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Estado de Minas LEGISLATIVO FEDERAL

Deputado mineiro que votou contra o Fundeb critica ''pressa'' na aprova��o

Para o bolsonarista Junio Amaral, deputados federais que rejeitaram a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) n�o podem ser tidos como contr�rios � educa��o


23/07/2020 16:23 - atualizado 23/07/2020 17:46

Ao Estado de Minas, Junio Amaral reafirmou posição contrária à PEC do Fundeb.(foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados)
Ao Estado de Minas, Junio Amaral reafirmou posi��o contr�ria � PEC do Fundeb. (foto: Michel Jesus/C�mara dos Deputados)
Um dos seis deputados federais contr�rios, em segundo turno, � Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) do Fundo de Manuten��o e Desenvolvimento da Educa��o B�sica (Fundeb), o mineiro Junio Amaral (PSL) diz ter optado pelo “n�o” ao texto por tratar-se, justamente, de uma PEC. Na vis�o dele, era poss�vel debater o tema sem a necessidade de alterar a lei m�xima do Brasil. Ao Estado de Minas, ele criticou o que chamou de “pressa” para aprovar o projeto na C�mara Federal.

Segundo o parlamentar, integrante da base aliada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o acr�scimo � Constitui��o deixa o Fundeb “inflex�vel e imut�vel” ante poss�veis mudan�as futuras.

“N�o acho que o fundo deveria ser uma emenda constitucional, consequentemente, deixando-o mais inflex�vel e imut�vel para eventuais mudan�as. Seria perfeitamente poss�vel discutir isso tudo sem tanta pressa e fazer um conjunto de leis para a melhoria da educa��o b�sica sem incluir na Constitui��o Federal”, defendeu.

O Fundeb � o principal mecanismo de financiamento das escolas p�blicas do pa�s. Al�m de aumentar a quantidade de recursos que a Uni�o passa a depositar no fundo, o texto aprovado tamb�m muda o formato, ao destinar mais dinheiro aos munic�pios mais pobres. Com as mudan�as, 17 milh�es de alunos a mais ser�o beneficiados, por meio de recursos para a escolas em que estudam. A PEC tamb�m torna o Fundeb permanente.

Nessa quarta-feira, Bolsonaro alegou que os deputados contr�rios ao Fundeb “devem ter seus motivos” e assegurou que sua bancada no Parlamento n�o � composta apenas pelo grupo.

"Os que votaram contra devem ter seus motivos. Tem que perguntar para eles por que votaram contra. Agora, alguns dizem que a minha bancada votou contra. A minha bancada n�o tem seis ou sete (deputados), n�o. A minha bancada � bem maior que essa da�", garantiu, durante conversa com apoiadores.

Junio Amaral enxerga a declara��o do presidente com naturalidade. “De fato os que votaram contra tem motivos para tal decis�o e nada tem a ver com ser ‘contra a educa��o’”, afirmou.

Ainda de acordo com o mineiro, a narrativa, que ele classificou como “hipocrisia”, vem de setores da esquerda.

“Os mesmos que nos atacam n�o se manifestaram contra os cortes na �rea ou contra os �ndices baixos nos governos petistas”, acrescentou.

Amaral n�o teme retalia��es


Para entrar em vigor, a proposta precisa apenas do aval do Senado Federal, sem a necessidade de san��o do Executivo. Durante o primeiro turno na C�mara, al�m de Amaral, outros cinco integrantes do PSL rejeitaram o texto: Bia Kicis (DF), Chris Tonietto (RJ), Filipe Barros (PR), Luiz Philippe de Orleans e Bragan�a (RJ) e M�rcio Labre (RJ).

Al�m deles, Paulo Martins (PSC-PR) tamb�m votou de forma contr�ria. Na segunda e derradeira vota��o, Orleans mudou seu posicionamento e deu aval ao texto-base do Fundeb e Labre optou pela absten��o.

O placar final foi de 492 a 6, com uma absten��o. Antes da vota��o, as lideran�as de todos os partidos, do governo e da oposi��o orientaram seus componentes pelo voto favor�vel � PEC. 

Na noite dessa quarta, Bia Kicis perdeu o posto de vice-l�der de governo no Parlamento. Amaral, no entanto, diz n�o temer consequ�ncias por conta do voto na base governista.

“Estou tranquilo em rela��o ao meu voto. Todos que o analisaram de forma isenta e sensata n�o me criticaram por isso. As falsas narrativas da esquerda n�o me preocupam em nada. N�o foi a primeira e n�o ser� a �ltima vez. N�o temo qualquer consequ�ncia pelo meu voto dentro da base do governo. At� agora, nenhuma medida nesse sentido aconteceu comigo”, pontuou.

Como funciona o Fundeb


O fundo � uma esp�cie de uma conta banc�ria que recebe 20% do que � arrecadado em impostos, na maioria estaduais, como Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS) e Imposto Sobre a Propriedade de Ve�culos Automotores (IPVA). At� agora, esse dinheiro era dividido pelo n�mero de alunos em cada estado. O resultado da n�o podia ser inferior ao valor m�nimo por estudante estipulado pelo governo federal: aproximadamente R$ 3 mil.

Os estados mais pobres ganhavam ajuda financeira da Uni�o, o que representa cerca 10% do Fundeb. Com a aprova��o, o governo passar� a responder por 23% do total dos recursos, que vai aumentar gradativamente durante seis anos.

A l�gica, que era estadual, passa a ser municipal. Portanto, cidades pobres em estados ricos passam a receber o aux�lio da Uni�o. C�lculos do Todos pela Educa��o apontam que o, 2.745 redes de ensino e 17 milh�es de alunos a mais receber�o dinheiro para aumentar o quanto investem por estudante.

Originalmente, a relatora da PEC, Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), pretendia aumentar o percentual de complementa��o federal. Dos 15% repassados em 2021, o valor cresceria gradualmente, at� atingir, em 2026, 20%.

Em 2019, o Fundeb movimentou R$ 156 bilh�es, sendo R$ 14 bilh�es da Uni�o. Cada ponto porcentual a mais representa cerca de R$ 1,5 bilh�o

Com informa��es de Matheus Muratori.


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