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Estado de Minas BOLSONARO NA PANDEMIA

CPI da COVID preocupa governo para elei��es de 2022

Especialistas avaliam que CPI deve causar preju�zos aos planos de recondu��o de Bolsonaro, mas, se ocorrer vacina��o em massa, desgaste diminuir�


02/05/2021 09:11 - atualizado 02/05/2021 09:24

CPI se torna um problema a mais para o presidente Jair Bolsonaro (foto: Evaristo Sa/ AFP )
CPI se torna um problema a mais para o presidente Jair Bolsonaro (foto: Evaristo Sa/ AFP )

A preocupa��o do governo federal com a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da COVID tem direta rela��o com as elei��es de 2022. � que o colegiado se torna um problema a mais para o presidente Jair Bolsonaro equilibrar at� l�, al�m de uma poss�vel terceira onda da pandemia, a dificuldade de vacinar a popula��o, o desemprego e o Or�amento apertado. E se em p�blico o chefe do Executivo diz n�o se preocupar com o colegiado, nos bastidores o assunto domina o Pal�cio do Planalto.

H�, ainda, um agravante. Inapto nas articula��es com o Congresso desde o in�cio do mandato, Bolsonaro sabe que a CPI n�o s� dar� trabalho ao governo como jogar� luz sobre cada problema que a pandemia causar e os erros cometidos no combate ao coronav�rus.

A CPI tem dura��o definida de 90 dias, mas a expectativa � de que seja prorrogada por igual per�odo. Caso isso se concretize, os trabalhos dos parlamentares s� terminar�o no fim do ano, quando os candidatos �s elei��es de 2022 j� estar�o se apresentando.

Parlamentares independentes, governistas e oposi��o admitem que ser� dif�cil para Bolsonaro se descolar do pr�prio negacionismo e das consequ�ncias de suas a��es. Para o senador Lasier Martins (Podemos-RS), se o colegiado durar at� dezembro e ficar sob press�o da oposi��o, causar� “um profundo preju�zo” para a candidatura do presidente.
“V�o insistir nas omiss�es, nos descasos, na contram�o da m�scara, de recusar a contrata��o de vacina. S�o erros graves. Ao que tudo indica, isso ser� trazido para a CPI. Se acontecer, vai provocar um preju�zo inevit�vel para Bolsonaro”, avalia. Ele diz ter votado no presidente, mas revela descontentamento. “� indispens�vel surgir uma terceira via (a Bolsonaro e ao PT). Votei nele, mas tenho sofrido decep��es. Teremos grandes dificuldades econ�micas. Precisamos que surja um terceiro”, frisa.

J� o senador Jayme Campos (DEM-MT) � cr�tico da CPI e insiste na mesma tecla de Bolsonaro, de que o colegiado precisa investigar governadores e prefeitos. Ele tamb�m diz n�o acreditar que os trabalhos durem at� dezembro, mas admite que o grupo mal come�ou e j� traz preju�zos. “N�o h� como negar. � preciso saber, no fim, sobre quem vai recair o desgaste. Algu�m vai pagar a conta. Quem conduziu mal a pol�tica? Vai responsabilizar autoridades? Houve negacionismo? A CPI tem papel preponderante para esclarecer alguns pontos e n�o pode virar palanque eleitoral”, argumenta, lembrando que governadores tamb�m devem estar no alvo das atividades.

Integrante do colegiado, Humberto Costa (PT-PE) afirma que a comiss�o levar� ao conhecimento da popula��o omiss�es do governo federal no enfrentamento � crise sanit�ria e a��es de desvio de dinheiro p�blico por parte de governadores. “A CPI tem todas as condi��es de revelar � sociedade e ao Brasil tudo o que aconteceu e as responsabilidades. Eu acredito que pode, sim, mudar a opini�o das pessoas, especialmente no que diz respeito � a��o do governo federal”, frisa. “A gente pode deixar claras para todo mundo as atitudes que produziram esse quadro dif�cil que passamos agora e que certamente ter�o repercuss�es eleitorais.”


Ant�doto

Para o analista pol�tico Melillo Dinis, do portal Intelig�ncia Pol�tica, o cen�rio pand�mico ter� impacto nas pretens�es de Bolsonaro. A tend�ncia � de que o n�mero de mortos cres�a, bem como a crise econ�mica, a fome e o desemprego. Na opini�o dele, o governo tem raz�o em estar preocupado, embora atue de forma capenga na articula��o. “O governo age com amadorismo. Todo esse medo significa confiss�o de culpa. Era muito melhor atribuir isso � crise da pandemia, mas o governo leva para o colo todo o pandem�nio com esse tipo de atitude. � impressionante o conjunto de tiros no p� que o governo oferece contra si pr�prio”, destaca.

Segundo Melillo, a CPI deve abrir um flanco para a chamada terceira via. E um dos candidatos � justamente o ex-ministro da Sa�de Luiz Henrique Mandetta, que vai depor no colegiado na pr�xima ter�a-feira. “O primeiro que vai abrir o flanco para fora da polariza��o � candidat�ssimo, chamado Luiz Mandetta. Na ter�a, estreia com esse personagem, algu�m que tentou resolver a confus�o e n�o foi adiante pelo negacionismo do presidente”, ressalta o especialista.

Segundo o analista pol�tico Creomar de Souza, da Consultoria Dharma, o governo ainda tem como trunfo a vacina��o. Se conseguir imunizantes e acelerar o processo, pode evitar parte do desgaste com um “erramos, mas entregamos”. Para ele, o colegiado atinge a candidatura do chefe do Planalto porque ser� um processo de sangria constante para o Executivo. “Bolsonaro tem um piso de 23% (de apoiadores) que � alto, mas o teto est� diminuindo. A CPI pode fazer com que esse teto diminua cada vez mais, gerando um desgaste via convoca��es, depoimentos e embates legislativos”, afirma. “Os senadores n�o v�o querer que acabe em pizza, pois isso tamb�m traria efeito eleitoral. E o governo precisa ajustar uma agenda que mostre efetividade. Vacinar muito, e muito r�pido”, enfatiza.

“V�o insistir nas omiss�es, nos descasos, na contram�o da m�scara, de recusar a contrata��o de vacina. S�o erros graves. Ao que tudo indica, isso ser� trazido para a CPI. Se acontecer, vai provocar um preju�zo inevit�vel para Bolsonaro”

Lasier Martins, senador

“A CPI tem papel preponderante para esclarecer alguns pontos e n�o pode virar palanque eleitoral”

Jayme Campos, senador


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