
Ganha for�a no Congresso a ideia de o recesso de fim de ano ser cancelado, e lideran�as do parlamento t�m comandado um processo de articula��o para tentar convencer o presidente do Legislativo, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a suspender as f�rias de deputados e senadores.
� consenso entre os parlamentares que o Congresso n�o pode parar os trabalhos quando a pandemia volta a apresentar n�meros preocupantes de infec��es e mortes, sobretudo porque o governo federal, mesmo pressionado, ainda n�o oficializou o plano de imuniza��o contra a doen�a.
Dessa forma, muitos congressistas acreditam que o recesso do Parlamento, que come�a no pr�ximo dia 22 e s� termina em 1º de fevereiro, pode deixar essa quest�o longe de ser resolvida, visto que o presidente Jair Bolsonaro estaria sozinho na Pra�a dos Tr�s Poderes durante esse per�odo.
Al�m das pautas relativas � crise sanit�ria, deputados e senadores temem que a falta de atividade parlamentar, nesse intervalo, atrase ainda mais a discuss�o de temas econ�micos.
O Or�amento de 2021, por exemplo, ainda n�o foi votado. “Injustific�vel o Congresso e o Judici�rio fecharem as portas durante essa grave crise no Brasil. Se o governo n�o garante a vacina��o do povo, o Congresso deve faz�-lo”, ponderou a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR).
O tema entrou de vez nas conversas dos parlamentares depois que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) usou as redes sociais, nesta semana, para defender o cancelamento do recesso.
Ontem, no plen�rio da Casa, ele refor�ou a ideia e fez um apelo a Alcolumbre para que as atividades n�o sejam paralisadas at� fevereiro do ano que vem.
“Nessa circunst�ncia... Sem n�s termos resolvido, ainda, a quest�o da imuniza��o. Sem prazo, sem nenhuma defini��o... N�s n�o temos Or�amento, n�s n�o temos o que colocar no lugar do aux�lio emergencial. N�s temos um deficit de R$ 1 trilh�o. Fazer recesso, neste ano excepcional, para n�s que estamos em casa, fazer um recesso para continuarmos em casa, � um acinte � sociedade”, observou o senador.
Calheiros ganhou o respaldo do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Nas redes sociais, o deputado disse que � a favor de que o Congresso trabalhe em janeiro para aprovar, principalmente, a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) Emergencial, que trata da regulamenta��o dos gatilhos que devem ser acionados no caso de descumprimento do teto de gastos.
“Com mais de 180 mil mortos e o agravamento da pandemia, o Congresso precisa estar atuante ao lado da popula��o, contra o v�rus, para ajudar neste momento t�o dif�cil para o Brasil”, disse Maia.
A dificuldade ser� conseguir o apoio de Alcolumbre, que tem resistido em concordar com o cancelamento do recesso. Interpelado por Calheiros, ontem, ele n�o se manifestou.
O parlamentar tem ponderado a assessores que o Congresso pode pagar caro, caso n�o cesse os trabalhos neste fim de ano, pois teria de arcar com custos extras aos servidores bem como com outras despesas.
Ele, no entanto, n�o citou valores.
O que tamb�m pesa para a postura de Alcolumbre � que ele v� motiva��es pol�ticas por tr�s das inten��es dos congressistas que querem manter a atividade do Legislativo nos pr�ximos dois meses — Calheiros deve rivalizar com o atual chefe da Casa para recolocar o MDB na chefia do Congresso.
O componente pol�tico envolvido na suspens�o do recesso tamb�m desagrada a Bolsonaro.O maior receio do chefe do Executivo � de que Maia aumente o prest�gio entre os deputados e amplie as chances de o sucessor dele derrotar Arthur Lira (PP-AL), que conta com o apoio do Executivo.