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Estado de Minas POL�TICA

'Governo ficou ensandecido para pegar o dinheiro', diz Luciano Bivar

Em entrevista, presidente nacional do PSL sustenta que dinheiro do fundo partid�rio foi motivo do racha entre grupos liderados por ele e por Jair Bolsonaro


postado em 12/01/2020 15:00 / atualizado em 12/01/2020 16:52

Jair Bolsonaro e Luciano Bivar durante a campanha eleitoral em 2018(foto: Reprodução da internet/Facebook/Luciano Bivar)
Jair Bolsonaro e Luciano Bivar durante a campanha eleitoral em 2018 (foto: Reprodu��o da internet/Facebook/Luciano Bivar)


Presidente nacional do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE) sustenta que foi o dinheiro p�blico destinado ao partido o real motivo do racha entre os grupos liderados por ele e pelo presidente Jair Bolsonaro. Com a elei��o de 52 deputados, o PSL passou da condi��o de nanico para detentor da segunda maior fatia do Fundo Partid�rio - s� em 2019, a legenda recebeu mais de R$ 87 milh�es, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "A c�pula do governo ficou ensandecida para pegar esse dinheiro", disse Bivar em entrevista ao jornal O Estado de S�o Paulo. "Acho uma coisa abomin�vel", completou, ao falar sobre a crise que rachou o partido e levou � desfilia��o de Bolsonaro.

Agora, ele tece cr�ticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e engrossa o coro dos que apontam falta de habilidade da gest�o Bolsonaro. "O governo se preocupa mais com os costumes e o conservadorismo do que com a economia", disse. A seguir os principais trechos da entrevista:

O sr. sente saudade da �poca em que o PSL era nanico?

Olha, h� quem diga que o dinheiro traz tudo, mas o dinheiro traz tamb�m um pouco de maldi��o. As pessoas ficam ensandecidas. N�o era esse (conseguir verba do fundo partid�rio) o objetivo do PSL. Era alcan�ar o poder para realizar as reformas. No momento em que o PSL tem um fundo partid�rio, a c�pula do governo ficou ensandecida para pegar esse dinheiro. Acho uma coisa abomin�vel isso. Se eu pudesse hoje renunciar a tudo isso, eu faria.

Se os deputados bolsonaristas sa�rem do PSL e entrarem com a��es para tentar levar o dinheiro do fundo, o sr. vai ser contra?

Olha, eu moro no Brasil e vou continuar morando no Brasil porque eu acredito no direito objetivo, no Estado de Direito, nas cortes que regem esse Pa�s. Por mais agredido que eu tenha sido na minha vida - de viver numa plan�cie, �s custas e riscos do meu pr�prio esfor�o, sem nunca ter tido dinheiro p�blico nas minhas empresas - n�o significa que eu desacredite no Estado de Direito. Existe uma legisla��o, um Supremo Tribunal Federal. O dia que eu n�o acreditar nisso, � melhor ir morar em um pa�s ditatorial. Critico muito quando voc� ataca as institui��es.

Em 2019, o ataque a muitas institui��es, como o Congresso e o STF, partiu justamente do governo federal. O que acha disso?

Acho que o Brasil � muito feliz porque as suas institui��es est�o funcionando. A preocupa��o que n�s temos � que querem realmente comprometer as institui��es desse Pa�s.

Acha contradit�rio o sr. ser considerado "queimado para caramba", como citou Bolsonaro, por causa das suspeitas de candidaturas femininas laranjas e o ministro do Turismo, Marcelo �lvaro Ant�nio, que tamb�m � investigado, n�o?

