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Estado de Minas SENADO

CPI: Luis Miranda diz que vai pedir pris�o de Dominguetti por mentir

Cabo da PM, que se apresenta como vendedor de vacina, mostrou � CPI, nesta quinta-feira (1�/7), um �udio do deputado afirmando que ele teria tentado negociar compra de imunizantes, mas depois voltou atr�s


01/07/2021 14:32 - atualizado 01/07/2021 14:37

O deputado Luis Miranda (DEM-DF)(foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
O deputado Luis Miranda (DEM-DF) (foto: Edilson Rodrigues/Ag�ncia Senado)
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse nesta quinta-feira (1º/7) que ir� pedir � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da COVID-19 a pris�o do cabo da Pol�cia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como vendedor de vacinas da empresa Davati Medical Supply.

Dominguetti conta ter atuado numa negocia��o com o Minist�rio da Sa�de de venda de 400 milh�es de doses de vacina da AstraZeneca. Ele foi convocado a depor nesta quinta ap�s ter relatado em entrevista � Folha de S.Paulo que recebeu um pedido de propina de US$ 1 por dose do ex-diretor do Departamento de Log�stica (DLOG) da pasta Roberto Dias, exonerado na ter�a-feira (29/6).

“Tem que se investigar quem plantou esse cidad�o na CPI. A hist�ria dele fica descredibilizada”, disse Miranda. A manifesta��o do deputado se deu pelo fato de Dominguetti ter dito em depoimento que Miranda tentava negociar compra de vacina junto a Cristiano Alberto Carvalho, que seria um representante da empresa Davati. O vendedor apresentou um �udio no qual o deputado fala de uma “carga” e de um comprador, mas n�o cita a vacina. Ap�s ser questionado pelos senadores, Dominguetti voltou atr�s, afirmando n�o saber exatamente se o �udio tratava-se de vacina.

Conforme Miranda, o �udio � do dia 15 de outubro do ano passado, e trata-se de uma negocia��o para fornecimento de luvas no mercado interno americano, intermediada por sua empresa. O �udio, segundo ele, n�o foi enviado para Cristiano, mas, sim, para uma terceira pessoa, chamada Rafael Alves. “A inten��o � clara: descredibilizar as testemunhas, as �nicas testemunhas que trouxeram evid�ncias de que existe, sim, corrup��o no Minist�rio da Sa�de”, afirmou.

Miranda frisou que existe uma “corrup��o desenfreada” dentro do DLOG. O deputado foi � CPI na semana passada, ao lado do seu irm�o Luis Ricardo Miranda, servidor do Minist�rio da Sa�de, e afirmou que levou ao presidente Jair Bolsonaro suspeitas do seu irm�o em rela��o � negocia��o da vacina Covaxin, do laborat�rio indiano Bharat Biotech, representada no Brasil pela Precisa Medicamentos.


"Cavalo de Troia"

Miranda disse que a inten��o de Dominguetti � “mentir para desviar o foco” e afirmou que, apesar de n�o saber de onde vem exatamente os ataques, j� haviam lhe avisado que “o gabinete do �dio estava preparando um cavalo de Troia” para tentar descredibiliz�-lo. O deputado disse que nunca negociou aquisi��o de vacina para o Minist�rio da Sa�de, e que ir� apresentar den�ncias que chegam a ele de empres�rios que relatam dificuldade ao tentar vender vacina ao Minist�rio da Sa�de.

“Pessoas que pagam e que funcion�rios dessas empresas sabem que � pago mensal�o dentro do Minist�rio da Sa�de. S�o acusa��es graves que n�o posso dar nome agora sem ter provas, sem saber qual banco sacou o dinheiro. Est� l�, dentro do DLOG, a maior corrup��o que o Brasil j� viu. � a segunda Lava-Jato. N�s vamos provar isso”, disse.
 

O que � uma CPI?

As comiss�es parlamentares de inqu�rito (CPIs) s�o instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relev�ncia ligado � vida econ�mica, social ou legal do pa�s, de um estado ou de um munic�pio. Embora tenham poderes de Justi�a e uma s�rie de prerrogativas, comit�s do tipo n�o podem estabelecer condena��es a pessoas.

Para ser instalado no Senado Federal, uma CPI precisa do aval de, ao menos, 27 senadores; um ter�o dos 81 parlamentares. Na C�mara dos Deputados, tamb�m � preciso aval de ao menos uma terceira parte dos componentes (171 deputados).

H� a possibilidade de criar comiss�es parlamentares mistas de inqu�rito (CPMIs), compostas por senadores e deputados. Nesses casos, � preciso obter assinaturas de um ter�o dos integrantes das duas casas legislativas que comp�em o Congresso Nacional.

O que a CPI da COVID investiga?


O presidente do colegiado � Omar Aziz (PSD-AM). O alagoano Renan Calheiros (MDB) � o relator. O prazo inicial de trabalho s�o 90 dias, podendo esse per�odo ser prorrogado por mais 90 dias.



