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Estado de Minas 'RACHADINHAS'

Mensagens, rastreio de telefones e depoimento: veja detalhes da den�ncia contra Fl�vio Bolsonaro

Minist�rio P�blico do Rio de Janeiro ofereceu den�ncia contra o atual senador e mais 16 pessoas. Se forem r�us, podem responder por lavagem de dinheiro, organiza��o criminosa e peculato


09/11/2020 10:56 - atualizado 09/11/2020 11:04

Fabrício Queiroz seria o principal operador das 'rachadinhas' no gabinete de Flávio Bolsonaro, enquanto este era deputado estadual(foto: Reprodução)
Fabr�cio Queiroz seria o principal operador das 'rachadinhas' no gabinete de Fl�vio Bolsonaro, enquanto este era deputado estadual (foto: Reprodu��o)
Na semana passada, o Minist�rio P�blico do Rio de Janeiro (MP-RJ) ofereceu den�ncia contra o senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ) pelo esquema das “rachadinhas”, que consistia na devolu��o de sal�rios de funcion�rios enquanto ele era deputado estadual. Nesse domingo (9), o programa “Fant�stico”, da TV Globo, divulgou o teor das investiga��es que ajudaram a embasar o documento entregue � Justi�a.

A personagem principal da den�ncia � Luiza Sousa Paes, ex-assessora de Fl�vio Bolsonaro. Ela procurou o MP e prestou depoimento contando tudo o que sabia sobre o esquema das “rachadinhas”. Na den�ncia, o �rg�o alegou que Luiza foi uma das funcion�rias que mais transferiu recursos para Fabr�cio Queiroz, tamb�m ex-colaborador do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e considerado um dos operadores do esquema.

Ao todo, Luiza transferiu cerca de R$ 155 mil apenas em devolu��o de sal�rios. Os vencimentos giravam em torno de R$ 4 mil, mas, do valor citado, a ex-assessora de Fl�vio ficava com R$ 800. Al�m dela, outros 11 funcion�rios da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) participavam do esquema, transferindo parte das remunera��es para Queiroz. Estes formavam o “n�cleo executivo” das “rachadinhas”

J� o “n�cleo operacional” era formado por Fabr�cio Queiroz e Miguel �ngelo Braga Grillo, chefe de gabinete de Fl�vio na Alerj e no Senado Federal. Grillo geria os assessores. Ap�s o dinheiro passar pela “etapa” citada, os valores chegavam a Fl�vio, que o MP considera como “n�cleo pol�tico”. O esquema, ao todo, movimentou R$ 6 milh�es, segundo o �rg�o, em 11 anos. 

E foi com dinheiro vivo que Fl�vio Bolsonaro e a mulher, Fernanda, fizeram diversas aquisi��es, como compra de apartamentos e passagens a�reas, al�m de pagamento de contas e de empregados. O “Fant�stico” mostrou que o casal pagou mais de R$ 2 mil em esp�cie em bilhetes de avi�o para Natal/RN.

Telefones rastreados


Para embasar a den�ncia de que os servidores ligados ao gabinete de Fl�vio Bolsonaro eram fantasmas, o MP rastreou os pontos onde os telefones celulares dos funcion�rios eram constantemente utilizados. Entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2017, por exemplo, per�odo em que Luiza foi funcion�ria da Alerj, registros telef�nicos mostram que ela esteve na casa apenas tr�s vezes.

Em 7 de dezembro de 2018, quando as primeiras den�ncias sobre a “rachadinha” come�aram a aparecer, Luiza se mostrou assustada em troca de mensagens com o pai. O conte�do foi anexado � den�ncia do MP.

“Caraca! Tu viu alguma parte do 'Jornal Hoje'? Bateu direto naquele neg�cio do Queiroz. Direto isso, a foto dele estampada no 'Jornal Hoje.' Agora deu ruim", digitou Luiza.

