
Ao escolher o general Paulo S�rgio no Ex�rcito, Bolsonaro repete a ex-presidente Dilma Rousseff ao quebrar a tradi��o de escolher o oficial mais antigo para comandar a tropa. O nomeado era o terceiro pelo crit�rio de antiguidade.
Uma entrevista do general, chefe do Departamento-Geral do Pessoal, foi apontada como uma das raz�es para Bolsonaro ter demitido o agora ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva. Ao Correio Braziliense, o militar apontou a possibilidade de uma 3ª onda da COVID-19 no pa�s nos pr�ximos meses e defendeu lockdown, contrariando o que prega o presidente, cr�tico a medidas de isolamento social.
Dois generais ouvidos pela reportagem afirmaram ao Estado de S�o Paulo que Bolsonaro defendeu uma puni��o ao oficial, mas Azevedo n�o concordou. O presidente, ent�o, pediu a demiss�o do ministro.
Outros fatores tamb�m contribu�ram para a queda de Azevedo:
1) ter mandado o general Eduardo Pazuello de volta para o quartel, quando Bolsonaro queria aloc�-lo na Esplanada;
2) se recusou a confrontar decis�es do Supremo Tribunal Federal, como queria o presidente;
3) se recusou a trocar o comandante do Ex�rcito, Edson Pujol, com quem Bolsonaro nunca teve boas rela��es.
Com a decis�o, por�m, Bolsonaro tenta apaziguar os �nimos e passar para a tropa que vai manter a continuidade. O general Paulo S�rgio � pr�ximo de Azevedo.
Preterido na escolha, o general mais antigo na c�pula do Ex�rcito, general Jos� Luiz Freitas, elogiou a escolha pelas redes sociais. "Escolhido o novo Comandante do Ex�rcito, Gen Paulo S�rgio, excepcional figura humana e profissional exemplar. Como n�o poderia deixar de ser, continuaremos unidos e coesos, trabalhando incansavelmente pelo Ex�rcito de Caxias e pelo Brasil!", postou.
Marinha e Aeron�utica
Na Marinha, o escolhido por Bolsonaro foi o almirante Almir Garnier. Neste caso, o presidente tamb�m ignorou a tradi��o e optou pelo segundo da lista de antiguidade.Na Aeron�utica, assumir� o brigadeiro Carlos Almeida Baptista Junior, que demonstra nas redes sociais ser afinado ao governo, compartilhando mensagens ligadas a grupos de direita. Ele era o primeiro no crit�rio de antiguidade.
Mais cedo, antes das escolhas serem anunciadas, o vice-presidente Hamilton Mour�o defendeu o respeito ao crit�rio de antiguidade na escolha da nova c�pula militar.
"Eu julgo que a escolha tem que ser feita dentro do princ�pio da antiguidade, at� porque foi uma substitui��o que n�o era prevista. Quando � uma substitui��o prevista, � distinto. Ent�o, se escolhe dentro da antiguidade e segue o baile", afirmou o vice, que � general da reserva.
O presidente tamb�m havia sido aconselhado a seguir a lista para n�o criar atritos com generais mais experientes.
Isso porque os oficiais mais antigos passam � reserva se um militar mais "moderno", com menos tempo de Ex�rcito, for al�ado ao comando. A aposentadoria n�o � uma regra compuls�ria, mas costuma ter for�a de norma n�o escrita nos quart�is.
Os oficiais costumam pedir para deixar a ativa como forma de n�o serem comandados por um antigo subordinado, uma invers�o na hierarquia.