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Estado de Minas POL�TICA

Para furar 'bolha' da esquerda, Fl�vio Dino vai do MST a Huck

Tirar a esquerda do isolamento em que se meteu nos �ltimos anos tem sido o principal objetivo de Dino no plano nacional


postado em 12/01/2020 15:00 / atualizado em 12/01/2020 17:04

Flávio Dino se encontrou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em maio do ano passado(foto: Reprodução da internet/Facebook/Flávio Dino)
Fl�vio Dino se encontrou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em maio do ano passado (foto: Reprodu��o da internet/Facebook/Fl�vio Dino)


Nos primeiros dias de 2020, dois fatos lan�aram o governador do Maranh�o, Fl�vio Dino (PCdoB), ao centro do debate pol�tico nacional. O primeiro foi a not�cia de um encontro com o apresentador de TV e empres�rio Luciano Huck, apontado como poss�vel candidato a presidente, que levou a especula��es sobre uma chapa Huck/Dino em 2022. O segundo foi a rea��o do PT, por meio de um de seus vice-presidentes, o deputado Paulo Teixeira (SP), que usou as redes sociais para dizer que, "com Lula ou Haddad, Dino estar� na nossa chapa presidencial".

Dias antes, o pr�prio Lula havia elogiado Dino durante uma feijoada na casa do ex-prefeito Fernando Haddad. Para o ex-presidente, o governador �, atualmente, um dos �nicos l�deres da esquerda que consegue falar para "fora da bolha".

Tirar a esquerda do isolamento em que se meteu nos �ltimos anos tem sido o principal objetivo de Dino no plano nacional. Desde que tomou posse, em 2015, o governador mant�m uma coliga��o de 16 partidos que vai do PCdoB ao DEM, incluiu l�deres evang�licos no governo e construiu boas rela��es com setores distintos, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a Federa��o das Ind�strias do Maranh�o.

Al�m disso, aprovou em velocidade recorde a reforma da previd�ncia estadual, participou da cria��o de tr�s cons�rcios regionais de governadores e abriu di�logo com nomes t�o d�spares como Lula e o tamb�m ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidenci�vel do PSOL em 2018, Guilherme Boulos, e o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em junho do ano passado, fez uma visita ao arquirrival, o ex-presidente Jos� Sarney (MDB).



"Fl�vio Dino � um interlocutor pol�tico nacional. A agenda com o Huck n�o foi um ponto fora da curva. N�o tem fato novo nisso", disse o deputado federal M�rcio Jerry, presidente do PCdoB maranhense, integrante da dire��o nacional do partido e homem forte do primeiro governo Dino.

O encontro ocorreu na casa do apresentador um dia depois de Dino participar de um semin�rio na Casa das Gar�as, 'think tank' que tem entre seus associados expoentes do liberalismo como o ex-ministro Pedro Malan, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco e o presidente do Novo, Jo�o Amo�do, a convite do ex-governador do Esp�rito Santo Paulo Hartung, um dos articuladores do projeto pol�tico de Huck. Antes, os dois haviam conversado pelo menos meia d�zia de vezes por telefone. N�o se falou em composi��o de chapa.

Segundo Hartung, o encontro faz parte de uma s�rie de di�logos que Huck tem mantido com l�deres pol�ticos, sem motiva��es eleitorais. "N�o estamos costurando uma frente ampla, mas o di�logo. � um movimento de aproxima��o de quem defende e valoriza as institui��es e que pode evoluir para outros pontos como quem se incomoda com a desigualdade social", disse Hartung.

Rea��es


O encontro gerou cr�ticas a Dino por parte da esquerda nas redes sociais e questionamentos internos de setores do PCdoB. A decis�o de romper a "bolha", no entanto, est� de acordo com a orienta��o partid�ria. "Os conceitos e valores do atual governo s�o perigosos, tem risco potencial de produzir danos � democracia. Nesse quadro h� que se construir um campo de di�logo democr�tico. Assim deve ser lido esse tipo de conversa. E precisamos de um degelo, pra superar essa polariza��o est�ril. Fazer a pol�mica de m�rito nos temas essenciais e exercitar a produ��o de converg�ncias", afirmou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), l�der do partido na C�mara.

