
O texto que reuniu o maior n�mero de parlamentares foi o que renomeia o Parque Helena, na zona leste da capital paulista. Pela proposta, o local passa a ser chamado de "Parque Maria Cristina Hellmeister de Abreu", em homenagem a uma das fundadoras do Centro de Tradi��es Nordestinas de S�o Paulo, falecida em outubro.
Maria Cristina tamb�m presidiu a ala feminina do Podemos e � m�e da deputada federal e presidente do partido, Renata Abreu. O projeto recebeu o pedido de coautoria de 30 parlamentares de 13 partidos - entre eles PT, PSDB e PSL.
O deputado Jos� Am�rico (PT) minimiza as diferen�as com o PSL. Ele atribui os desentendimentos no Plen�rio � disputa ideol�gica, mas garante que existe possibilidade de unidade quando o Parlamento se debru�a sobre quest�es concretas. "A Assembleia � um lugar de negocia��o e conversa. A gente dialoga com o PSL. N�o tem muitos pontos coincidentes, mas tem alguns", sustenta. O parlamentar lembra que parte do PSL chegou a se juntar a partidos de oposi��o na Alesp, como o PT, na tentativa de barrar pontos da reforma da previd�ncia estadual. Os deputados voltaram ao trabalho ap�s o recesso nessa segunda-feira, 3.
PT e PSL voltaram a se encontrar na autoria de outro projeto de lei, que determina prioridade na assist�ncia a policiais que forem v�timas de viol�ncia no exerc�cio da profiss�o. O projeto, inicialmente proposto pela Bancada Ativista (PSOL), recebeu pedidos de coautoria de dez deputados de PSOL, PROS, PSL, Republicanos, PT, PL e PSB.
"A quest�o partid�ria � muito forte na Alesp. No final, a pol�tica � um mercado onde se disputam votos", afirma Raquel Marques, codeputada da Bancada Ativista. Ela comemora a uni�o de partidos como PT e PSL na autoria do projeto de lei que d� prioridade ao atendimento de policiais agredidos em servi�o. "Existem opini�es diferentes sobre a atua��o dos policiais. O que ningu�m diverge � de que eles precisam de mais suporte. A gente conseguiu se encontrar na humanidade", analisa.
Parte da bancada feminina deixou as diferen�as ideol�gicas de lado na apresenta��o de outro texto, assinado por cinco deputadas de PL, PSL, PT, Republicanos e PCdoB. O projeto institui a pol�tica p�blica chamada de "Menstrua��o sem tabu", que pretende promover a��es educativas sobre a menstrua��o e distribuir absorventes de forma gratuita.
O primeiro ano da nova legislatura foi marcado por acalorados debates ideol�gicos entre representantes da esquerda e da direita. J� na diploma��o dos eleitos, em dezembro de 2018, houve confus�o com direito a vaias aos parlamentares petistas e gritos de "Lula livre". Em dezembro de 2019, o deputado Arthur do Val (sem partido), o Mam�e Falei, quase trocou socos com colegas ap�s chamar de "vagabundos" os manifestantes contr�rios � reforma da previd�ncia estadual.
O Conselho de �tica da Alesp atingiu a marca recorde de 21 den�ncias ou representa��es recebidas por quebra de decoro parlamentar - a maioria dos processos envolve parlamentares de PSL, PSOL e PT.
Janaina Paschoal (PSL), que integra a autoria do projeto da "Menstrua��o Sem Tabu" com PT e PCdoB, tamb�m afirma trabalhar em cima de pautas. "Quando voc� concorda com algu�m por ser aquela pessoa, voc� j� come�a errando. Quando voc� discorda s� por ser aquela pessoa tamb�m", diz a deputada, que assegura que o partido n�o � importante na hora de apoiar "boas ideias".
Em outro caso, os interesses da base eleitoral levaram � uni�o de PT, PSDB e MDB. Tr�s parlamentares das siglas se juntaram para pedir a classifica��o de Euclides da Cunha Paulista, no oeste do Estado, como munic�pio de interesse tur�stico. O t�tulo permite que o governo local receba recursos estaduais para investir na infraestrutura tur�stica.
Um dos autores da proposi��o, Mauro Bragato (PSDB) relata que a autoria conjunta foi um pedido dos vereadores do munic�pio para facilitar sua tramita��o. Ele divide a autoria da proposta com M�rcia Lia (PT) e Itamar Borges (MDB). "Sempre h� um caminho para conversar, para dialogar, para apresentar projetos em conjunto. A gente sempre fica satisfeito de estar junto, mas, nos dias atuais, as coisas est�o mais dif�ceis", argumenta o deputado.
Dia do samurai e heavy metal
Dos 1.340 projetos apresentados em 2019, 41% est�o relacionados a interesses tur�sticos, utilidade p�blica de entidades, datas comemorativas e denomina��es. As propostas de denomina��o de espa�os p�blicos somaram 166 em 2019. Professores (17) e profissionais ligados � carreira policial (10) foram os que mais receberam homenagens nos casos em que a profiss�o acompanha o nome do homenageado.
Outras 139 proposi��es solicitaram o reconhecimento de utilidade p�blica de entidades e 133 demandaram a classifica��o de munic�pios como de interesse tur�stico ou est�ncia tur�stica.
A institui��o de dias, semanas ou meses comemorativos totalizaram 70 projetos, entre os quais est�o alguns dos mais inusitados apresentados na Alesp em 2019. A deputada Valeria Bolsonaro (PSL), por exemplo, quer instituir o "Dia do Cover" no Estado, para promover a valoriza��o da profiss�o art�stica. O "Dia do Samurai" e o "Dia do Heavy Metal", respectivamente dos deputados Coronel Nishikawa (PSL) e Coronel Telhada (PP), tamb�m aguardam delibera��o da Alesp.
O munic�pio de Tup�, no oeste paulista, pode se tornar a "capital estadual do lanche" se uma proposta do deputado Ricardo Madalena (PL) for aprovada. Segundo consta na justificativa do projeto, � uma homenagem ao "sabor e o modo peculiar de preparo oferecidos pelas lanchonetes tup�enses".