
Os depoimentos tomados pela CPI da Covid, nesta semana, refor�aram as suspeitas de senadores independentes e da oposi��o de que o Minist�rio da Sa�de nunca teve autonomia para definir as diretrizes do combate � pandemia do novo coronav�rus.
Na pr�xima ter�a-feira, a comiss�o vai ouvir novamente o ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, o quarto a ocupar o cargo no atual governo. O m�dico foi convocado novamente depois de ser acusado de mentir no primeiro depoimento, quando assegurou que conta com total autonomia para atuar no combate � pandemia.
Diferentemente, os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Nelson Teich disseram � CPI que deixaram a pasta ap�s press�es do Planalto contra o distanciamento social e a favor do uso da hidroxicloroquina e de outros medicamentos sem efic�cia comprovada contra a covid-19.
As suspeitas sobre a falta de autonomia do minist�rio foram refor�adas na quarta-feira, no depoimento da m�dica infectologista Luana Ara�jo � CPI.
Ela relatou que, em maio, 10 dias depois de ser anunciada como chefe da Secretaria Extraordin�ria de Enfrentamento � Covid-19 da pasta, foi informada por Queiroga de que sua nomea��o acabou sendo vetada pela Casa Civil. A especialista � defensora do distanciamento social e cr�tica do uso de rem�dios sem efic�cia comprovada contra o novo coronav�rus.
Um dia antes, a CPI aprofundou as investiga��es sobre a exist�ncia de um “gabinete paralelo” ao tomar o depoimento da oncologista Nise Yamaguchi. Aos senadores, ela confirmou que, ao lado de um grupo de m�dicos e do empres�rio Carlos Wizard, vem prestando uma “consultoria informal” ao governo em quest�es relacionadas � pandemia.
A m�dica tamb�m reafirmou a defesa do uso do tratamento precoce em pacientes leves de covid-19, por meio do uso da hidroxicloroquina e de outros medicamentos .
“Existe um gabinete negacionista, um grupo que continua impedindo que os melhores quadros da ci�ncia brasileira possam contribuir no enfrentamento � pandemia”, frisou o parlamentar.
Para o senador Humberto Costa (PT-PE), titular da comiss�o, o novo depoimento de Queiroga ser� muito importante porque, ao ser ouvido em 6 de maio, ele garantiu que Bolsonaro lhe d� total autonomia para executar o combate � crise sanit�ria.