
A jornalistas, Salles classificou a opera��o autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de "exagerada e desnecess�ria".
"At� porque, todos os que foram inclu�dos nesta opera��o sempre estiveram � disposi��o para esclarecer quaisquer quest�es", afirmou o ministro.
Al�m de Salles, a opera��o teve como alvo o presidente do Ibama, Eduardo Bim, e mais 16 investigados.
Na decis�o em que autorizou o cumprimento de 35 mandados de busca e apreens�o, incluindo em endere�os funcionais e pessoais de Salles, al�m do afastamento do cargo do presidente do Ibama, Eduardo Bim, e de outros oito servidores p�blicos, Moraes afirma que o pedido de dilig�ncias foi feito pela pr�pria PF.
Segundo Moraes, na peti��o, a PF informou ter provas que "sinalizam, em tese, para a exist�ncia de grave esquema de facilita��o ao contrabando de produtos florestais", incluindo documentos fornecidos pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
"At� onde eu sei, uma carga foi exportada para os Estados Unidos, que pediu documentos que n�o constavam. Analisando o caso, a presid�ncia do Ibama entendeu que a regra invocada [pelas autoridades norte-americanas] j� naquela altura deveria ter sido alterada. Por isso, aparentemente, agiu de forma t�cnica", disse Salles.
O epis�dio envolvendo a embaixada norte-americana � citado na decis�o que o ministro Alexandre Moraes tornou p�blica esta manh�.
Exporta��o ilegal
Segundo o texto, em 10 de janeiro de 2020, o Servi�o de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos (FWS) deteve, no estado da Ge�rgia, a tr�s cont�ineres contendo madeira exportada do Brasil, por uma empresa com sede em Ananindeua (PA).
Segundo notifica��o enviada pela embaixada �s autoridades brasileiras, o material n�o tinha a documenta��o necess�ria para comprovar sua proced�ncia legal.
A partir da�, segundo os fatos narrados na decis�o de Moraes, o Ibama enviou "uma s�rie de respostas conflitantes", ora informando que a madeira exportada n�o tinha sido analisada pelo setor competente, ora alegando que o envio da carga cumprira toda a exig�ncia legal.
O ministro disse que n�o teve acesso a todas as informa��es do inqu�rito e destacou que o minist�rio e o Ibama sempre agiram em conson�ncia com a lei.
"Isto ficar� demonstrado nos autos do inqu�rito, conforme ele for instru�do", disse Salles, confirmando que policiais federais apreenderam documentos em seu gabinete, no minist�rio.
Salles disse que conversou com o presidente Jair Bolsonaro sobre as investiga��es. "Expliquei que, na minha opini�o, n�o h� subst�ncia em nenhuma das a��es. E que, ao que me parece, este assunto pode ser esclarecido com muita rapidez", disse o ministro.
"Entendemos que o inqu�rito foi instru�do de uma forma que acabou induzindo o ministro ao erro", acrescentou.
A Ag�ncia Brasil entrou em contato com o Ibama, mas ainda n�o teve resposta. A reportagem tamb�m procurou a Advocacia-Geral da Uni�o (AGU), que ainda n�o se manifestou. Procurada, a assessoria da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) informou que o �rg�o n�o foi consultado sobre o pedido de dilig�ncias que a PF fez ao STF, "o que, em princ�pio, pode violar o sistema constitucional acusat�rio".