
O chefe do Poder Executivo tem falado desde o segundo semestre do ano passado que conversa com integrantes do PSL para voltar a ser um deles, mas tamb�m negocia com outras legendas. No m�s passado ele afirmou que estava "namorando" um partido para ser "dono".
"Abril est� bom (como prazo para definir). O duro foi quando eu me candidatei (em 2018), que eu acertei em fevereiro, mar�o (do ano da elei��o), em cima da hora", disse o presidente.
Bolsonaro deixou o PSL em novembro de 2019 ap�s desaven�as com o presidente da sigla, o deputado Luciano Bivar (PE). O principal motivo foi o controle do cofre da legenda, que se tornou uma superpot�ncia partid�ria ao eleger 54 deputados, quatro senadores e tr�s governadores na esteira do bolsonarismo. Com isso, a ex-sigla do presidente deve ter a maior fatia dos recursos p�blicos destinados a partidos pol�ticos neste ano, de R$ 103,2 milh�es.
O Estad�o ouviu de membros da c�pula do PSL que, para voltar � legenda, o presidente cobrou um "alinhamento ideol�gico" e a expuls�o de deputados que t�m feito cr�ticas mais fortes a ele, como J�nior Bozzella (PSL-SP), Julian Lemos (PSL-PB), Joice Hasselmann (PSL-SP) e Delegado Waldir (PSL-GO).
Integrantes do PSL afirmam que as conversas para o retorno ao partido pelo qual se elegeu presidente em 2018 est�o na fase de aprofundamento e que Bolsonaro "namora" o partido. Para o chefe do Executivo, � importante ter uma legenda com um bom tempo de televis�o e acesso � verba partid�ria e eleitoral, at� mesmo para poder fazer frente a uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
O projeto de reelei��o de Bolsonaro tamb�m visa o comando de diret�rios estaduais do partido no Nordeste. Hoje h� rivais do presidente em estados nordestinos, como os deputados Julian Lemos (PSL-PB) e Heitor Freire (PSL-CE), que coordenam os diret�rios partid�rios de seus Estados. Tamb�m � o objetivo de Bolsonaro retomar o comando do partido no Rio de Janeiro e em S�o Paulo, que antes do racha eram chefiados respectivamente pelo senador Fl�vio Bolsonaro, hoje no Republicanos, e pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filhos do presidente.
A ponte entre Bolsonaro e o PSL � feita pelo advogado Antonio Rueda, vice-presidente nacional da sigla e coordenador do diret�rio do Distrito Federal. A �ltima vez que Rueda e Bolsonaro conversaram foi h� um m�s, quando o presidente refor�ou a vontade de voltar ao partido e foi discutido um panorama geral sobre o cen�rio pol�tico brasileiro.
O vice-presidente do PSL tenta conciliar a vontade de Bolsonaro com a da ala do partido que � cr�tica a ele. O Estad�o apurou que as diverg�ncias s�o tratadas por Rueda com naturalidade e que a tarefa dele tem sido conversar para resolver os atritos e abrir caminho para a filia��o.
O div�rcio com a legenda come�ou em outubro de 2019, quando Bolsonaro disse para um apoiador "esquecer" o PSL e foi desencadeada a crise que culminou no racha do partido e na consequente sa�da do presidente da Rep�blica da legenda.
Ato cont�nuo � decis�o, bolsonaristas articularam a cria��o de uma nova legenda, que seria batizada de Alian�a Pelo Brasil. No entanto, a cria��o da sigla tem patinado e os articuladores t�m enfrentado dificuldades para reunirem as assinaturas necess�rias para conseguir o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Alian�a [pelo Brasil]? Quase... Muito pequena a chance de sair. J� estou atrasado, j�, n�o tenho outro partido, espero que esse m�s eu resolva", declarou o presidente nesta segunda.
Aliados. Deputados aliados de Bolsonaro no PSL acreditam que � poss�vel que o presidente volte ao partido. "Tudo � poss�vel, mas ainda n�o est� decidido", declarou a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), uma das mais fervorosas apoiadoras bolsonaristas.
Luiz Lima (PSL-RJ) segue a mesma linha e cr� em um retorno do presidente. "Vejo uma enorme possibilidade, sempre lutei por isso e n�o tenho d�vida que � a melhor escolha".
O deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) concorda com a ideia de Bolsonaro de expulsar os membros do PSL que t�m sido cr�ticos ao presidente.
"H� possibilidade de reatar, possibilidade real. As conversas est�o nesse sentido, mas h� um impasse que � a quest�o dos tra�ras. Existe ali uns oito ou dez no m�ximo que t�m que sair do partido para que a gente possa restabelecer o PSL como o partido do presidente. Eu acredito que deva avan�ar. Eles sabem que mais importante para o PSL � a vinda do presidente do que ficar um bando de �ngua que n�o ajuda em nada, n�o contribui com nada", afirmou Jordy.