Vice-l�der do governo Alexandre Kalil (PSD), Dami�o � filiado a uma legenda que apoiou Jo�o V�tor Xavier (Cidadania) no pleito deste ano. Apesar disso, manteve neutralidade na disputa pelo Executivo. Assim, cr� que a op��o do Democratas n�o deixar� manchas no relacionamento com o prefeito. Descontente com os efeitos da polariza��o entre esquerda e direita, o vereador se decepcionou com as ofensas trocadas durante as reuni�es plen�rias. Na vis�o de Dami�o, os pronunciamentos agressivos precisam cessar. “Ningu�m tem o direito de ir ao microfone para esculhambar a vida do outro”, sustenta, defendendo a uni�o dos pares em prol de ideias positivas.
Qual a prioridade de seu segundo mandato?
A mesma do primeiro. Trabalhar pelas pessoas mais simples e mais pobres, principalmente.
Como dar continuidade a esse trabalho?
Ver, junto � prefeitura, o que se pode fazer em rela��o aos trabalhos sociais que envolvem as comunidades carentes de Belo Horizonte e os trabalhos sociais que envolvem a Secretaria de Esportes, que s�o muito fr�geis. Pouca coisa � feita. A periferia de BH praticamente n�o tem acesso � cultura e ao esporte. Precisamos promov�-los mais para a periferia. Essa � uma das metas do nosso mandato. N�o s� com leis que incentivem esse tipo de trabalho junto � prefeitura, mas buscar parcerias para fazer esses trabalhos nas comunidades.
O senhor j� pensa em projetos de lei para a pr�xima legislatura?
A gente apresentou alguns, que foram aprovados e ajudaram, por exemplo, os campos de futebol amador, que estavam completamente abandonados em BH. Fizemos uma parceria p�blico-privada, sem gastar um real da prefeitura, e j� revitalizamos quase 20 campos. Sem envolver dinheiro p�blico, a gente conseguiu abrir quatro escolinhas de futebol para 200 crian�as cada, em campos de futebol da prefeitura. � continuar esse trabalho. N�o � apenas o trabalho que se refere �s leis.
Fora a demanda por cultura e esporte nas periferias, h� alguma outra bandeira que pretende encampar?
Fortalecer a Guarda Municipal, que � fortalecer a seguran�a p�blica da cidade. (� preciso) buscar parcerias com o estado para aumentar o n�mero de bases m�veis na cidade. Os n�meros mostram que elas fizeram com que a criminalidade na capital diminu�sse muito nos �ltimos dois anos – principalmente no �ltimo. A gente precisa aumentar (o n�mero de bases) e, para isso, temos que ter parceria entre o governo e a prefeitura.
O senhor � vice-l�der do governo Kalil, mas comp�e um partido que apoiou Jo�o V�tor Xavier. Como equilibrar as duas coisas? Pretende continuar na base aliada?
� um novo mandato para todo mundo. Ele (Kalil) tem o direito de escolher outras pessoas se quiser, pois � um novo mandato, e tem o direito de manter (as atuais lideran�as). N�o interfere em nada o fato de estar no Democratas. J� estava no partido antes e continuo (vice) l�der dele. Minha rela��o com o Alexandre � muito maior que a rela��o entre vereador e prefeito. � uma rela��o de amizade, que nasceu antes de ele se tornar prefeito e de eu me tornar vereador. Foi isso que fez com que eu me tornasse um dos l�deres dele na C�mara.
O Democratas fez um vereador s�. Como ser� compor a bancada de ‘um homem s�’?
Serei l�der de mim mesmo. N�o vejo necessidade de fazer parcerias com outros partidos para aprovar projetos. A necessidade, dentro da C�mara, � de parcerias entre os vereadores, independentemente de partidos, coisa que a gente n�o viu neste mandato. A gente tem que ter parcerias para aprovar o que � melhor para a cidade, e parar com muita vaidade que existe ali. N�o aprova o projeto de fulano por ele ser da direita, n�o aprova o de ciclano por ele ser da esquerda, e esquece se o projeto � bom – ou n�o – para a cidade. No pr�ximo mandato, vou deixar isso bem claro. Aprovo o que � bom para BH. Se for da direita, da esquerda ou do centro, pouco importa.
Como avalia a atual legislatura? O que pode melhorar para 2021?
Esses quatro anos, para mim e para outros, foram um grande aprendizado. Mostrou para todos n�s – principalmente os 17 que ficaram – que quem n�o fizer vai sair. Ficaram os que a cidade achou que fizeram por BH. Ent�o, � melhor as pessoas dentro da C�mara se unirem para resolver os problemas da cidade. Ali, temos que ter democracia e discuss�o. Ataques n�o s�o necess�rios. Ningu�m tem o direito de ir ao microfone para esculhambar a vida do outro. (GP)