Ela, ent�o, passou a pedir conselhos para o pai sobre o que fazer com os recibos dos dep�sitos feitos a Queiroz, citando, tamb�m, encontros com o advogado do ex-assessor e com o defensor de Fl�vio naquela �poca, Lu�s Gustavo Botto Maia, tamb�m funcion�rio da Alerj. O pai de Luiza, ent�o, respondeu.

“Contanto que te tire disso e esque�a isso de uma vez e a gente possa viver nossa vida normalmente, ele que invente as hist�rias dele l�.”

Luiza tamb�m contou para o pai que havia sido chamada � Alerj para preencher a folha de ponto, que nunca assinou. “Oi, pai. (…) Parece que falta algum ponto que n�o t� assinado. S� que eu n�o lembro de ter assinado algum ponto, entendeu?.”

“Eles querem pegar um ‘bucha’ que � pra ver se desentoca alguma coisa”, respondeu o pai.

No entanto, a den�ncia aponta que Luiza esteve na Alerj em 24 de janeiro de 2019, a pedido de Queiroz, para assinar as folhas de ponto de 2017, que estavam em branco. A ex-assessora foi orientada a fraudar os documentos para despistar as investiga��es sobre as "rachadinhas".

Numa outra troca de mensagens, Luiza comentou com o pai sobre a quebra de sigilo banc�rio, com a autoriza��o da Justi�a, em abril de 2019. Na ocasi�o, Luiza e outras 94 pessoas ligadas a Fl�vio Bolsonaro passaram pelo procedimento.

“J� viu as not�cias? Quebraram o sigilo banc�rio de um monte de gente. Provavelmente o meu tamb�m”, diz Luiza. 

“J� vi e j� estragou meu dia”, lamentou o pai.

Denunciados


Al�m de Fl�vio Bolsonaro, Fabr�cio Queiroz e Luiza de Souza Paes, outras 14 pessoas tamb�m foram denunciadas pelo Minist�rio P�blico. Entre elas est�o a m�e e a mulher de Adriano da N�brega, ex-PM do Rio e acusado de chefiar um grupo de exterm�nio com fortes liga��es com a mil�cia. 

Adriano, que foi morto na Bahia em fevereiro deste ano ap�s uma opera��o policial, teria feito repasses a Queiroz que chegariam na ordem de R$ 400 mil.

Se a den�ncia for aceita pela Justi�a, todos os denunciados v�o se tornar r�us e podem responder por lavagem de dinheiro, organiza��o criminosa e peculato. As penas podem chegar at� 12 anos de pris�o.

O MP pede que, ao terminar o processo, Fl�vio perca o cargo de senador. O �rg�o solicitou, tamb�m, o apartamento, que teria sido comprado com dinheiro il�cito, al�m do pagamento de mais de R$ 6 milh�es, que teriam sido desviados dos cofres p�blicos.

Respostas


� TV Globo, a defesa de Luiza de Souza Paes disse que ainda n�o foi notificada da den�ncia e que n�o vai comentar o caso. A defesa de Queiroz, por sua vez, afirmou que as acusa��es n�o correspondem � verdade e que a inoc�ncia dele ser� devidamente demonstrada.

A defesa de Miguel  ngelo Braga Grillo, Fernanda Bolsonaro e de Fl�vio Bolsonaro classificou a den�ncia como "cr�nica macabra e mal engendrada" e que vai se manifestar na Justi�a, assim que for notificada.

A Alerj disse que as responsabilidades sobre as respectivas frequ�ncias dos funcion�rios dos gabinetes s�o dos deputados e que a presid�ncia da casa n�o tem conhecimento sobre a eventual pr�tica de rachadinhas envolvendo Luiza Paes e Fabr�cio Queiroz. A casa disse, ainda, que est� colaborando com as investiga��es. 

As defesas de Lu�s Gustavo Botto Maia, da m�e e da esposa de Adriano da N�brega n�o foram encontradas.


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