
A suspeita de um suposto tr�fico de influ�ncia ganhou for�a com o caso Queiroz. Ocorre que a Globalweb recebeu, R$ 41,6 milh�es � frente do Minist�rio da Educa��o em pouco mais de um ano de gest�o Bolsonaro. O repasse foi feito durante a gest�o do ministro Abraham Weintraub, que deixou o Brasil usando o passaporte concedido pelo cargo mesmo ap�s deixar a pasta. Anteriormente, por�m, a empresa havia recebido cerca de R$ 42 milh�es do Executivo por quatro anos de servi�os prestados durante as gest�es Dilma Rousseff (PT), e Michel Temer (MDB).
A representa��o, assinada pelo subprocurador geral do Minist�rio P�blico de Contas, Lucas Rocha Furtado, pede que o levantamento aponte, dentre outras coisas, “se houve atua��o da Sra. Maria Cristina, com a intermedia��o do Sr. Frederick Wassef, em eventual direcionamento das contrata��es � Globalweb”. Furtado destaca que, atualmente, o empreendimento � chefiado pela filha de Maria Cristina, Bruna Boner Leo. “O volume de pagamentos � empresa teve aumento consider�vel durante a gest�o Bolsonaro”, sustenta a pe�a.
Se ficar comprovado que houve tr�fico de influ�ncia, Maria Cristina e a filha podem perder os contratos. Furtado aponta que a empresa tem, pelo menos outros 11 contratos com o governo federal, al�m do que deve ser auditado, no Minist�rio da Educa��o. Entre os �rg�os que contratam a Globalweb est�o a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (ANAC), o Findo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o (FNDE), a Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar, o BNDES, dentre outros.
Ainda de acordo com o subprocurador geral do Minist�rio P�blico de Contas, a ex-mulher de Wassef n�o deveria estar contratando com o governo. “� de se observar que a Sra. Maria Cristina, por for�a de decis�o prolatada, em 24/6/2019, no processo judicial 0004654-24.2011.8.07.0018 (...), que apurou o direcionamento de licita��o para a contrata��o da empresa B2BR pela CODEPLAN, tendo a Sra Cristina figurado como sua representante —, foi proibida de contratar com o Poder P�blico ou receber benef�cios credit�cios pelo per�odo de tr�s anos”.
A decis�o n�o atingiu a Globalweb pois o CPF da ex-mulher de Wassef n�o est�, nos registros da empresa, no quadro de s�cios. Para Furtado, seria um ind�cio do comprometimento da pr�pria empresa. “Nesse sentido, conv�m salientar que a Globalweb Outsourcing n�o integra a rela��o de empresas consideradas inid�neas para contratar com a Administra��o, seja no Sistema de Inabilitados e Inid�neos do TCU, seja no Portal da Transpar�ncia”, afirma.
O valor repassado pelo governo � empresa foi divulgado ap�s levantamento da reportagem do portal Uol. Por e-mail, a Globalweb se limitou a dizer que est� � disposi��o das autoridades. “A Globalweb se colocou � disposi��o das autoridades para prestar os esclarecimentos necess�rios e aguarda ser procurada pelo �rg�o de controle para esclarecer eventuais d�vidas.”