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Estado de Minas DEPOIMENTO

Ramagem nega 'intimidade pessoal' com fam�lia de Bolsonaro

Segundo o diretor da Abin, foto ao lado do filho do presidente no r�veillon foi s� uma confraterniza��o entre agentes no �ltimo dia de trabalho fazendo a seguran�a de Bolsonaro. Ele confirmou que foi consultado para a escolha do novo diretor da Pol�cia Federal


postado em 12/05/2020 15:08 / atualizado em 12/05/2020 16:06

(foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
(foto: Marcos Oliveira/Ag�ncia Senado)
 

O diretor da Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia (Abin), Alexandre Ramagem, afirmou que sabe do 'apre�o e respeito' que tem com a fam�lia Bolsonaro, mas negou ter qualquer tipo de 'intimidade pessoal' com os filhos do presidente. O delegado informou que s� frequentou a resid�ncia da fam�lia 'para fins profissionais' e que foto de R�veillon ao lado de Carlos Bolsonaro foi apenas uma 'confraterniza��o'.

O depoimento de Ramagem foi colhido pela PF no �mbito do inqu�rito que apura suposta tentativa de interfer�ncia pol�tica de Bolsonaro no comando da corpora��o. O nome do diretor da Abin foi indicado pelo presidente para o cargo, mas a nomea��o foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Posteriormente, o n�mero dois de Ramagem, Rolando Alexandre de Souza, assumiu a chefia da PF.


Logo no come�o da oitiva, Ramagem afirmou que frequentou a casa de Bolsonaro 'apenas para fins profissionais'. Ao mencionar a foto em que aparece ao lado do filho do presidente, afirmou que se tratou de uma confraterniza��o dos agentes respons�veis pela seguran�a do ent�o presidente eleito na v�spera da posse, 'situa��o operacional complexa e sigilosa com extenso planejamento e ensaio das equipes policiais'.

Segundo Ramagem, Carlos Bolsonaro apareceu apenas para 'saudar os policiais pelo trabalho executado, pois no dia seguinte se encerraria a seguran�a provida pela Pol�cia Federal com a transmiss�o do trabalho para o Gabinete de Seguran�a Institucional'.

Em outro momento do depoimento, o diretor da Abin reconhece que tem o 'respeito e apre�o' da fam�lia Bolsonaro, e que eles derivam de seu trabalho, mas n�o possui 'intimidade pessoal' com os seus entes familiares.

Ao ser questionado sobre quais as raz�es para Bolsonaro t�-lo indicado no lugar de Valeixo, e insistido em seu nome com o ent�o ministro S�rgio Moro, Ramagem diz acreditar que seja seu 'hist�rico funcional na PF, que inclui o comando de importantes opera��es policiais, tanto como investigador como executor, que levaram � indica��o de seu nome para as mencionadas fun��es fora da PF'.

Ramagem afirmou que Moro teria tentado desqualific�-lo para a posi��o de diretor-geral pelo fato dele n�o integrar o 'n�cleo restrito de delegados' pr�ximos ao ex-ministro.

"A desqualifica��o ocorreu atrav�s do argumento inver�dico de intimidade familiar nunca antes tido como premissa ou circunst�ncia, apenas como subterf�gio para indica��o pr�pria sua de pessoas vinculadas ao seu n�cleo diretivo de sua exclusiva escolha", afirmou Ramagem. "Esses argumentos desarrazoados acabaram fomentando celeuma entre poderes da Uni�o, tendo como foco apenas uma a��o de governo, um ato de nomea��o a um cargo do Executivo que atendia aos seus requisitos objetivos".

O diretor da Abin negou que tenha sido indicado para efetuar 'miss�es espec�ficas' para Bolsonaro, como a de obter informa��es de investiga��es da PF em andamento.

"O Presidente da Rep�blica nunca chegou a conversar com o depoente, sob a forma de intromiss�o, sobre investiga��es espec�ficas da Pol�cia Federal que pudessem, de alguma forma, atingir pessoas a ele ligadas", afirmou Ramagem. "Na verdade, conversas sobre investiga��es giravam em torno de assuntos de Pol�cia Judici�ria que j� estavam p�blicos, abrangendo quest�es gerais sobre opera��es".

Segundo Ramagem, Bolsonaro j� teria reclamado, atrav�s do ministro Augusto Heleno (GSI), do encaminhamento de poucos relat�rios, 'n�o s� da PF, mas tamb�m de outros setores de intelig�ncia dos minist�rios'. As queixas seriam por uma maior 'participa��o e integra��o' entre as pastas.

"Reclamava de que os aspectos positivos ficavam com minist�rios e os problemas apenas com a Presid�ncia da Rep�blica", afirmou Ramagem, que destacou: "Nunca foi pedido pelo Presidente da Rep�blica informa��o ou relat�rio de intelig�ncia sobre fato espec�fico investigado sob sigilo pela Pol�cia Federal".

O diretor da Abin afirmou que os contatos em que ele teve com Bolsonaro'a respeito do encaminhamento de informa��es de intelig�ncia esteve acompanhado do ministro Augusto Heleno ou eventualmente ainda que desacompanhado deste, com sua ci�ncia pr�via ou posterior'.

Esses encontros tratavam de assuntos de intelig�ncia n�o apenas � Pol�cia Federal, mas toda a administra��o p�blica.

 

Consulta sobre indica��o

 

Em rela��o � indica��o de Rolando Alexandre de Souza, seu n�mero dois na Abin, para a dire��o-geral da PF, Ramagem informou que foi consultado sobre o nome pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo atual ministro da Justi�a, Andr� Mendon�a, mas que n�o teve influ�ncia na troca de comando da PF do Rio. A mudan�a de chefia ocorreu ap�s Rolando 'promover' o superintendente regional a diretor-executivo em a��o vista como 'estrat�gica' por delegados da corpora��o.

Em outro momento do depoimento, Ramagem afirma que teve conhecimento de 'algumas sugest�es de nomes' para ocupar a chefia da PF-RJ ap�s a sa�da de Ricardo Saadi, em agosto do ano passado, sendo que um dos nomes levados por ele ao ent�o ministro S�rgio Moro foi o do superintendente no Amazonas, Alexandre Saraiva - nome que o presidente Bolsonaro tentou emplacar.


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