
Aziz participou neste s�bado (22/5) de uma transmiss�o ao vivo do grupo Prerrogativas, que re�ne juristas e entidades representativas do Direito. "O presidente era para dizer: 'vou cancelar minha ida, porque vou criar aglomera��o, depois eu fa�o'. Era entrega de t�tulo, n�o era nem uma grande obra, nada que fosse mudar a vida de milh�es de brasileiros", disse.
Aziz cobrou de Bolsonaro uma autocr�tica sobre a insist�ncia com a hidroxicloroquina, rem�dio sem efic�cia comprovada contra a covid-19, e disse que o presidente deveria parar de ficar "brincando" e fazendo "chacotinhas" no meio da pandemia.
"Eu imaginava um presidente que pudesse estar � frente dessa pandemia, lutando para trazer vacina e imunizar o povo. E n�o querendo ser m�dico e prescrever rem�dio", afirmou.
Na �ltima transmiss�o ao vivo de Bolsonaro, que ele faz tradicionalmente �s quintas-feiras, o presidente citou parlamentares amazonenses da CPI e sugeriu que eles pensassem no Estado sem a Zona Franca de Manaus. A men��o foi interpretada como uma amea�a.
"O presidente tinha que se mudar para o Minist�rio da Sa�de em vez de fazer live e ficar brincando, fazendo chacotinha, ameacinha. Pega o telefone e liga para os principais l�deres mundiais e diz: 'olha, o Brasil tem rela��es comerciais com voc�s. Estamos precisando de vacina, kit de intuba��o'. Duvido se um l�der mundial n�o atenderia o presidente do Brasil".
Reconvoca��o
O senador Omar Aziz reafirmou que o ex-ministro da Sa�de Eduardo Pazuello ser� reconvocado para esclarecimentos � CPI. O requerimento dever� ser votado na pr�xima quarta-feira (26).
O objetivo dos senadores � refazer o interrogat�rio sem que Pazuello esteja protegido por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, como ocorreu nos dois dias em que dep�s aos senadores.
Apesar de autorizado por decis�o judicial a n�o dar respostas que pudessem incrimin�-lo, ele respondeu a todas as perguntas. No entanto, o ex-ministro fez ao menos dez alega��es enganosas sobre cloroquina, testes e vacina, como mostrou a checagem do Estad�o Verifica.
Uma ala da comiss�o avalia que o habeas corpus acabou sendo usado como salvaguarda para dar a Pazuello a possibilidade de n�o falar a verdade sem correr o risco de ser preso. Em CPIs, testemunhas convocadas t�m a obriga��o por lei de falar a verdade.
"A gente espera poder trabalhar sem a inger�ncia do Supremo nessa quest�o. Se o ministro Lewandowski assistiu, vai ver que n�o pode dar habeas corpus para um cara que mentiu", frisou Aziz. "Pazuello foi l� e defendeu Bolsonaro como se estivesse defendendo o filho dele. Talvez o pai n�o mentisse tanto pelo filho como Pazuello mentiu por Bolsonaro".
Na entrevista, o senador tamb�m fez cr�ticas aos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Disse que ambos deveriam ter apresentado as informa��es que deram � CPI quando sa�ram da pasta. Entre elas, a da proposta que chegou a ser discutida no governo de mudar a bula da cloroquina por decreto presidencial para que ela pudesse ser usada em pacientes com a COVID-19 apesar das recomenda��es contr�rias.
"Mandetta foi l�, posou de bom mo�o. Esqueceu quem estava na sala (quando a mudan�a na bula foi discutida). Sabe sim. Teich tamb�m sabe. N�o falaram a verdade, mentiram. Se l� atr�s tivessem dito isso, que pediram para que mudasse a bula da cloroquina, claro que o Congresso j� tinha tomado provid�ncia", disse.