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Estado de Minas PANDEMIA

Xingamentos e acusa��es: veja como foi depoimento de Witzel na CPI da COVID

Marcada por bate-bocas, a sess�o desta quarta-feira revelou mais informa��es sobre a a��o do governo Jair Bolsonaro durante a pandemia de COVID-19


16/06/2021 16:02 - atualizado 16/06/2021 22:06

O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou que falta diálogo entre os governos federal e estadual durante a pandemia(foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou que falta di�logo entre os governos federal e estadual durante a pandemia (foto: Jefferson Rudy/Ag�ncia Senado)
Depois de tr�s horas e 20 minutos de depoimento, o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel – que sofreu impeachment em abril deste ano –, deixou a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado, respaldado por uma decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Marcada por bate-bocas, a sess�o realizada nesta quarta-feira (16/6) revelou mais informa��es sobre a a��o do governo Jair Bolsonaro (sem partido)  durante a pandemia de COVID-19. Confira:


O isolamento dos estados


Witzel come�ou seu depoimento afirmando que a situa��o grave da COVID no Brasil poderia ter sido evitada se houvesse maior di�logo entre governos estaduais e federal. "N�s, governadores, desde o in�cio da pandemia, buscamos seguir as orienta��es da OMS", falou.

"Pedimos ao presidente da Rep�blica diversas vezes... � preciso que todas as cartas que os governadores fizeram sejam encaminhadas � CPI. Fizemos v�rias reuni�es suplicando ao presidente para que encontr�ssemos solu��es em conjunto. Como outros pa�ses encontraram", disse Witzel
 
De acordo com o governador, autoridades estaduais e municipais "ficaram totalmente desamparadas".

Witzel disse ainda que o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), foi "frontalmente atacado" nas reuni�es com o presidente Bolsonaro. "Est� tudo documentado."

Para o ex-governador do Rio, para se livrar das consequ�ncias da pandemia, o governo federal criou uma “narrativa" para "fragilizar governadores que tomaram medidas de isolamento social".

"Como � que voc� tem um pa�s onde o presidente da Rep�blica n�o dialoga com governadores? O respons�vel pelas mortes que est�o a� tem nome e precisa ser responsabilizado. Aqui e em tribunal penal internacional", afirmou.

Compara��o com Lula

O ex-governador comparou sua condena��o � do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT). "A dela��o hoje � o pau de arara moderno", comentou Witzel.

"Quem paga o tempo que o governador Witzel foi cassado? O tempo que o presidente Lula esteve preso?", completou.

Durante todo o depoimento, Witzel afirmou ser v�tima de persegui��o pol�tica e que n�o foi encontrado “nem um centavo em minhas contas”.

“Compraram o impeachment"

Para o ex-governador do Rio, que foi impedido em abril, a a��o foi financiada por terceiros. 

"Por tr�s do meu impeachment, est�o aqueles que se aliaram a esse discurso de persegui��o aos governadores. S� fui o primeiro. Depois de mim, outros foram atingidos por essas investiga��es rasas e superficiais", disse Witzel.

Caso Marielle


Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados a tiros, por disparos de metralhadora 9mm, no Rio(foto: PSOL/Reprodução)
Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados a tiros, por disparos de metralhadora 9mm, no Rio (foto: PSOL/Reprodu��o)
De acordo com Witzel, o processo de impeachment que culminou na sa�da dele do cargo teve in�cio devido ao andamento das investiga��es do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol). 

A vereadora e o motorista Anderson pedro Gomes foram assassinados a tiros por disparos de metralhadora 9mm. O sargento reformado da PM Ronie Lessa � acusado de ser o autor dos disparos, e o ex-PM �lcio Queiroz responde por dirigir o carro dos criminosos.

Passados 1.190 dias do caso, ainda n�o se sabe quem mandou matar Marielle.

Leia: Witzel diz que 'calv�rio' come�ou por investiga��o no caso Marielle
 
A vereadora estava combatendo a atua��o de milicianos de Rio das Pedras. Segundo o ex-governador do Rio, o fim de seu governo teve in�cio com a pris�o dos ex-policiais, em mar�o de 2019.

"Tudo isso come�ou porque mandei investigar, sem parcialidade, o caso Marielle", disse Witzel. "Quantos crimes de responsabilidade este homem (Bolsonaro) vai ter que cometer at� que algu�m o pare?", continuou Witzel, que chamou o governo Bolsonaro de "chavismo ao contr�rio".

Segundo o ex-governador, “todo mundo sabe” o “mandante” da morte de Marielle. 

As mil�cias


Witzel tamb�m falou sobre as mil�cias que “comandam” o Rio de Janeiro e sugeriu que est� correndo o risco de ser assassinado. "Corro risco. Tenho certeza", afirmou Witzel. "Tenho certeza de que tem milicianos por tr�s disso".

O ex-governador afirmou tamb�m ter vontade de deixar o Brasil.


