
Bras�lia – O Pal�cio do Planalto ainda n�o reconheceu a derrota para a oposi��o na instala��o da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) que vai investigar as a��es do governo na pandemia e os repasses federais para estados e munic�pios e manobra para impedir que o senador Omar Aziz (PSD-AM) assuma o comando dos trabalhos, e indique como relator o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
A batalha � travada apesar de o l�der do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), ter dito a ambos que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) n�o se op�e a que assumam, respectivamente, os dois cargos da comiss�o.
Nesse domingo (18/04), o senador governista Eduardo Gir�o (Podemos-CE), que havia apresentado o pedido de uma CPI para investigar estados e munic�pios, anunciou que pretende disputar a presid�ncia da CPI e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), aliado incondicional de Bolsonaro, voltou a insistir que o centro das investiga��es deve ser o desvio de recursos destinados pelo Minist�rio da Sa�de aos governadores e prefeitos.
Na sexta-feira, o chefe da casa Civil, general Luiz Ramos, fez a �ltima tentativa de evitar que o senador Renan Calheiros fosse o relator da CPI, mas n�o teve sucesso. Diante disso, o objetivo do governo passou a ser derrotar Aziz, visto como uma amea�a ao governo, principalmente porque a crise da sa�de em Manaus � o principal objeto de investiga��o da CPI.
Mirando nessa dire��o, o alvo principal ser� o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Sa�de, e o grupo de militares que comandou a pasta na sua gest�o de forma desastrosa. Preocupado com a situa��o, Bolsonaro pretende, inclusive, incorporar Pazuello ao seu estado-maior no Pal�cio do Planalto, nomeando-o para a Secretaria de Moderniza��o do Estado.
Mirando nessa dire��o, o alvo principal ser� o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Sa�de, e o grupo de militares que comandou a pasta na sua gest�o de forma desastrosa. Preocupado com a situa��o, Bolsonaro pretende, inclusive, incorporar Pazuello ao seu estado-maior no Pal�cio do Planalto, nomeando-o para a Secretaria de Moderniza��o do Estado.
O governo s� conta com quatro senadores na comiss�o. Al�m de Gir�o e Nogueira, tem apoios de Marcos Rog�rio (DEM-RO) e Jorginho Melo (PL-SC). Aziz, Renan; o l�der do MDB, Eduardo Braga (AM), e Tasso Jereissati (PSDB) divergem do grupo assumidamente oposicionista – formado por Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Humberto Costa (PT-PE) e Otto Alencar (PSD-BA) – apenas por causa da pol�tica econ�mica. Esse “grupo independente” por� o governo nas cordas durante a CPI.
Vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento de instala��o da CPI e not�rio oposicionista, reiterou ontem que a CPI investigar� a crise do Sistema �nico de Sa�de (SUS) em Manaus e outros fatos relativos � atua��o do governo durante a pandemia, como atraso na compra de vacinas e a falta de insumos para funcionamento de unidades de terapia intensiva (UTIs). Entretanto, o primeiro objetivo ser� reunir os principais cientistas do pa�s para mudar o curso do combate � pandemia.
“N�s n�o podemos mudar o come�o da hist�ria da pandemia, mas ainda podemos mudar o final. Vamos convocar os melhores infectologistas, epidemiologistas, bi�logos e sanitaristas para isso.” Randolfe Rodrigues elogiou a atua��o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-RJ), por ter instalado a CPI conforme o requerimento que apresentou e por ter assegurado condi��es plenas para o seu funcionamento, dentro dos protocolos de seguran�a sanit�ria.
“O presidente Pacheco n�o interferiu no funcionamento da comiss�o”, destacou o senador oposicionista, a prop�sito da batalha surda pelo controle das investiga��es que ocorre nos bastidores. Segundo Randolfe, o senador Alessando Vieira (Cidadania-SE), que � delegado de pol�cia e seu suplente, est� preparando um roteiro para as investiga��es.
Cloroquina
Uma das linhas de investiga��o da comiss�o ser� o rastro da compra de grandes estoques de hidroxicloroquina, apesar da grande quantidade produzida pelo laborat�rio do Ex�rcito, a mando do presidente Bolsonaro. Ainda restam 1,8 milh�o de comprimidos nos estoques.
Ser�o investigados o empres�rio Renato Spallicci, dono do Laborat�rio Apsen Farmac�utica, que produz o Reuquinol, do qual Bolsonaro fez propaganda em uma de suas lives. A empresa assinou dois contratos de empr�stimo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) em 2020, no total de R$ 153 milh�es, para investir em atividades de pesquisa e ampliar sua capacidade produtiva.
Outro que est� na mira da CPI � Carlos Sanchez, dono dos Laborat�rios EMS e Germed, que produz um gen�rico do medicamento. Por duas vezes, o empres�rio se reuniu com Bolsonaro, antes da aprova��o pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) para teste da hidroxicloroquina contra a COVID-19.
Ogari de Castro Pacheco, dono do Laborat�rio Crist�lia, que recebeu a visita do presidente Bolsonaro na inaugura��o de uma das plantas do laborat�rio, em Itapira (SP), tamb�m ser� investigado. O laborat�rio franc�s Sanofi-Aventis, que tem autoriza��o para vender o medicamento no Brasil, do qual o ex-presidente dos EUA Donald Trump � um dos propriet�rios, tamb�m est� no raio de a��o da CPI. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) propaganda do Plaquino, a hidroxcloroquina francesa.
ALVOS QUE PREOCUPAM
Linhas de investiga��o da CPI
Contratos feitos com laborat�rios para compra de grandes estoques de hidroxicloroquina
Os atrasos at� que o governo se decidisse a tentar negociar a aquisi��o de vacinas contra a COVID-19
As a��es n�o s� do ex-ministro da sa�de, Eduardo Pazuello, como da equipe, que n�o miraram a escassez de medicamentos e insumos para as UTIs