Saiba como funciona uma CPI

Ap�s a coleta de assinaturas, o pedido de CPI � apresentado ao presidente da respectiva casa Legislativa. O grupo � oficialmente criado ap�s a leitura em sess�o plen�ria do requerimento que justifica a abertura de inqu�rito. Os integrantes da comiss�o s�o definidos levando em considera��o a proporcionalidade partid�ria — as legendas ou blocos parlamentares com mais representantes arrebatam mais assentos. As lideran�as de cada agremia��o s�o respons�veis por indicar os componentes.

Na primeira reuni�o do colegiado, os componentes elegem presidente e vice. Cabe ao presidente a tarefa de escolher o relator da CPI. O ocupante do posto � respons�vel por conduzir as investiga��es e apresentar o cronograma de trabalho. Ele precisa escrever o relat�rio final do inqu�rito, contendo as conclus�es obtidas ao longo dos trabalhos. 

Em determinados casos, o texto pode ter recomenda��es para evitar que as ilicitudes apuradas n�o voltem a ocorrer, como projetos de lei. O documento deve ser encaminhado a �rg�os como o Minist�rio P�blico e a Advocacia-Geral da Uni�o (AGE), na esfera federal.

Conforme as investiga��es avan�am, o relator come�a a aprimorar a linha de investiga��o a ser seguida. No Congresso, sub-relatores podem ser designados para agilizar o processo.

As CPIs precisam terminar em prazo pr�-fixado, embora possam ser prorrogadas por mais um per�odo, se houver aval de parte dos parlamentares

O que a CPI pode fazer?

  • chamar testemunhas para oitivas, com o compromisso de dizer a verdade
  • convocar suspeitos para prestar depoimentos (h� direito ao sil�ncio)
  • executar pris�es em caso de flagrante
  • solicitar documentos e informa��es a �rg�os ligados � administra��o p�blica
  • convocar autoridades, como ministros de Estado — ou secret�rios, no caso de CPIs estaduais — para depor
  • ir a qualquer ponto do pa�s — ou do estado, no caso de CPIs criadas por assembleias legislativas — para audi�ncias e dilig�ncias
  • quebrar sigilos fiscais, banc�rios e de dados se houver fundamenta��o
  • solicitar a colabora��o de servidores de outros poderes
  • elaborar relat�rio final contendo conclus�es obtidas pela investiga��o e recomenda��es para evitar novas ocorr�ncias como a apurada
  • pedir buscas e apreens�es (exceto a domic�lios)
  • solicitar o indiciamento de envolvidos nos casos apurados

O que a CPI n�o pode fazer?

Embora tenham poderes de Justi�a, as CPIs n�o podem:

  • julgar ou punir investigados
  • autorizar grampos telef�nicos
  • solicitar pris�es preventivas ou outras medidas cautelares
  • declarar a indisponibilidade de bens
  • autorizar buscas e apreens�es em domic�lios
  • impedir que advogados de depoentes compare�am �s oitivas e acessem
  • documentos relativos � CPI
  • determinar a apreens�o de passaportes

A hist�ria das CPIs no Brasil

A primeira Constitui��o Federal a prever a possibilidade de CPI foi editada em 1934, mas dava tal prerrogativa apenas � C�mara dos Deputados. Treze anos depois, o Senado tamb�m passou a poder instaurar investiga��es. Em 1967, as CPMIs passaram a ser previstas.

Segundo a C�mara dos Deputados, a primeira CPI instalada pelo Legislativo federal brasileiro come�ou a funcionar em 1935, para investigar as condi��es de vida dos trabalhadores do campo e das cidades. No Senado, comit� similar foi criado em 1952, quando a preocupa��o era a situa��o da ind�stria de com�rcio e cimento.

As CPIs ganharam estofo e passaram a ser recorrentes a partir de 1988, quando nova Constitui��o foi redigida. O texto m�ximo da na��o passou a atribuir poderes de Justi�a a grupos investigativos formados por parlamentares.

CPIs famosas no Brasil

1975: CPI do Mobral (Senado) - investigar a atua��o do sistema de alfabetiza��o adotado pelo governo militar

1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor

1993: CPI dos An�es do Or�amento (C�mara) - apurou desvios do Or�amento da Uni�o

2000: CPIs do Futebol - (Senado e C�mara, separadamente) - rela��es entre CBF, clubes e patrocinadores

2001: CPI do Pre�o do Leite (Assembleia de MG e outros Legislativos estaduais, separadamente) - apurar os valores cobrados pelo produto e as diretrizes para a formula��o dos valores

2005: CPMI dos Correios - investigar den�ncias de corrup��o na empresa estatal

2005: CPMI do Mensal�o - apurar poss�veis vantagens recebidas por parlamentares para votar a favor de projetos do governo

2006: CPI dos Bingos (C�mara) - apurar o uso de casas de jogo do bicho para crimes como lavagem de dinheiro

2006: CPI dos Sanguessugas (C�mara) - apurou poss�vel desvio de verbas destinadas � Sa�de

2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar poss�vel corrup��o na estatal de petr�leo

2015: Nova CPI do Futebol (Senado) - Investigar a CBF e o comit� organizador da Copa do Mundo de 2014

2019: CPMI das Fake News - dissemina��o de not�cias falsas na disputa eleitoral de 2018

2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de MG) - apurar as responsabilidades pelo rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o
 


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