Discuss�o com Fl�vio Bolsonaro


Flávio Bolsonaro bateu boca com o ex-governador(foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Fl�vio Bolsonaro bateu boca com o ex-governador (foto: Edilson Rodrigues/Ag�ncia Senado)
Antigos aliados, o ex-governador do Rio de Janeiro e o senador Fl�vio Bolsonaro (Patriota-RJ) bateram boca. A discuss�o come�ou ap�s o relator Renan Calheiros (MDL-AL) perguntar a Witzel se ele se sentia incomodado com a presen�a do filho ‘01’ do presidente, que interrompeu a fala do ex-gestor estadual em v�rios momentos. 
 
"N�o tenho problema com a presen�a do senador Fl�vio Bolsonaro. Conhe�o desde garoto, conhe�o sua fam�lia, sua m�e, a Rog�ria Bolsonaro, conhe�o seu pai de longa data. A minha quest�o aqui n�o � pessoal , minha quest�o � constitucional em defesa da democracia”, respondeu.

O senador carioca ent�o ironizou o coment�rio do ex-governador: “Que lindo discurso”.

Witzel se irritou com a interrup��o de Fl�vio Bolsonaro e declarou que n�o � "porteiro'' para ser intimidado. “Se o senhor fosse um pouquinho mais educado e menos mimado, o senhor teria respeito pelo que estou falando. O senhor me respeite”, disse para o filho do chefe do Executivo federal.

Fl�vio se defendeu dizendo que s� interrompeu Wilson Witzel porque ele e sua fam�lia foram citados, e o senador petista Rog�rio Carvalho ressaltou: "Aqui o senhor � senador, n�o filho do presidente".

Bate-boca com Jorginho Mello


O ex-governador tamb�m discutiu com o senador Jorginho Mello (PL-SC), que criticou o posicionamento do pol�tico fluminense e afirmou que ele � uma "vergonha" para o Brasil.

Durante os questionamentos, Jorginho afirmou que Witzel foi uma “nega��o” como juiz.

“Envergonhou a Justi�a brasileira. Imagino s� a amargura dos que voc� meteu a ‘caneta’. Saiu do cargo de juiz para virar governador e, na primeira oportunidade, fez uma lamban�a”, disse.

Segundo Jorginho, o ex-governador finge ser um “santo”: "O senhor diz que � um santo, mas � uma vergonha para a magistratura".

“Essa � uma afirma��o leviana”, respondeu Witzel. “Leviano � o senhor que foi cassado”, rebateu o parlamentar.

“A sua afirma��o foi leviana”, disse mais uma vez o ex-governador. “O senhor vem aqui bancar de mo�o. Foi cassado por unanimidade”, pontuou o senador. “Por um tribunal parcial”, respondeu Witzel. 

Em seguida, Witzel disse que “lamentavelmente”, para "decep��o" de Jorginho, ele n�o foi uma vergonha para o Judici�rio. 
 
 


Abandono do depoimento


Respaldado por uma decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF), Wilson Witzel encerrou sua participa��o na CPI da COVID.

A decis�o foi tomada em meio a um questionamento do senador Eduardo Gir�o (Podemos-CE) sobre gastos p�blicos com respiradores.

Leia: CPI da COVID: apoiado por decis�o do STF, Wilson Witzel abandona depoimento

“Senador Gir�o, o depoente vai se retirar. Ele est� embasado, determino. A comiss�o foi notificada da decis�o do ministro Nunes Marques do habeas corpus n�mero 203/227, impetrado em favor do depoente Wilson Witzel, com o seguinte dispositivo: defira o pedido de habeas corpus para dispensar o paciente caso queira de comparecer perante � CPI da Pandemia e, em caso de op��o pelo comparecimento, garantir o direito ao sil�ncio ao n�o assumir o compromisso de falar a verdade em raz�o de condi��o de investigado e n�o de testemunha. E ele acabou de me comunicar que quer se retirar da sess�o, e a gente n�o pode fazer absolutamente nada”, afirmou o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI.

Na sequ�ncia, ao deixar a comiss�o, Witzel disse: “Agrade�o a oportunidade, senhor presidente, agrade�o as perguntas e tenho certeza que muito temos a contribuir futuramente. Muito obrigado”.

Com o habeas corpus, Witzel poderia n�o comparecer ou at� permanecer em sil�ncio quando considerasse oportuno na CPI. 

A decis�o frustrou os senadores, que tinham at� as 16h desta quarta-feira para tomar o depoimento do investigado.

Conforme informado durante o depoimento, uma nova oitiva, mas de forma reservada, ser� articulada para que Witzel aborde temas que correm em segredo de Justi�a.

Entenda

 
A presen�a de Witzel atendeu a requerimentos dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), membro titular.

O ex-governador foi retirado do cargo ap�s suspeitas de desvios nas verbas p�blicas destinada � sa�de – antes de sofrer impeachment, em abril deste ano, ele foi afastado do cargo em agosto de 2020.

Witzel foi a 18ª pessoa ouvida pela CPI. A comiss�o apura poss�veis a��es e omiss�es do governo federal no enfrentamento � pandemia do novo coronav�rus e repasses de verbas a estados e munic�pios.

Ela foi instalada em 27 de abril deste ano. Nesta quinta-feira (17), a expectativa � de que o empres�rio Carlos Wizard preste depoimento.

*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Kelen Cristina


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