
Em mar�o, dois deputados federais e sete integrantes da Assembleia Legislativa endere�aram a Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, of�cio solicitando pleito interno j� no meio deste ano, quando o mandato de Newton Cardoso J�nior se encerra. O encontro desta quarta est� previsto para come�ar �s 10h30.
Opositores fazem duras cr�ticas � gest�o de Newtinho, como � conhecido o filho de Newton Cardoso, governador de Minas entre 1987 e 1991. O documento solicitando a interven��o nacional contempla diversas acusa��es. Os signat�rios dizem que o parlamentar tem “estilo absolutista” e n�o re�ne a Comiss�o Executiva do MDB para tomar decis�es. O grupo alega, tamb�m, que o presidente estadual utiliza o diret�rio mineiro como “extens�o do gabinete parlamentar” mantido por ele na C�mara dos Deputados.
Se Newton Cardoso J�nior n�o conseguir mais um ano de mandato, o MDB precisar� constituir comiss�o provis�ria para promover nova elei��o. Caso isso aconte�a, o atual presidente pode participar da disputa para tentar voltar ao comando.
“Se ele (Newton Cardoso J�nior) ganhar, tudo bem. Mas tudo indica que ele n�o ganha a elei��o. Ele est� levando o partido s� para proveito pr�prio e n�o tem trabalhado pelo coletivo”, afirma o deputado federal Mauro Lopes, um dos emedebistas ouvidos pelo Estado de Minas.
Outro interlocutor consultado pela reportagem, mas sob a condi��o de anonimato, ressaltou a indigna��o das bancadas estadual e federal ante a postura de Newton J�nior. Uma das justificativas trata de suposto “distanciamento” entre a dire��o do MDB e seus representantes no Legislativo.
Na Assembleia, o MDB tem Leon�dio Bou�as, Thiago Cota, Celise Laviola, Douglas Melo, Jo�o Magalh�es, Tadeu Martins Leite e S�vio Souza Cruz. Todos eles assinaram o of�cio solicitando a interven��o nacional.
No que tange aos representantes do MDB mineiro na C�mara dos Deputados, fora Mauro Lopes, o pedido de interven��o � subscrito por Herc�lio Coelho Diniz. F�bio Ramalho, que foi candidato avulso ao comando do Parlamento Nacional, n�o assinou.
Procurado, Newton Cardoso J�nior diz, por meio de sua assessoria, esperar que a reuni�o desta quarta sirva para “que o MDB busque o caminho que promova um maior crescimento do partido em Minas Gerais”.
Extens�o de mandatos atingiu Baleia, estados e munic�pios de MG
A prorroga��o dos mandatos t�m sido pr�tica recorrente no partido. Em fevereiro, sem a necessidade de nova elei��o, Baleia foi reconduzido � presid�ncia nacional at� julho do pr�ximo ano.
Ao tratar das extens�es, Mauro Lopes diz que expediente do tipo n�o foi adotado em Minas Gerais por causa da “p�ssima situa��o” em que se encontra o partido. Segundo ele, o diret�rio � “muito mal administrado” por Newtinho.
Mauro � pai de Adalclever Lopes, ex-presidente da Assembleia de Minas e, agora, secret�rio de Governo de Alexandre Kalil (PSD) na Prefeitura de Belo Horizonte.
Apesar de a Executiva nacional emedebista n�o ter prorrogado o mandato da comiss�o estadual, a vig�ncia de gest�es municipais foi alongada at� o fim de maio.
Leon�dio Bou�as, que lidera a bancada do partido no parlamento mineiro, foi ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) solicitar a suspens�o do ato. O parlamentar alega que as prorroga��es n�o seguiram o estatuto do partido, que determina consulta pr�via � Comiss�o Executiva da legenda sobre o tema. Ele aponta que a decis�o foi tomada unilateralmente por Newton Cardoso J�nior.
Dissolu��o de gest�es municipais gerou mal-estar
Antes das elei��es municipais do ano passado, o MDB enfrentou a dissolu��o de diversas diretorias locais do partido. A decis�o, tomada em cidades como Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de BH, Igaratinga e Ara�jo — ambas no Centro-Oeste — deixou lideran�as insatisfeitas.
Uma das solicita��es da ala antag�nica a Newtinho � que o agendamento de conven��es municipais seja interrompido. Os filiados argumentam que, por ora, as reuni�es servem somente para a “elei��o de delegados direcionados � perpetua��o da atual gest�o”.
Os deputados descontentes com Newton Cardoso J�nior sustentam que as mudan�as afetaram negativamente o desempenho da agremia��o nas urnas. Em 2016, a bandeira emedebista conquistou 194 prefeituras mineiras; em 2020, foram 98.
� �poca das dissolu��es, o presidente estadual garantiu que as medidas n�o foram tomadas por motiva��es pol�ticas. Newton J�nior argumentou que houve casos de infidelidade partid�ria e aus�ncia de compromissos para o lan�amento de candidaturas.