
O governador do Maranh�o, Fl�vio Dino (PCdoB), foi um dos que defendeu Haddad. "Indiscut�vel o direito de qualquer partido lan�ar candidato" a presidente. "As quest�es s�o outras: Qual o programa e quais as alian�as para derrotar Bolsonaro? Pois, se h� uma coisa que n�o temos 'direito', � a de perder novamente para ele e prolongar tantas trag�dias", ressaltou Dino, apontado como um dos nomes poss�veis a comandar essa frente ampla de esquerda contra Bolsonaro.
Aliado do tamb�m ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE), o deputado Andr� Figueiredo (PDT-CE) reagiu de forma negativa � declara��o de Haddad. O parlamentar criticou o PT por j� demonstrar que novamente n�o abrir� m�o de uma eventual cabe�a de chapa para apoiar Ciro, nome mais bem colocado atualmente, segundo ele.
"Sinceramente, quem pensaria que seria diferente? O exemplo da Cristina Kirchner nunca servir� para Lula. S� que, dessa vez, n�o ser� bem assim. Ciro Gomes cresce a cada dia. Venceremos!", disse o parlamentar cearense, em refer�ncia ao pleito realizado na Argentina em 2019, quando a ex-presidente Cristina Kirchner, derrotada em 2015 por Maur�cio Macri, abriu m�o de encabe�ar a chapa e venceu a elei��o como vice do atual presidente, Alberto Fern�ndez.
A pol�mica sobre o PT encabe�ar ou n�o uma eventual chapa presidencial em 2022 contra a reelei��o do presidente Jair Bolsonaro veio � tona depois que Haddad anunciou que rodaria o Brasil por recomenda��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. "Ele (Lula) me chamou para uma conversa no �ltimo s�bado e disse que n�o temos mais tempo para esperar", disse Haddad em entrevista na noite de quinta-feira, 4. "Ele me pediu para colocar o bloco na rua e eu aceitei."
No dia seguinte, o petista reafirmou que seu nome est� colocado. "Se n�s n�o come�armos agora a discutir com o Pa�s, 2021, combater a fome, o desemprego e a quest�o sanit�ria, n�s n�o vamos ter 2022", disse.
Cr�ticas
Entre os descontentes tamb�m est� o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, que classifica a decis�o de Lula e Haddad como uma dificuldade para que a esquerda possa se alinhar em torno de um nome s�.
"Com certeza, (Haddad) vai ficar falando apenas para os lulistas e petistas", disse. Segundo Freire, a disposi��o do ex-prefeito ainda pode criar obst�culos e mal-estar para setores da esquerda que consideram cada vez menor a chance de uma alian�a com o PT.
Em uma posi��o intermedi�ria, l�deres do PSOL, como o deputado federal Marcelo Freixo (RJ) e Guilherme Boulos, evitaram criticar abertamente Fernando Haddad e Lula, mas se posicionaram contra a decis�o de definir um nome neste momento. Ambos afirmaram que o momento � adequado para a constru��o de um projeto conjunto.
"O PT tem o direito de lan�ar nomes para 2022. E eu tenho o direito de defender que o melhor caminho para a esquerda � construir um programa unit�rio e depois definir nomes. No mais, Haddad � meu amigo e um grande quadro. O resto � intriga de quem vive da pequena pol�tica", escreveu Boulos na noite de sexta.
Ap�s o �ltimo posicionamento de Boulos, parlamentares e militantes do PT e de siglas aliadas sa�ram em defesa de Haddad, de sua poss�vel candidatura e apontaram que o partido j� possui as linhas gerais de um plano que possa unificar a esquerda. Reconstruir o Pa�s, livr�-lo do fascismo, distribuir riqueza e renda, criar emprego e atender aos mais pobres foram alguns dos pontos listados pelo deputado ga�cho Bohn Gass (PT).
Apesar do debate entre os integrantes dos diversos partidos, um tu�te da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, surgiu como um aceno ao di�logo. Nele, ela diz que o partido est� lan�ando uma lideran�a ao debate nacional e que s� vai escolher nomes "l� na frente".
"Todos os partidos t�m legitimidade para apresentarem suas lideran�as para debater o Brasil. Isso n�o impede a constru��o, desde j�, de um movimento de unidade em torno de um projeto para salvar o Pa�s dessa crise medonha e enfrentar Bolsonaro. L� na frente conversamos sobre nomes".