
Diferentemente de outras testemunhas, Pazuello est� sob prote��o de um habeas corpus admitido pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu a ele o direito de n�o responder a perguntas que possam incrimin�-lo. O magistrado enfatizou, no entanto, que o general continuar� obrigado a revelar “tudo o que souber ou tiver ci�ncia” sobre fatos relacionados a terceiros.
Pazuello ainda � militar da ativa e, ao mesmo tempo em que pode comprometer o governo, corre o risco de impactar a credibilidade das For�as Armadas. Ele comunicou a interlocutores que pretende ir fardado ao depoimento. Dentro do Ex�rcito, por�m, existe um movimento para que isso n�o ocorra. Integrantes da pr�pria comiss�o enviaram comunicados ao comandante da For�a, general Paulo S�rgio, para que o ex-ministro seja impedido de ir ao Senado vestindo os s�mbolos da institui��o.
Ao longo da sess�o, Pazuello ser� questionado sobre as diretrizes do Minist�rio da Sa�de para o combate � COVID-19, a recomenda��o do uso de medicamentos sem efic�cia contra a doen�a, a atua��o de Bolsonaro nas a��es de sa�de, o atraso para a aquisi��o de vacinas e a exist�ncia de uma assessoria paralela para tratar da pandemia, que teria a participa��o do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho 02 do chefe do Planalto.
O general � o �ltimo dos ministros que ocuparam a pasta na crise sanit�ria a depor na comiss�o. Apesar de figurar como testemunha no colegiado, ele � investigado num inqu�rito aberto pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) para avaliar as responsabilidades pela crise da falta de oxig�nio em hospitais de Manaus. Pazuello esteve na cidade dias antes de as unidades entrarem em colapso e, em vez de garantir o suprimento do insumo, recomendou medicamentos como hidroxicloroquina, que em nada ajudaram a frear a trag�dia — dezenas de pessoas morreram sem oxig�nio.
Ontem, ele foi apontado pelo ex-ministro das Rela��es Exteriores Ernesto Ara�jo, em depoimento � CPI, como o principal respons�vel pelas decis�es em rela��o a vacinas, insumos, protocolos m�dicos e negocia��es com na��es estrangeiras, assim como cons�rcios de vacinas.
Nos �ltimos dias, Pazuello confessou a pessoas pr�ximas que teme ser preso. Chegou a receber apoio e treinamento do Pal�cio do Planalto para enfrentar o colegiado. A avalia��o � de que ele tem informa��es que podem comprometer seriamente o governo, especialmente Bolsonaro.