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Estado de Minas POL�TICA

Recurso da Globo � negado e censura a documentos sobre 'rachadinhas' � mantida

Em nota, a emissora disse que a decis�o judicial � um 'cerceamento � liberdade de informar, uma vez que a investiga��o � de interesse de toda a sociedade'


16/09/2020 22:02 - atualizado 16/09/2020 22:16

A decisão atendeu pedido da defesa do senador(foto: Reprodução/Redes Sociais)
A decis�o atendeu pedido da defesa do senador (foto: Reprodu��o/Redes Sociais)
O desembargador F�bio Dutra, da 1ª C�mara C�vel do Tribunal de Justi�a do Rio, negou recurso apresentado pela TV Globo e manteve liminar que pro�be a emissora de divulgar documentos do caso das 'rachadinhas' envolvendo o senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O processo est� sob sigilo.

Em nota, a emissora disse que a decis�o judicial � um 'cerceamento � liberdade de informar, uma vez que a investiga��o � de interesse de toda a sociedade'. A TV Globo tamb�m afirmou que avalia provid�ncias legais cab�veis.

A liminar que pro�be a emissora de divulgar documentos do caso das 'rachadinhas' foi deferida pela ju�za Cristina Serra Feij�, da 33ª Vara C�vel do Rio, que alegou risco de dano � 'imagem' de Fl�vio Bolsonaro caso as pe�as fossem veiculadas pela TV Globo.

Segundo a magistrada, sua decis�o 'n�o diz respeito propriamente � liberdade de imprensa', mas sim � 'responsabilidade pelos danos causados pela divulga��o de documentos e informa��es'. Ela nega ter cometido censura.

"Embora admir�vel a atua��o do jornalismo investigativo na reconstru��o e apura��o dos fatos, ela esbarra nos limites da ofensa a direito personal�ssimo", afirmou Feij�. "A exposi��o indevida de documento sigiloso ou a divulga��o de informa��o protegida por sigilo pode vir a comprometer a higidez da investiga��o".

"Some-se a isto que o requerente (Fl�vio Bolsonaro) ocupa relevante cargo pol�tico e as constantes reportagens, sem qualquer d�vida, podem ter o poder de afetar sua imagem de homem p�blico e, por via transversa, comprometer sua atua��o em prol do Estado que o elegeu senador", afirmou a ju�za.

A decis�o atendeu pedido da defesa do senador, liderada pelos advogados Rodrigo Roca e Luciana Pires. Segundo Fl�vio, as reportagens investigativas sobre o caso das rachadinhas feitas pela TV Globo 'excedem' os limites da liberdade de imprensa 'ao exibir documentos sigilosos que instruem o procedimento investigat�rio', como extratos banc�rios e declara��es de imposto de renda, 'fazendo ila��es sobre patrim�nios e opera��es financeiras'.

Fl�vio Bolsonaro � investigado por peculato, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa em suposto esquema do qual faria parte seu ent�o assessor Fabr�cio Queiroz, demitido em 2018 ap�s os primeiros ind�cios de irregularidades no gabinete do filho do presidente serem revelados. Queiroz foi preso em Atibaia (SP) em junho, e cumpre pris�o domiciliar no Rio de Janeiro.

Em agosto, extratos banc�rios de Queiroz anexados � investiga��o revelaram que o ex-assessor de Fl�vio depositou 21 cheques em nome da primeira-dama Michelle Bolsonaro. As transa��es datam de outubro de 2011 a dezembro de 2016, em valores que variam de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Somados, os cheques somam R$ 72 mil.

Movimenta��o semelhante foi descoberta na conta de M�rcia Aguiar, mulher de Queiroz. Registros indicam que ela depositou outros seis cheques para Michelle no valor total de R$ 17 mil.

Entidades criticaram censura enquanto ju�za alegou ter feito decis�o t�cnica

Ap�s a decis�o, a ju�za Cristina Serra Feij� divulgou nota de esclarecimentos no site da Associa��o dos Magistrados do Rio sobre sua decis�o que proibiu a TV Globo de exibir documentos do caso das 'rachadinhas'. Segundo ela, a liminar foi 'exclusivamente t�cnica'.

"A decis�o visa preservar a seguran�a da investiga��o e a intimidade dos envolvidos", afirmou, negando se tratar de censura. "A decis�o n�o determina censura a conte�do previamente divulgado, muito menos a retirada de reportagens do ar".

A censura da magistrada provocou forte rea��o de entidades que defendem a liberdade de imprensa. Em nota, a Associa��o Nacional de Jornais (ANJ) criticou a censura e disse que a decis�o atenta 'contra a liberdade de imprensa, cerceia o direito da sociedade de ser livremente informada'. "Isso � ainda mais grave quando se tratam de informa��es de evidente interesse p�blico", apontou a ANJ.

A Associa��o Brasileira de Imprensa comparou a liminar a um ato da ditadura militar que cerceou a liberdade de imprensa no Brasil. "Parece estar se tornando praxe no pa�s a censura � imprensa, tal como existia no tempo da ditadura militar e do AI-5", diz a ABI. "� mais um atropelo � liberdade de express�o. � urgente que o STF restabele�a o imp�rio de lei".

O presidente da Associa��o Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marcelo Tr�sel, tamb�m criticou a censura imposta pela Justi�a do Rio.

"Consideramos qualquer tipo de censura pr�via inaceit�vel numa democracia, sobretudo quando o alvo da cobertura jornal�stica � uma pessoa p�blica cujo mandato foi outorgado pelo voto, o que lhe traz a obriga��o de prestar contas � sociedade. N�o tivemos acesso � senten�a, mas uma medida como essa exigiria raz�es excepcionais para se justificar", afirmou. "A decis�o da 33ª Vara C�vel do TJRJ dificulta a cobertura jornal�stica das graves den�ncias contra o senador Fl�vio Bolsonaro, violando a liberdade de imprensa e o direito � informa��o".

O senador Fl�vio Bolsonaro celebrou a medida. "N�o tenho nada a esconder e expliquei tudo nos autos, mas as narrativas que parte da imprensa inventa para desgastar minha imagem e a do Presidente Jair Messias Bolsonaro s�o criminosas. Ju�za entendeu que isso � altamente lesivo � minha defesa. Querer atribuir a mim conduta il�cita, sem o devido processo legal, configura ofensa pass�vel, inclusive, de repara��o", disse o senador.


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