
O presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse do plen�rio, nesta sexta-feira (18/12), que o presidente Jair Bolsonaro mente e adota o mesmo discurso de "extremistas bolsominios". Ontem, durante a live semanal, o chefe do governo acusou o parlamentar de ser o respons�vel pelo n�o pagamento do 13º sal�rio aos benefici�rios do Bolsa Fam�lia, por ter, segundo ele, deixado caducar a medida provis�ria que trata do assunto.
Em rea��o, Maia chegou a amea�ar colocar na pauta de vota��es desta sexta-feira a MP do aux�lio emergencial residual, que inclui o pagamento do 13º do Bolsa Fam�lia, mas recuou da ideia.
O deputado respondeu �s acusa��es de Bolsonaro da tribuna do plen�rio, algo incomum entre os presidentes da C�mara. "Mentiu em rela��o � minha pessoa", disse o parlamentar.
"Ali�s, muita coincid�ncia da narrativa que ele usou ontem com a narrativa que os 'bolsominions' usam h� um ano comigo, em rela��o �s medidas provis�rias que perdem validade na Casa", afirmou o deputado.
Bastante irritado, Maia prosseguiu: "� a mesma narrativa. A narrativa que eu deixei caducar a MP do 13 º (sal�rio do Bolsa Fam�lia) n�o vem de hoje. Peguem as redes sociais dos extremistas bolsominions que voc�s v�o ver:'Rodrigo Maia derruba e caduca Medida Provis�ria do 13º do Bolsa Fam�lia'".
O deputado tamb�m afirmou que ser� "leal advers�rio do presidente" e admitiu que pode tamb�m ser "aliado do governo" em alguns assuntos. "Continuarei sendo leal advers�rio do presidente da Rep�blica naquilo que � ruim para o Brasil. E serei aliado do governo, n�o do presidente, nas pautas que modernizam o Estado brasileiro, respeitando o limite de gastos."
O presidente da C�mara ainda acusou o governo de ser incompetente. Ele disse que "a popula��o n�o merece pagar a conta da incompet�ncia e da falta de coragem do governo" em fazer a reestrutura��o das despesas do Estado.
Negacionismo e aliados do presidente
Sem citar nomes, Rodrigo Maia criticou aliados do chefe do Executivo, afirmando que Bolsonaro gosta de pessoas que, na verdade, "jogam pelas costas".
Segundo ele, "o presidente n�o gosta de advers�rios que jogam de forma aberta e transparente" e "prefere os aliados, que ele vai conhecer um dia alguns, que est�o sempre jogando pelas costas, e, quando podem, a gente sabe o que fazem com os governos".
Maia acrescentou que o governo agiu com "negacionismo cient�fico" durante a pandemia de COVID-19 e lembrou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, "ficou um m�s no Rio de Janeiro".
"Garantimos o pa�s funcionando porque o negacionismo do governo e a depress�o do ministro da Economia fizeram com que o Parlamento assumisse esse papel", afirmou o presidente da C�mara.
A MP 1.000
No in�cio da tarde desta sexta-feira, o l�der do governo na C�mara, Ricardo Barros (PP-PR), admitiu que foi o pr�prio Executivo que pediu para que a MP nº 1.000, assinada por Bolsonaro (que trata da prorroga��o do aux�lio emergencial), n�o fosse votada.
Essa MP, enviada pelo governo em setembro, prorrogou o aux�lio emergencial at� dezembro de 2020 e reduziu o valor do pagamento para R$ 300.
Quando a oposi��o conseguiu incluir no texto da MP o pagamento do 13 º do Bolsa Fam�lia e anunciou que apresentaria um destaque para aumentar o valor para R$ 600, a base governista passou a fazer obstru��o para evitar a vota��o da mat�ria.
No discurso da tribuna, Rodrigo Maia disse que faltou coragem a Bolsonaro para debater o 13º do Bolsa Fam�lia: "Quando voc� disputa uma elei��o para ser presidente do Brasil, voc� assume a responsabilidade de dar o norte do nosso pa�s". Infelizmente, n�o � o que tem acontecido n�s �ltimos quase dois anos. E digo mais: se o presidente da Rep�blica tivesse tido coragem, poder�amos estar discutindo o 13º do Bolsa Fam�lia aqui hoje, poder�amos estar discutindo a expans�o do aux�lio emergencial".
Maia continuou: "Se, hoje, o governo n�o consegue promover uma melhora no Bolsa Fam�lia para esses milh�es de brasileiros que ficar�o sem nada a partir de 1º de janeiro, a responsabilidade � exclusiva dele (Bolsonaro), que tem um governo que � liberal na economia mas n�o tem coragem de implementar essa pol�tica dentro do governo e, principalmente, dentro do Parlamento".