Temeroso com os reflexos que o arrocho nas regras para a compra de muni��es pode causar, Haddad diz que o presidente pode fomentar uma 'guerra civil' caso n�o consiga a reelei��o no pr�ximo ano.
“Existe uma camada enorme da popula��o que n�o aceita os termos que Bolsonaro coloca para o pa�s. Que n�o aceita essa guerra que ele est� querendo deflagrar. Bolsonaro est� preparando at� uma guerra civil, dependendo do resultado eleitoral de 2022. � uma pessoa que est� armando as mil�cias do pa�s como aconteceu na Bol�via. A bandidagem est� comprando armas gra�as aos decretos de liberaliza��o. Ele � uma pessoa muito inst�vel psicologicamente falando e perigosa”, afirmou.
O ex-prefeito de S�o Paulo tamb�m lembrou dos ataques feitos pelo presidente a institui��es democr�ticas, como o Supremo Tribunal Federal (STF). Em maio do ano passado, Bolsonaro esteve em um ato antidemocr�tico contra a Suprema Corte. Ele chegou a garantir que n�o admitiria mais 'interfer�ncias'.
“Bolsonaro est� fugindo do debate o tempo todo, s� fala do que interessa. Interessa a ele, n�o ao pa�s. Fica falando de cloroquina, quantas vezes ele pronunciou a palavra cloroquina no �ltimo ano? Voc� j� fez essa conta? Quantas pessoas foram levadas � morte por entender, acharem, que tinha tratamento precoce para COVID-19, por causa do Bolsonaro? Quantas amea�as ele fez �s institui��es do pa�s? Isso � o que temos que discutir”, defendeu.
Decretos sobre armas
Neste m�s, o presidente publicou quatro decretos sobre armas. Com as altera��es, cidad�os comuns aptos a adquirir rev�lveres poder�o ter at� seis exemplares – e n�o quatro. O laudo de capacidade t�cnica exigido para atiradores e ca�adores poder� ser substitu�do por um certificado emitido por clubes de tiro. Esse grupo poder� tamb�m comprar at� 2 mil muni��es por ano, ante o limite de 1 mil que vigorava at� a edi��o das medidas. Comerciantes de armas de press�o, como as de chumbinho, n�o precisar�o mais de registro no Ex�rcito.
A edi��o de decretos � prerrogativa do chefe do Executivo e, ao contr�rio de projetos de lei e propostas de emenda � Constitui��o (PEC), n�o precisa do aval do Senado e da C�mara dos Deputados para que comecem a valer. O Congresso, contudo, pode derrub�-los por meio de Projeto de Decreto Legislativo (PDL).
Agendas com mineiros
Nesta quinta, Haddad se encontra com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). A ideia � apresentar a ele o Plano de Reconstru��o Nacional tra�ado pelo PT e discutir alternativas ao bolsonarismo. Devem estar presentes figuras como a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, e o mineiro Luiz Dulci, secret�rio-geral da Presid�ncia da Rep�blica entre 2003 e 2011.
Nessa quarta (24/02), Haddad foi a Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de BH. Ele visitou o local de rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o. O ex-presidenci�vel esteve com a correligion�ria Mar�lia Campos, prefeita de Contagem. Hoje, vai se encontrar com Margarida Salom�o, de Juiz de Fora.
Essa � a primeira de uma s�rie de viagens a serem feitas por Haddad. Ele foi prefeito de S�o Paulo de 2013 a 2017. Entre 2005 e 2012, foi ministro da Educa��o.