
O senador Chico Rodrigues (DEM-RR), pego com R$ 33,1 mil na cueca em opera��o da Pol�cia Federal, reassumiu o mandato nesta quinta-feira (18/2). Seu nome, que constava no sistema do Senado como senador fora de exerc�cio, agora est� no rol dos parlamentares em exerc�cio. A assessoria do parlamentar confirmou o seu retorno ao trabalho.
Ele havia solicitado afastamento por 121 dias, prazo que se encerrou nesta quinta. Na quarta-feira (17), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Lu�s Roberto Barroso n�o prorrogou o afastamento do senador.
Em sua decis�o, o magistrado “levou em considera��o que n�o h� fatos recentes que justifiquem uma nova decis�o de afastamento do mandato”. Tamb�m foi considerado o fato de n�o haver, at� o presente momento, den�ncia por parte do Minist�rio P�blico.
Assim, o ministro entendeu que n�o h� ind�cios de que o senador possa prejudicar o andamento das investiga��es.
Em outubro do ano passado, Barroso determinou o afastamento do senador ap�s a Pol�cia Federal apreender R$ 33,1 mil que estavam escondidos na cueca do parlamentar. Ele era vice-l�der do governo Bolsonaro.
Para evitar desgastes, o senador pediu licen�a por 121 dias, e o afastamento foi revogado pelo ministro, relator do caso no Supremo. Barroso manteve, contudo, o afastamento do senador na comiss�o que discute destina��o de valores para combate � pandemia da COVID-19.
Isso porque Chico Rodrigues foi pego com dinheiro na cueca durante a Opera��o Desvid-19, que apura esquema de desvio de verbas p�blicas oriundas de emendas parlamentares que eram destinadas ao combate � pandemia da COVID-19 em Roraima, no �mbito da Secretaria de Estado da Sa�de.
Ele era alvo de busca e apreens�o. Barroso pontuou, ainda, que pode rever a decis�o, “caso sobrevenha not�cia de alguma irregularidade”.
Sobre o impedimento de que ele volte � comiss�o, o ministro pontuou que “seria um contrassenso permitir que o investigado pelos supostos desvios viabilizados pela atua��o na comiss�o parlamentar voltasse a nela atuar no curso da investiga��o”, afirmou.
Dinheiro na cueca
Conforme relat�rio da PF, Chico estava com R$ 15 mil “no interior de sua cueca, pr�ximo �s suas n�degas”, e mais R$ 18.150 nas vestes �ntimas.
Em sua decis�o, Barroso “levou em considera��o que n�o h� fatos recentes que justifiquem uma nova decis�o de afastamento do mandato”.
O senador � investigado por suposta participa��o em esquema de fraude e dispensa de licita��es, peculato e organiza��o criminosa voltada ao desvio de recursos federais destinados ao combate da pandemia em Roraima.
Na �poca da opera��o, o senador era vice-l�der do governo. Ele empregava em seu gabinete Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como L�o �ndio, que � primo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro – do senador Fl�vio (Republicanos-RJ), do deputado Eduardo (PSL-SP) e do vererador do Rio de Janeiro Carlos – chamados pelo presidente de 01, 02 e 03, respectivamente.
Esfriar o caso
A situa��o envolvendo o senador teve ampla repercuss�o, mas o movimento no Senado foi no sentido de deixar as coisas esfriarem, com a possibilidade de salvar o mandato de Chico Rodrigues e, ao mesmo tempo, evitar que parlamentares tivessem que votar um afastamento do colega ou mesmo tenham que defend�-lo publicamente.
Foi feita uma representa��o contra o senador no Conselho de �tica, mas os trabalhos estavam suspensos por uma resolu��o da mesa diretora desde o primeiro semestre devido � pandemia do novo coronav�rus.
At� hoje, n�o houve aprecia��o do caso no Conselho. Apesar de o regimento do Senado prever que em licen�as acima de 120 dias ser necess�ria a convoca��o de suplente, ningu�m assumiu o cargo do senador.
O primeiro suplente � seu filho, Pedro Arthur Rodrigues (DEM), e o segundo suplente � On�simo Cruz.
A assessoria de imprensa do senador disse que n�o houve convoca��o por parte do Senado.