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Estado de Minas

Cada vez mais enfraquecido no governo, Lorenzoni vira inc�gnita

Ministro da Casa Civil diz que pretende ficar no cargo, mas n�o � recebido pelo presidente Bolsonaro e continua perdendo poder


postado em 01/02/2020 06:00 / atualizado em 01/02/2020 07:25

Bolsonaro e Lorenzoni em solenidade no Planalto em janeiro do ano passado: de homem forte a ministro enfraquecido (foto: MARCELO CAMARGO/EM/D.A. PRESS)
Bolsonaro e Lorenzoni em solenidade no Planalto em janeiro do ano passado: de homem forte a ministro enfraquecido (foto: MARCELO CAMARGO/EM/D.A. PRESS)

Bras�lia – A situa��o do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, no governo � uma inc�gnita, depois do amplo esvaziamento da sua pasta. Ele afirmou ontem que n�o pensa em deixar o governo. “Vou ver se ele (Bolsonaro) me recebe hoje ou amanh�, e com tranquilidade a gente vai conversar e resolver todas essas quest�es”, disse. Mas, em repouso, ap�s passar por procedimento de vasectomia, Jair Bolsonaro manteve reuni�es com aliados no Pal�cio da Alvorada na manh� de ontem, sem a presen�a de Lorenzoni. Ele recebeu os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Seguran�a Institucional) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral). Ao deixar o local, Heleno respondeu que a condi��o de sa�de do presidente “est� �tima”.

O ministro antecipou o retorno das f�rias ao Brasil devido � crise que resultou na demiss�o de Vicente Santini, ex-secret�rio-executivo de Onyx, e ao esvaziamento da Casa Civil. No Planalto, as informa��es s�o de que o presidente n�o pretende receber o ministro. A justificativa seria que ele precisa manter o repouso.
“N�s tivemos um epis�dio bem localizado, que j� est� resolvido. Agora � sentar, ouvir do presidente o que ele deseja da gente e dar sequ�ncia”, disse Onyx. O ministro seguiu do aeroporto de Bras�lia para a sua casa. Depois, foi ao Pal�cio do Planalto, onde j� teve conversa com o ministro do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), Augusto Heleno, que n�o detalhou a conversa que teve com Onyx. “N�s somos companheiros de equipe.” Segundo o ministro do GSI, Bolsonaro est� com a sa�de “�tima”, mas n�o foi ao Pal�cio do Planalto. “Daqui      pra frente, vida normal”, afirmou.

A desautoriza��o de decis�es tomadas pela Casa Civil e a transfer�ncia do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para o Minist�rio da Economia imp�em ao titular da pasta, Onyx Lorenzoni, uma desidrata��o in�dita no governo, sobretudo porque o ministro � um aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro. Mas as medidas tomadas na quinta-feira pelo chefe do Planalto repercutiram rapidamente na Esplanada dos Minist�rios. A leitura feita por parlamentares e no pr�prio Executivo � de que isso abre a possibilidade de discuss�o de uma reforma ministerial.

O cabo de guerra nos bastidores est� montado, mas Lorenzoni n�o ser� destitu�do do cargo. � esperada uma readequa��o na Presid�ncia da Rep�blica, na qual a Casa Civil deve receber algumas estruturas j� existentes e uma secretaria para articular a entrada do Brasil na Organiza��o para a Coopera��o e o Desenvolvimento Econ�mico (OCDE). “J� houve desgaste demais com coisas moralmente ruins, mas insuficientes para derrubar o Onyx”, analisa um interlocutor governista, embora reconhe�a o estremecimento na rela��o. “Abalada ela j� est�. Fica inconveniente, mas n�o � hora para falar em demiss�o”, disse.

A reestrutura��o no Planalto, entretanto, abre espa�o para a discuss�o de mudan�as nos primeiros escal�es. � a� que est�o os entraves. Enquanto Bolsonaro culpa a classe pol
�tica por almejar postos de destaque no governo, congressistas argumentam que, na verdade, � ele quem inicia algumas das ideias de ajustes na Esplanada, como o desmembramento do Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica em dois.

“Foi o presidente quem aventou a ideia, sinalizando ceder o eventual recriado Minist�rio da Seguran�a P�blica para o Fraga”, aponta um parlamentar, numa refer�ncia ao ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF). O ex-deputado � um dos principais conselheiros de Bolsonaro, para quem o presidente chega a ligar at� de madrugada.

Deputados e senadores n�o negam o interesse em, eventualmente, assumir um minist�rio. � prest�gio e caminho para mostrar servi�o e elevar capital pol�tico nas bases eleitorais. Mas eles garantem que as conversas por mudan�as na Esplanada n�o partem unicamente do Congresso. O pr�prio governo, antevendo vota��es importantes no Parlamento neste ano, n�o descarta ceder espa�os a aliados mais fi�is.

No Minist�rio da Educa��o, por exemplo, h� uma ala que trabalha com a possibilidade de o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), vice-l�der do governo no Senado, assumir o comando da pasta em uma eventual exonera��o do titular, Abraham Weintraub, que, na quinta-feira, foi criticado pelo presidente da C�mara, Rodrigo Maia, do DEM-RJ. J� o Minist�rio da Sa�de, que det�m o maior or�amento da Esplanada, de R$ 136,25 bilh�es — segundo o Portal da Transpar�ncia —, � outro cobi�ado numa eventual reforma ministerial. Alguns partidos tentam emplacar o nome do deputado Ricardo Barros (PP-PR) no lugar de Luiz Henrique Mandetta (DEM).

Divis�o

Nos bastidores, o Executivo acena com a possibilidade de dividir o Minist�rio do Desenvolvimento Regional (MDR) e transformar a Secretaria Especial da Cultura em minist�rio, retirando-a da pasta do Turismo. Uma reestrutura��o do Minist�rio da Cidadania tamb�m n�o est� descartada. Nessa formata��o, o titular, Osmar Terra (MDB), permaneceria como ministro do Desenvolvimento Social, liberando a Secretaria Especial de Esportes.

Tudo ainda est� sendo analisado e dialogado. O pr�prio Bolsonaro reconheceu, na ter�a-feira, que existem disputas por espa�os no governo. Admitiu que, at� hoje, tentam dividir o MDB. “Isso � comum. (...) O pessoal quer a luta pelo poder, o tempo todo tem algu�m beliscando um minist�rio”, declarou. N�o afirmou, contudo, que far�, de fato, uma reforma ministerial. Mas, tamb�m, n�o garantiu a perman�ncia de todos os ministros nas atuais estruturas. Disse que o �nico garantido no posto � o vice-presidente Hamilton Mour�o, justamente porque foi eleito.


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