No dia em que o Brasil pode atingir a marca de 500 mil mortos pela COVID-19, est�o previstas manifesta��es de rua contra o governo de Jair Bolsonaro neste s�bado (19) em capitais e centenas de cidades pelo Pa�s. Os atos d�o continuidade ao movimento que levou milhares �s ruas no �ltimo dia 29, e iniciou uma nova fase de mobiliza��o de movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de oposi��o. Com pr�-bolsonaristas saindo a p�blico para demonstrar apoio ao chefe do Executivo, organiza��es contr�rias a Bolsonaro optaram por retomar a cartilha de protestos de ruas, mesmo com a pandemia do novo coronav�rus.
Entre as bandeiras das manifesta��es est�o o pedido de impeachment de Bolsonaro, extens�o do aux�lio emergencial de R$ 600, vacina��o em massa contra a COVID-19 e cr�ticas � pol�tica ambiental da administra��o atual.
A aposta, embora pregue o "protesto seguro", divide a oposi��o ao presidente da Rep�blica. Nem todos os movimentos contra Bolsonaro embarcaram na ideia, que pode gerar grandes aglomera��es pelo Pa�s, na dire��o oposta do que orienta a ci�ncia no enfrentamento ao novo coronav�rus. Por outro lado, para este s�bado, o PT aderiu oficialmente �s manifesta��es, o que deve resultar em atos de car�ter mais partid�rio e pr�-Lula. O PSol tamb�m tem refor�ado nas redes o apelo pela ida �s ruas.
A deputada federal Vivi Reis (PSOL-PA) pediu, no Twitter, respeito aos protocolos sanit�rios contra a COVID-19 durante a manifesta��o. "E n�o esque�am da m�scara, �lcool em gel e de respeitar o distanciamento social", disse.
As manifesta��es devem atrair o dobro do n�mero de participantes registrado no �ltimo dia 29 de maio, quando 500 mil pessoas foram �s ruas para pedir o impeachment de Bolsonaro e mais vacinas contra a COVID-19. Esta � a estimativa de um dos organizadores do movimento, o consultor em Sa�de P�blica e Meio Ambiente Roberto Ferdinand, que � integrante da coordena��o nacional e internacional da Marcha Mundial do Clima.
"Talvez o medo do coronav�rus co�ba a ida das pessoas, mas � s� por causa disso, pois a grande maioria da sociedade j� est� contra Bolsonaro", disse Ferdinand. "Podemos chegar a 1 milh�o de pessoas, mesmo com o receio da COVID-19. Estamos orientando uso de m�scara triplo com filtro ou N95, distanciamento e que cada um leve seu �lcool gel individual".
Ferdinand afirma que a "Campanha Fora, Bolsonaro" vai mobilizar pessoas de pelo menos 320 cidades do Brasil, al�m de v�rios outros pontos no exterior. Tamb�m em Bras�lia, a expectativa � dobrar o n�mero do p�blico. No �ltimo protesto, mais de 2 mil carros e 30 mil pessoas compareceram aos atos contra Bolsonaro na capital federal. Agora pela manh�, os manifestantes v�o sair da Pra�a do Buriti, sede do governo local, aguardar uma concentra��o maior no Museu Nacional e depois seguir pela Esplanada dos Minist�rios. Mais ou menos 200 movimentos sociais integram o protesto, segundo Ferdinand, incluindo, al�m da Marcha Mundial do Clima, a Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Frente pela Vida, oito centrais sindicais e igrejas, tanto cat�lica quanto algumas denomina��es evang�licas.
"Vamos para a rua gritar 'Fora, Bolsonaro', 'Comida no Prato e Vacina no Bra�o', 'Tire o presidente, mas n�o tire a m�scara' e, muito importante, pelo fim da destrui��o ambiental e dos povos ind�genas", disse o consultor. "Assim como Bolsonaro faz na pandemia, com declara��es contra a m�scara, ele faz no meio ambiente. O discurso dele destr�i. N�o conseguiu mudar a lei, mas no discurso destr�i o meio ambiente, porque passa a ideia de que isso n�o � importante e incentiva desmatadores. Acusamos Bolsonaro de ser genocida e ecocida".
Assim como no �ltimo dia 29, protestos contra o presidente tamb�m est�o programados para ocorrer no exterior. Em Berlim, na Alemanha, dezenas de manifestantes j� se reuniram. Segundo informou a ag�ncia de not�cias Deutsche Welle em sua conta brasileira no Twitter, eles pediram mais vacinas e o impeachment de Bolsonaro, al�m de denunciarem a viol�ncia contra os povos ind�genas.
Durante o ato em Berlim, cruzes no ch�o lembraram os quase 500 mil mortos pela COVID-19 no Brasil. As v�timas do massacre do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, tamb�m foram lembradas.