
"Nunca se discutiu na �rea t�cnica do minist�rio entre os secret�rios com o ministro essa ideia de imunidade de rebanho", afirmou. "N�o se visualizava isso. T�nhamos no��o da gravidade da pandemia e, assim como a Influenza, imagin�vamos que ter�amos que ter campanhas anuais de vacina��o", afirmou.
Elcio Franco tamb�m rebateu as declara��es do ex-secret�rio de Comunica��o e empres�rio Fabio Wajngarten e disse durante depoimento � CPI que n�o ouve "nem incompet�ncia nem inefici�ncia" no Minist�rio da Sa�de.
Em entrevista � revista Veja, Wajngarten usou os adjetivos para qualificar o trabalho da pasta e justificar ter intermediado os contratos de aquisi��o de vacinas contra a covid-19 entre o governo federal e a farmac�utica.
"Deve ter sido percep��o dele, mas n�o foi o que aconteceu", disse Franco. Para o ex-secret�rio do Minist�rio da Sa�de, entre os motivos para a demora em fechar o acordo com a Pfizer est�o "cl�usulas muito restritas" impostas pela farmac�utica, dificuldades com os termos da proposta e a falta de "garantia de sucesso da vacina". "Lembro que as exig�ncias da Pfizer eram de ativos no exterior, como o pr�dio de uma embaixada, fundo garantidor, arbitragem em Nova York, sem penalidades para atrasos na entrega de imunizantes, pagamento adiantado, isen��o completa para eventos adversos, projeto de lei, e assinatura pelo presidente da Rep�blica", relatou Franco.
De acordo com o ex-secret�rio, o Minist�rio da Sa�de esteve "sempre" negociando com a farmac�utica solu��es log�sticas e jur�dicas. Apesar das reclama��es, Franco disse n�o ter os documentos que comprovem a cronologia de negocia��o com a Pfizer desde abril.
Sobre as 53 correspond�ncias eletr�nicas que n�o tiveram resposta do Minist�rio da Sa�de, o ex-secret�rio da Sa�de disse que os contatos por e-mail foram prejudicados em uma ocasi�o por ataque hacker e em outras houve conversas por videoconfer�ncia, contato telef�nico e e-mail de resposta.
Cons�rcio Covax
Segundo Franco, entre os motivos para a contrata��o do porcentual m�nimo previsto de doses do Cons�rcio Covax, para imuniza��o de 10% da popula��o do Pa�s, est�o a contrata��o de outros imunizantes.
"Considerando que para a Influenza temos aquisi��o de cerca de 90 milh�es de doses por ano, j� t�nhamos garantido de certa forma 256 milh�es de doses", afirmou. O ex-secret�rio disse que a decis�o coube a ele, t�cnicos do minist�rio e ao ex-ministro Eduardo Pazuello, bem como � equipe jur�dica e � assessoria internacional.
Franco tamb�m justificou o baixo porcentual de doses contratadas pela entrega, at� o momento, de 3% das doses propostas aos pa�ses signat�rios. Ao Brasil, o porcentual sobe para 12%. O relator, Renan Calheiros, retrucou: "mas isso n�o justifica ter feito a op��o pelos 10%, s� se o Minist�rio fosse composto por videntes, que saberiam o que iria ocorrer, o surto na �ndia".
O que � uma CPI?
O que a CPI da COVID investiga?
Saiba como funciona uma CPI
O que a CPI pode fazer?
- chamar testemunhas para oitivas, com o compromisso de dizer a verdade
- convocar suspeitos para prestar depoimentos (h� direito ao sil�ncio)
- executar pris�es em caso de flagrante
- solicitar documentos e informa��es a �rg�os ligados � administra��o p�blica
- convocar autoridades, como ministros de Estado — ou secret�rios, no caso de CPIs estaduais — para depor
- ir a qualquer ponto do pa�s — ou do estado, no caso de CPIs criadas por assembleias legislativas — para audi�ncias e dilig�ncias
- quebrar sigilos fiscais, banc�rios e de dados se houver fundamenta��o
- solicitar a colabora��o de servidores de outros poderes
- elaborar relat�rio final contendo conclus�es obtidas pela investiga��o e recomenda��es para evitar novas ocorr�ncias como a apurada
- pedir buscas e apreens�es (exceto a domic�lios)
- solicitar o indiciamento de envolvidos nos casos apurados
O que a CPI n�o pode fazer?
Embora tenham poderes de Justi�a, as CPIs n�o podem:
- julgar ou punir investigados
- autorizar grampos telef�nicos
- solicitar pris�es preventivas ou outras medidas cautelares
- declarar a indisponibilidade de bens
- autorizar buscas e apreens�es em domic�lios
- impedir que advogados de depoentes compare�am �s oitivas e acessem
- documentos relativos � CPI
- determinar a apreens�o de passaportes

A hist�ria das CPIs no Brasil
CPIs famosas no Brasil
1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor
1993: CPI dos An�es do Or�amento (C�mara) - apurou desvios do Or�amento da Uni�o
2000: CPIs do Futebol - (Senado e C�mara, separadamente) - rela��es entre CBF, clubes e patrocinadores
2001: CPI do Pre�o do Leite (Assembleia de MG e outros Legislativos estaduais, separadamente) - apurar os valores cobrados pelo produto e as diretrizes para a formula��o dos valores
2005: CPMI dos Correios - investigar den�ncias de corrup��o na empresa estatal
2005: CPMI do Mensal�o - apurar poss�veis vantagens recebidas por parlamentares para votar a favor de projetos do governo
2006: CPI dos Bingos (C�mara) - apurar o uso de casas de jogo do bicho para crimes como lavagem de dinheiro
2006: CPI dos Sanguessugas (C�mara) - apurou poss�vel desvio de verbas destinadas � Sa�de
2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar poss�vel corrup��o na estatal de petr�leo
2015: Nova CPI do Futebol (Senado) - Investigar a CBF e o comit� organizador da Copa do Mundo de 2014
2019: CPMI das Fake News - dissemina��o de not�cias falsas na disputa eleitoral de 2018
2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de MG) - apurar as responsabilidades pelo rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o