acompanhada de um v�deo que traz a entrevista do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Seguran�a Institucional do governo de Jair Bolsonaro.

“Por 28 anos estive na C�mara. Agora coloco em pr�tica o que vi e aprendi para o bem do nosso pa�s. Caso, de concreto, voc� seja prejudicado por qualquer decis�o minha, eu mesmo saio da vida p�blica imediatamente. Um abra�o a todos!”, escreveu o presidente.

Bolsonaro se prepara para passar as comemora��es de fim de ano na base naval de Aratu, na Bahia. A expectativa � de que ele viaje hoje acompanhado da fam�lia e retorne Bras�lia em 5 de janeiro.


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