
Al�m disso, h�, ainda, o receio que pautas como as reformas tribut�ria e administrativa percam espa�o no debate do Congresso.
O l�der do Novo, Paulo Ganime (RJ), lembrou que um dos motivos de Bolsonaro se eleger foi a pauta liberal. Em 2018, Paulo Guedes era o "Posto Ipiranga" do ent�o candidato, que afirmava que economia era assunto para o seu futuro ministro.
“A gente quer muito que o governo mantenha a linha que o elegeu, que � liberal. O governo perdeu nomes importantes, Paulo Uebel e Salim Mattar, e esperamos n�o perder o Paulo Guedes e o Waldery, que s�o nomes importantes”, afirmou o deputado.
Ganime destacou que se o presidente n�o estiver engajado com as pautas do Minist�rio da Economia, elas n�o ter�o for�a para ganhar espa�o no Congresso, por exemplo.
"Se o presidente n�o est� engajado com as pautas econ�micas, de reforma, � dif�cil acreditar que a equipe econ�mica vai ter for�a para implantar. Vemos isso at� na quest�o do perd�o das igrejas, que apesar de vetar, ele orientou o Congresso a derrubar. Veta por responsabilidade fiscal, mas a responsabilidade � ‘s� minha’, mas, na pr�tica, ‘minha vis�o � que pode derrubar’. � muito ruim essa sinaliza��o”, criticou.
Preocupa��o com Paulo Guedes
Para o l�der partid�rio, apesar da crise, Guedes segue sendo um dos carros-chefe do governo: “Eu fico mais preocupado da rela��o dentro do governo com o Minist�rio (da Economia). � um carro-chefe o ministro Paulo Guedes. At� que ponto enfraquece ou tira a motiva��o dele para continuar no governo?”.
Sobre o fim do Renda Brasil, que sequer come�ou, Ganime destacou que o projeto corria o risco de ser reformado no Congresso e pesar demais no Estado.
O parlamentar ressaltou, no entanto, que � preciso um programa de distribui��o de renda mais efetivo e eficiente: “O simbolismo (pol�tico) � o mais relevante, nesse caso, que o impacto de curto prazo na economia. O Congresso estava muito mais focado nas reformas tribut�ria, administrativa, que preocupados com o Renda Brasil. Conseguimos avan�ar nas pautas econ�micas. S� espero que (a crise) n�o tire energia”.
Sobre o estudo da equipe econ�mica, de congelar aposentadorias para financiar o Renda Brasil, Ganime afirmou que � uma quest�o “delicada”. “Quando falamos de aposentadoria, falamos de pessoas em uma faixa de idade que � vulner�vel, podem ter problemas e precisam da corre��o monet�ria. Por outro lado, o sistema previdenci�rio � respons�vel por transfer�ncia de renda invertida, com os mais pobres financiando os mais ricos. Ent�o depende muito de como seria esse congelamento. Estamos falando de grandes sal�rios?”.
O l�der do Podemos, deputado L�o Moraes (RO), se posicionou contr�rio ao modelo que a equipe econ�mica encontrou para financiar o Renda Brasil. Para ele, da forma proposta, o melhor seria manter o Bolsa Fam�lia.
“Claramente, o presidente Bolsonaro ficou insatisfeito com a proposta da equipe econ�mica para o Renda Brasil. Semanas atr�s, ele j� havia dito que jamais iria tirar ‘dinheiro dos pobres para dar aos paup�rrimos’”, recordou.
“(Bolsonaro) deu uma segunda chance, mas a equipe econ�mica retoma o Renda Brasil e exige como contraproposta o congelamento de aposentadorias, redu��o de benef�cios para os idosos e pessoas com defici�ncia. Substituir o Bolsa Fam�lia por um programa que vai piorar a vida das pessoas mais vulner�veis, ainda mais em um momento de crise como esse, seria uma covardia. Chega de colocar a popula��o de baixa renda para pagar a conta. Os cortes t�m que ser feitos no andar de cima, � l� que a equipe do Paulo Guedes tem que focar, e n�o na popula��o mais carente”, afirmou.
L�der da minoria no Congresso, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) v� o presidente da Rep�blica em uma situa��o complicada, pois acredita que, para que Bolsonaro cumpra com o que quer, ter� que furar o teto de gastos.
“O JB est� em uma encalacrada. No fundo, ele precisa, para fazer o que ele promete, romper o teto de gastos para melhorar o Bolsa Fam�lia. A solu��o dos assessores tira dos aposentados. Isso n�o tem condi��o e ele sabe que n�o tem condi��es pol�ticas de fazer isso. Tem que aumentar o imposto dos bilion�rios, e isso eles n�o querem fazer. Quem sofre que � o povo”, criticou.
Para Zarattini, Muitas das mudan�as tribut�rias que o pa�s precisa, o presidente poderia fazer via projeto de lei, levantando recurso para financiar os programas sociais.
“Ele pode fazer muitas coisas. Aprovar PL tributando a distribui��o de lucros e dividendos, mudar a tributa��o do rendimento de capital, mudar a tabela do Imposto de Renda. Uma das coisas que precisamos fazer � a reforma tribut�ria, mas n�o esse projeto Baleia Rossi (MDB-SP). Precisamos de implantar uma tributa��o progressiva. Somos a favor da simplifica��o, mas com progressividade”, defendeu.
Amplia��o do Bolsa Fam�lia
O l�der destacou que o Bolsa Fam�lia ter� que passar por um refor�o: “O Bolsa Fam�lia continua do jeito que estava. A diferen�a � que estamos em um pa�s com 20 milh�es de desempregados. Fomos de 11 milh�es para 20 milh�es. Voc� precisa ampliar o Bolsa Fam�lia. O PT apresentou um projeto com valores maiores e mais gente sendo atendida, com tributa��o sobre lucros e dividendos e grandes fortunas que d� pra fazer por PL”.
“Conseguimos aprovar o aux�lio emergencial de R$ 600. N�o h� clima (para aprovar um PL nesses moldes) agora. Mas pode ser que daqui a um tempinho sim. A redu��o do aux�lio vai criar uma insatisfa��o da popula��o”, pontuou.
Questionado sobre quanto acredita que Guedes ficar� no governo, ele disse que o ministro est� perdendo o lugar: “O Guedes s� est� interessado em salvar o sistema financeiro, os grandes empres�rios. � uma pol�tica liberal extrema. Ele n�o tem interesse em salvar o povo. � um desmonte. Acho que ele n�o tem condi��es de avan�ar nessa pauta. Agora, tem gente que fica no governo para cuidar da vida”.