
Apoiadores e aliados bolsonaristas chegaram a ser presos, tiveram endere�os vasculhados e prestaram depoimentos �s autoridades no curso das investiga��es, abertas em abril. A rela��o do grupo com o governo chegou �s autoridades atrav�s da Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) das Fake News, que repassou informa��es sobre an�ncios da Secretaria de Comunica��o da Presid�ncia da Rep�blica (Secom) em sites e p�ginas ligadas aos investigados.
A delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro afirma no relat�rio que o objetivo da investiga��o � saber se o governo federal agiu deliberadamente, com base em crit�rios ideol�gicos, ou por omiss�o no financiamento dessas p�ginas.
"A investiga��o tem o objetivo de checar se essa ocorr�ncia se deu por culpa ou por a��o ou omiss�o deliberada de permitir a ades�o da publicidade do governo federal, e a consequente monetiza��o, ao conte�do propagado. Outro ponto a ser elucidado (e que complementar�o a an�lise do material j� em curso) � se essa conduta ocorreu por v�nculos pessoais/ideol�gicos entre agentes p�blicos e os produtores de conte�do ou mesmo por articula��o entre ambos", escreveu a delegada.
A Pol�cia Federal apura ainda se os gestores p�blicos buscaram usar mecanismos disponibilizados em ferramentas de publicidade para evitar que as mensagens do governo chegassem a sites que disseminam ataques �s institui��es democr�ticas.
"N�o h� informa��es que indiquem se os agentes p�blicos respons�veis, dolosa ou culposamente, criaram crit�rios objetivos (palavras-chave, filtros ou bloqueios) que evitassem que a propaganda do governo federal fosse veiculada e monetizasse canais que difundem ideias contrarias �s professadas pelo Estado democr�tico de Direito, permitindo (i.e., n�o impedindo), com tal pr�tica, que ocorresse o repasse de recursos p�blicos com a intermedia��o de ferramentas tecnol�gicas a tais canais das redes sociais", diz o relat�rio.
O documento tamb�m coloca sob suspeita que v�nculos do grupo investigado por promover atos antidemocr�ticos com o Minist�rio da Mulher, Fam�lia e Direitos Humanos, chefiado por Damares Alves. A Pol�cia Federal aponta que a extremista Sara Fernanda Giromini e o blogueiro Oswaldo Est�quio ocuparam cargos na pasta.
"A natureza e a origem desses v�nculos e as rela��es entre essas pessoas e agentes p�blicos com atua��o nessa pasta merece aprofundamento, para corroborar ou eliminar a asser��o feita no corpo da hip�tese criminal de que tais contrata��es seriam tamb�m uma forma de distribuir fundos aos propagadores/operadores", defende a PF.
COM A PALAVRA, O MINIST�RIO DA MULHER, FAM�LIA E DIREITOS HUMANOS
A ex-servidora Sara Giromini e o ex-funcion�rio terceirizado Renan Sena, quando indiciados, n�o pertenciam mais ao quadro funcional do Minist�rio da Mulher, da Fam�lia e dos Direitos Humanos (MMFDH).
Desconhecemos qualquer investiga��o que envolva a secret�ria Sandra Terena.
Todos os membros deste Minist�rio est�o tranquilos para prestar qualquer informa��o que se fizer necess�ria para que os fatos sejam elucidados.