
A defesa de Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter, informou que pediu � Embaixada dos Estados Unidos asilo pol�tico � cliente, mas foi negado no in�cio da semana passada. A informa��o � do advogado Bertoni Barbosa de Oliveira, que disse que n�o poderia detalhar como as provid�ncias foram tomadas, mas afirmou que a solicita��o foi feita de maneira informal, em uma articula��o junto � embaixada.
A negativa teria sido embasada no cen�rio de pandemia do novo coronav�rus. No dia 24 de maio, os EUA anunciaram a proibi��o da entrada de viajantes saindo do Brasil. Al�m disso, segundo Barbosa, Sara teria que ficar na embaixada sem se pronunciar, at� poder ir ao pa�s na Am�rica do Norte. “Ela teria que ficar na embaixada sem se pronunciar, porque tem algumas regras. Ent�o, ela n�o poderia fazer o que faz hoje. Teria que ficar quietinha at� a abertura, que ningu�m sabe quando”, disse.
O advogado tamb�m avalia que o assassinato de George Floyd, que levantou uma onda de protestos contra racismo nos Estados Unidos, tamb�m � um dos fatores que teria motivado a suposta negativa. “Veio essa convuls�o social. O Trump n�o est� com cabe�a para conceder asilo pol�tico nessas circunst�ncias”, disse.
O pedido foi feito pela defesa depois que o ministro Alexandre de Moraes pediu � Procuradoria Geral da Rep�blica (PGR) investiga��o de Sara por declara��es nas quais ela amea�a o ministro Alexandre de Moraes.
No dia em que a Pol�cia Federal cumpriu mandados de busca e apreens�o contra a ativista, ela chamou o ministro de “covarde” e gravou um v�deo dizendo que queria "trocar soco" com o ministro, e que descobriria tudo sobre a vida do magistrado, incluindo os lugares que ele frequenta. "Nunca mais vai ter paz na sua vida”, afirmou.
O advogado diz ter tido informa��o de que havia um pedido de pris�o contra ela, por isso correu atr�s do asilo pol�tico, mas que o pedido foi arquivado. A reportagem questionou � PGR no Distrito Federal, para onde a solicita��o de investiga��o foi encaminhada no dia 29 de maio. O �rg�o informou que as investiga��es contra Sara continuam. Sobre o pedido de asilo pol�tico, o Correio questionou a embaixada dos EUA se de fato houve a solicita��o e aguarda retorno.
Na �ltima quinta-feira (4), Sara deveria ter ido prestar depoimento na PF no �mbito deste inqu�rito das fake news. Ela n�o o fez, mas foi � PF com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e aguardou a sa�da da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que havia ido prestar depoimento.
No dia, o advogado Bertoni Barbosa disse que iria � superintend�ncia da PF ver se havia alguma outra acusa��o contra ela. "Estamos suspeitando da possibilidade de uma pris�o preventiva na superintend�ncia da PF", afirmou na ocasi�o. Na ocasi�o, o defensor afirmou que ainda n�o tinha tido acesso aos autos do inqu�rito das fake news - realidade que permanece ainda hoje.
Uma nota no site do STF traz o nome de alguns dos envolvidos no inqu�rito que tiveram acesso aos autos autorizado. O nome de Sara n�o est� entre eles.
Apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, Sara � uma das lideran�as do movimento "300 do Brasil", acampados em Bras�lia desde in�cio de maio. No dia 30 do m�s passado, eles fizeram um protesto em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Com tochas e m�scaras, a imagem lembrou a muitos a��es do Ku Klux Klan (KKK), organiza��o racista originada nos Estados Unidos que fala em supremacia branca e j� cometeu diversos atos violentos contra negros.
Na ocasi�o, o grupo que foi protestar em frente ao STF gritava "careca togado, Alexandre descarado", "ministro, covarde, queremos liberdade", "viemos cobrar, o STF n�o vai nos calar"e "inconstitucional, Alexandre imoral", sempre como gritos de guerra guiados por Sara Winter.
Sobre a manifesta��o, o advogado afirmou na semana passada que sua cliente "jamais quis dar essa conota��o". "O que ela quis foi usar da sua expertise em prol das suas convic��es atuais, que s�o de uma m�e de fam�lia, patriota, temente a Deus. Ela disse que (o protesto) foi baseado no livro Ju�zes, cap�tulo sete, vers�culo 16, da B�blia", disse.
O trecho em quest�o diz o seguinte: "Dividiu os trezentos homens em tr�s companhias e p�s nas m�os de todos eles trombetas e jarros vazios, com tochas dentro".