Alguns l�deres do partido viram como "indelicadeza" a manifesta��o de Paulo Teixeira por, na avalia��o deles, tratar um aliado hist�rico como for�a auxiliar. Mas o petista e o governador t�m longa rela��o pol�tica estreitada por dramas pessoais em comum - os dois perderam filhos mais ou menos na mesma �poca. "Eu defendo que as disputas de 2020 e 2022 devem ser feitas com a unidade da esquerda", disse Teixeira.

Desde a elei��o do presidente Jair Bolsonaro, Dino participa de tentativas para unificar uma ampla frente de oposi��o ao governo. No in�cio do ano ele, Haddad, Boulos, a l�der ind�gena Sonia Guajajara e o ex-governador da Para�ba Ricardo Coutinho (PSB) criaram o Unidade Progressista. Resist�ncia de setores do PT fez o grupo perder for�a. A pris�o de Coutinho por suspeita de corrup��o sepultou de vez o projeto.

Ao mesmo tempo, aproveitando-se das caracter�sticas geogr�ficas do Maranh�o, Dino ajudou a criar o Cons�rcio do Nordeste, que re�ne os nove Estados da regi�o, e participou dos cons�rcios da Amaz�nia e do Brasil Central. Foram realizadas tr�s reuni�es em S�o Lu�s. Os cons�rcios servem para driblar a falta de recursos e dificuldades na rela��o com o governo federal e servem de foro para articula��es entre os governadores. Dino ainda esteve em evento do "Direitos J�" que reuniu integrantes de 16 partidos no Tuca, em S�o Paulo, em oposi��o a Bolsonaro. Todas essas iniciativas esbarraram no "sectarismo" de setores da esquerda, em especial do PT.

Cr�ticas


As constantes viagens a S�o Paulo e a Bras�lia levaram a oposi��o no Maranh�o a acusar Dino de abandonar o Estado em nome de um projeto nacional. "O governador abandonou o Maranh�o. Participa de mais eventos fora do Estado do que aqui. Faltam foco e articula��o com o governo federal, que sempre mandou muitos recursos para o Estado. Hoje, seu foco � a campanha antecipada pelo Brasil e o contraponto ao presidente", disse o deputado estadual Adriano Sarney (PV), neto do ex-presidente e �nico integrante do cl�, hoje, a ocupar cargo eletivo.

Aliados do governador rebatem dizendo que a agenda de viagens de Dino n�o sofreu oscila��es nos �ltimos anos e que a maioria das aus�ncias � por motivo de eventos oficiais.

A aproxima��o com os evang�licos tamb�m provocou rea��es negativas de setores do PT maranhense descontentes por terem sido exclu�dos da chapa majorit�ria em 2018 para dar espa�o � senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), ligada a igrejas. Al�m disso, a cria��o de 36 cargos de capel�es da Pol�cia Militar, a maioria entregue a pastores evang�licos, levou � abertura de processo na Justi�a Eleitoral - por uso da m�quina p�blica - ainda n�o julgado.



Dino tamb�m se tornou alvo de opositores por, segundo eles, fazer no Maranh�o aquilo que critica em n�vel federal, ao aprovar uma reforma da previd�ncia estadual de forma rel�mpago. O governador foi ainda criticado pela esquerda por ter apoiado o acordo para entrega da base de Alc�ntara aos EUA firmado pelo governo federal.

A interlocutores, Dino tem dito que considera improv�vel uma chapa com Huck por motivos ideol�gicos e pol�ticos, mas que n�o vai descartar a possibilidade de imediato. Nesta semana, ele estar� em S�o Paulo para participar de um evento do Instituto Lula. Conversas com o ex-presidente sobre as elei��es de 2020 e 2022 est�o no radar. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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