Isso n�o tem nada a ver com esse distanciamento que teve uma ala radical - e de vi�s autorit�rio - de uma ala liberal e consciente. Essas quest�es de candidaturas masculinas que presumivelmente se beneficiaram de candidaturas femininas - acho que isso n�o tem repouso no bom senso. Oxal� eu tivesse no meu partido v�rias Joices Hasselmann, v�rias Janainas (Paschoal), v�rias Dayanes Pimentel, v�rias doutoras Sorayas (Thronicke). Mas a gente n�o tem. Temos que ser muito pragm�ticos. Existem poucas mulheres ativas na pol�tica nacional. Determinada por lei, essa cota de 30% para g�nero vai gerar distor��es. Quem sabe em duas d�cadas as mulheres passem a ter uma participa��o mais ativa na vida nacional. Acredito muito nas mulheres, elas eram mais de 50% dos gerentes das 19 que eu tinha nas minhas empresas (Excelsior e da Brasitec, de ger�ncia de risco).

Como ficou a rela��o com Bolsonaro depois de tudo que aconteceu?

O meu objetivo, os meus esfor�os foram para que a gente alcan�asse o poder sem nos aviltarmos. Passei mais de 15 anos de um socialismo moreno no nosso Pa�s, sem arredar o p� das minhas convic��es liberais e achei que esse governo poderia dar esse vi�s. Mas as coisas n�o est�o andando. Voc� v� que o governo n�o tem a habilidade para fazer as reformas que a gente precisa por uma quest�o de que se preocupa com coisas que n�o fazem sentido. Se preocupa mais com os costumes e o conservadorismo que com a economia propriamente dita.

Bolsonaro vai conseguir criar o Alian�a Pelo Brasil a tempo das elei��es deste ano?

Olha, eu acho que n�o tenho mais que ter mais nenhum tipo de especula��o com rela��o ao presidente, sabe? Ele escolheu o caminho dele e para mim s� resta fazer o que eu sempre fiz nesses 20 anos, lutar pelos ideais que eu sempre tive. Acho que a gente teve uma oportunidade agora de mudar muitas coisas no Pa�s. N�o est�o acontecendo (as mudan�as). � uma pena. A gente, por in�pcia do governo federal, n�o tem conseguido levar adiante as reformas que poderiam ser feitas.

Mas saiu a reforma da Previd�ncia. Fala de outras?

A da Previd�ncia podia ser mais larga ainda, ela n�o atingiu os Estados. N�o atingiu o seu objetivo.

O sr. se preocupou mais com a pauta do liberalismo do que com outras bandeiras do governo. O que acha do pacote anticrime?

O liberalismo econ�mico precede qualquer outra reforma. Se voc� mantiver uma economia perfeitamente liberal, onde voc� incentiva o empregador e a livre iniciativa, voc� n�o posterga o Pa�s. Por outro lado, a nossa economia tem que ser menos financista, sabe? Olhar o aspecto macro.

Ent�o o sr. � cr�tico da atua��o do ministro Paulo Guedes?

O Minist�rio da Economia est� muito financista. O governo tem que se desprender de ficar s� em uma conta aritm�tica.

Pode dar um exemplo?

Veja essa quest�o agora do DPVAT. Voc� n�o pode seguir com as seguradoras h� oito anos indenizando o mesmo valor a uma pessoa que � atropelada. Isso diminui mais ainda a capacidade da continuidade da vida econ�mica - � um sentido muito pequeno, muito financista. Nos Estados Unidos, acontece o oposto. O IPVA � muito menor que o pr�mio de seguros. A indeniza��o vai a US$ 1 milh�o. � importante que, se algu�m for atropelado na rua, n�o cesse a sua atividade econ�mica.

Uma empresa do sr. era operadora do DPVAT. Critica a extin��o do seguro pelo governo?

Acho que as seguradoras deveriam pagar uma indeniza��o maior, e n�o diminuir o pr�mio. A indeniza��o m�xima � R$ 13 mil. Isso acontece h� oito anos. O que vai fazer um pai de fam�lia que perde as pernas em um acidente de moto? Com R$ 13 mil?

E a extin��o do DPVAT contribui para a redu��o?

Contribui para que a indeniza��o continue pequena. P�fia.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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