
O Brasil j� registra mais de 24 mil mortes e quase 12 milh�es de casos confirmados de COVID-19. O domingo foi o pior desde o come�o da pandemia, uma vez que o pa�s contabilizou, nas �ltimas 24 horas, 1.290 vidas perdidas.
Mesmo diante do colapso no sistema de sa�de e das filas de espera por leitos em diversos Estados do Pa�s, Bolsonaro mant�m postura contr�ria a medidas de fechamento de atividade econ�mica determinadas por governadores. Durante a semana, o chefe do Executivo chegou a insinuar a possibilidade de decretar estado de s�tio, mas depois negou que usaria a medida extrema, quando questionado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Na quinta-feira (18/03), Bolsonaro assinou A��o Direta de Inconstitucionalidade (ADI) da Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) apresentada ao Supremo para derrubar decretos estaduais de tr�s governadores contendo medidas restritivas, como toque de recolher.
No Legislativo, menos de um m�s da vit�ria dos candidatos governistas nas elei��es internas, a parceria com o Centr�o se alterou de um estado de "lua de mel" para cobran�as p�blicas e amea�as veladas de abertura de impeachment e CPI para investigar o Planalto.
"Pode ter certeza de uma coisa: minha for�a vem de Deus e de voc�s. Se algu�m acha que algum dia abriremos m�o da nossa liberdade est�o enganados (sic)", declarou. O presidente chegou ao local acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Os dois usavam m�scara, mas ele a retirou para falar com os apoiadores.
Aos presentes, Bolsonaro disse que contava com dois ex�rcitos: o verde-oliva e a popula��o. O presidente tamb�m declarou que as For�as Armadas devem atuar pela democracia e pela liberdade. "Voc�s me deram um voto de confian�a na elei��o de 2018. Enquanto eu for presidente, s� Deus me tira daqui. Eu estarei com voc�s", garantiu. Em �xtase, apoiadores gritaram a favor da reelei��o de Bolsonaro.
Diante da queda de sua popularidade devido ao ritmo lento da vacina��o, Bolsonaro tomou atitude oposta � do ano passado. H� um ano, apenas 10 dias depois de a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) declarar que a COVID-19 havia se transformado em uma pandemia, Bolsonaro evitou comemora��es p�blicas e reuniu apenas os filhos e as netas. Ele se limitou a gravar um v�deo com mensagem de esperan�a sobre o tratamento da doen�a. Na ocasi�o, a informa��o era a de que o coronav�rus havia contaminado 904 pessoas e matado dez pessoas no Brasil.
A maioria das pessoas presentes neste domingo em frente � resid�ncia oficial estava vestida de verde e amarelo. Algumas portavam bandeiras do Brasil. Grande parte dos apoiadores n�o estava de m�scara.
Bolsonaro e Michele chegaram ao ponto de encontro com m�scara - ela com um vestido c�qui - e acenaram para os populares. Um alambrado de metal separava o presidente das pessoas. Do lado de dentro, havia um bolo com a foto de Bolsonaro em uma mesa com bal�es e enfeites nas cores verde e amarela.
�s 14h20, os apoiadores cantaram o tradicional "Parab�ns a voc�". Muitas das pessoas gritavam "parab�ns" e diziam seu Estado de origem.
Bolsonaro tamb�m defendeu as a��es do governo na �rea econ�mica. Enfatizou em sua fala que o aux�lio emergencial concedido no ano passado - e que voltar� a ser pago a partir do m�s que vem - para as pessoas que est�o passando por necessidade "� o maior projeto social do mundo", mesmo com a redu��o expressiva dos valores, de R$ 600 para R$ 250, e do p�blico que ser� beneficiado neste ano.
"O povo precisou e atendemos. O que o povo mais pede para mim agora �: ‘quero trabalhar’", disse. Na sequ�ncia, os apoiadores entoaram em conjunto: "queremos trabalhar".
O presidente manteve o tom do pronunciamento e disse que o trabalho dignifica o homem e a mulher. "Ningu�m quer viver de favor do Estado porque, quem vive de favor, abre m�o de sua liberdade", afirmou. "Vamos vencer essa batalha. Podem ter a certeza de que estamos no lado do bem. N�o queremos que o Brasil mergulhe no socialismo. N�o trilharemos esse caminho", garantiu. Em resposta, populares come�aram a gritar "mito", "a nossa bandeira jamais ser� vermelha" e um trecho do Hino da Independ�ncia: "Ou ficar a p�tria livre ou morrer pelo Brasil".
Depois do discurso, Bolsonaro cortou o bolo e deu o primeiro peda�o a uma crian�a que estava do outro lado do alambrado. Um menino tamb�m pulou o cercado para abra�ar o presidente. Michelle tamb�m falou rapidamente. Agradeceu os presentes e, em especial o "carinho com a vida do Jair e com a minha vida".
O presidente ainda pegou uma crian�a que estava com a camisa do Palmeiras - mesmo time de Bolsonaro - e a colocou em seus ombros. Os presentes passaram, ent�o, a rezar o Pai Nosso. Na sequ�ncia, pediram ao casal que se beijasse e, mais uma vez, Michelle e Bolsonaro tiram as m�scaras para atender ao povo. Antes de sair do local, o presidente ainda colocou outra menina em seus ombros, tirou selfies, ouviu pedidos dos presentes e recebeu uma ora��o.
Mais cedo, em mais uma tentativa de ajustar o discurso contr�rio � vacina��o que manteve durante todo o ano de 2020, Bolsonaro usou as redes sociais para exaltar a chegada das primeiras vacinas oriundas do Cons�rcio Covax Facility, da AstraZeneca, produzidas na Coreia do Sul, e a distribui��o de novas doses de imunizantes produzidos pela Fiocruz e pelo Instituto Butantan.
No exterior, o Brasil gera preocupa��es. A nova cepa brasileira j� foi identificada al�m da fronteira e � motivo de preocupa��o entre autoridades da regi�o. Peru e Col�mbia proibiram voos do Brasil. O Uruguai mandou mais doses de vacinas para a fronteira com o Rio Grande do Sul. Quem vai do Brasil para o Chile precisa ficar em quarentena. Os argentinos impuseram restri��es � entrada de brasileiros e a Venezuela tem medo da nova variante surgida no Pa�s.
No s�bado (20/03), o governo brasileiro informou, por meio do Itamaraty, que come�ou tratativas com os Estados Unidos sobre eventual importa��o de doses de vacinas contra covid-19 no dia 13 de mar�o. A movimenta��o do Brasil, no entanto, aconteceu depois de requisi��o semelhante feita por outros pa�ses e tamb�m ap�s a Casa Branca ser pressionada pela comunidade internacional para compartilhar doses paradas.
No dia 11 de mar�o, o jornal "The New York Times" revelou que pa�ses haviam requisitado o excedente de vacinas de Oxford/AstraZeneca que n�o est�o em uso. Segundo o jornal, autoridades do governo Biden j� discutiam a possibilidade de enviar doses ao Brasil, que � considerado o novo epicentro do coronav�rus e um celeiro mundial de novas cepas, antes mesmo do pedido do governo brasileiro.
Neste domingo, o Minist�rio da Sa�de admitiu que o cumprimento dos prazos previstos no cronograma de entrega de vacinas depende dos laborat�rios fabricantes. A informa��o do minist�rio foi divulgada ap�s not�cia do jornal O Globo, com base em informa��es da Ag�ncia Reuters, apontar um prov�vel atraso na entrega de vacinas AstraZeneca/Oxford com produ��o pelo laborat�rio Serum, da �ndia.
A nota do Minist�rio da Sa�de ressalta que o contrato firmado com o laborat�rio Serum prev� a entrega de 2 milh�es de doses da vacina AstraZeneca/Oxford importadas por m�s, em abril, maio, junho e julho, totalizando 8 milh�es ao fim de julho. A pasta, no entanto, admite que trabalha com a possibilidade de atraso pelo fornecedor, embora tenha dito que n�o havia sido informada pela fabricante na �ndia a respeito do poss�vel atraso na entrega das doses do Serum.
"� importante esclarecer que o cronograma de entregas de doses, enviado pelos laborat�rios fabricantes para o Minist�rio, pode sofrer constantes altera��es, de acordo com a produ��o dos insumos", disse.
