
“Eu questionei se o senhor sa�sse do seu estado, Minas Gerais, o senhor teria que comunicar a pol�cia. O senhor disse que n�o. Mas eu questionei a Pol�cia Militar e eles afirmaram que sim. O senhor precisa dizer, algo que provavelmente o senhor n�o fez, quando estava em Bras�lia”, disse Do Val.
Em seguida, o senador afirmou que o policial “n�o cumpriu com a verdade” quando questionado sobre o assunto.
Ap�s repercuss�o da den�ncia de suposto esquema de propina na compra de vacina, a Pol�cia Militar de Minas Gerais confirmou que Luiz Paulo Dominguetti Pereira � integrante da for�a no estado e atualmente est� lotado no batalh�o da cidade de Alfenas, no Sul de Minas.
Depois que o nome do policial se tornou alvo da CPI, a PM de Minas instaurou relat�rio de investiga��o preliminar para apurar se a conduta dele fere o C�digo de �tica e Disciplina da corpora��o.
Depois que o nome do policial se tornou alvo da CPI, a PM de Minas instaurou relat�rio de investiga��o preliminar para apurar se a conduta dele fere o C�digo de �tica e Disciplina da corpora��o.
Questionamentos
Segundo Do Val, ele tem muitos “amigos e irm�os” na Pol�cia Militar de Minas Gerais, que, de acordo com ele, “� uma pol�cia muito respeitada no Brasil”.
“Em v�rios aspectos, tenho certeza, que quando voc� escutou o pedido de propina, v�rios amigos seus de farda n�o te questionaram porque voc� n�o deu voz de pris�o”, pontuou. “Isso porque voc� tinha um general ao seu lado.”
“Em v�rios aspectos, tenho certeza, que quando voc� escutou o pedido de propina, v�rios amigos seus de farda n�o te questionaram porque voc� n�o deu voz de pris�o”, pontuou. “Isso porque voc� tinha um general ao seu lado.”
De acordo com o senador, o policial podia ter pedido ajuda a um superior. Assim, segundo ele, Dominguetti “honraria a Policia Militar de Minas Gerais”.
“Querendo ou n�o, o senhor est� envergonhando a institui��o”, disse.
“Querendo ou n�o, o senhor est� envergonhando a institui��o”, disse.
VOC� VIU?
— Estado de Minas (@em_com) July 1, 2021
Marcos do Val sobre Dominguetti: 'PM de Minas vai tomar provid�ncias'
Saiba mais: https://t.co/3HLN6avIeX pic.twitter.com/kuseq7e8ba
Ainda segundo a PM, no ano passado, Dominguetti trabalhou no gabinete militar do governo do estado, mas foi afastado da fun��o por n�o corresponder ao perfil necess�rio de atua��o no �rg�o.
O dia da CPI
O policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira dep�e nesta quinta-feira (1º/7) � CPI da COVID, instalada pelo Senado. O militar afirma ser representante da Davati Medical Supply, e alega ter recebido um pedido de propina por parte de pessoas ligadas ao governo federal para venda da vacina contra a COVID-19 produzida pela AstraZeneca.
A den�ncia partiu de uma reportagem publicada na �ltima ter�a-feira (29/6) pela Folha de S. Paulo. O militar disse que a propina requisitada seria de um d�lar por dose de imunizante negociada. O pedido teria partido de Roberto Ferreira Dias, que foi exonerado do cargo de diretor de Log�stica do Minist�rio da Sa�de nessa quarta-feira (30/6).
A presen�a do policial no Senado atende a requerimentos assinados pelos Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Humberto Costa (PT-PE). A comiss�o apura poss�veis a��es e omiss�es do governo federal no enfrentamento � pandemia do coronav�rus e repasses de verbas a estados e munic�pios. Ela foi instalada em 27 de abril deste ano.
O que � uma CPI?
As comiss�es parlamentares de inqu�rito (CPIs) s�o instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relev�ncia ligado � vida econ�mica, social ou legal do pa�s, de um estado ou de um munic�pio. Embora tenham poderes de Justi�a e uma s�rie de prerrogativas, comit�s do tipo n�o podem estabelecer condena��es a pessoas.
Para ser instalado no Senado Federal, uma CPI precisa do aval de, ao menos, 27 senadores; um ter�o dos 81 parlamentares. Na C�mara dos Deputados, tamb�m � preciso aval de ao menos uma terceira parte dos componentes (171 deputados).
H� a possibilidade de criar comiss�es parlamentares mistas de inqu�rito (CPMIs), compostas por senadores e deputados. Nesses casos, � preciso obter assinaturas de um ter�o dos integrantes das duas casas legislativas que comp�em o Congresso Nacional.
O que a CPI da COVID investiga?
Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, ap�s determina��o do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar poss�veis falhas e omiss�es na atua��o do governo federal no combate � pandemia do novo coronav�rus. O repasse de recursos a estados e munic�pios tamb�m foi inclu�do na CPI e est� na mira dos parlamentares.
O presidente do colegiado � Omar Aziz (PSD-AM). O alagoano Renan Calheiros (MDB) � o relator. O prazo inicial de trabalho s�o 90 dias, podendo esse per�odo ser prorrogado por mais 90 dias.
Saiba como funciona uma CPI
Ap�s a coleta de assinaturas, o pedido de CPI � apresentado ao presidente da respectiva casa Legislativa. O grupo � oficialmente criado ap�s a leitura em sess�o plen�ria do requerimento que justifica a abertura de inqu�rito. Os integrantes da comiss�o s�o definidos levando em considera��o a proporcionalidade partid�ria — as legendas ou blocos parlamentares com mais representantes arrebatam mais assentos. As lideran�as de cada agremia��o s�o respons�veis por indicar os componentes.
Na primeira reuni�o do colegiado, os componentes elegem presidente e vice. Cabe ao presidente a tarefa de escolher o relator da CPI. O ocupante do posto � respons�vel por conduzir as investiga��es e apresentar o cronograma de trabalho. Ele precisa escrever o relat�rio final do inqu�rito, contendo as conclus�es obtidas ao longo dos trabalhos.
Em determinados casos, o texto pode ter recomenda��es para evitar que as ilicitudes apuradas n�o voltem a ocorrer, como projetos de lei. O documento deve ser encaminhado a �rg�os como o Minist�rio P�blico e a Advocacia-Geral da Uni�o (AGE), na esfera federal.
Conforme as investiga��es avan�am, o relator come�a a aprimorar a linha de investiga��o a ser seguida. No Congresso, sub-relatores podem ser designados para agilizar o processo.
As CPIs precisam terminar em prazo pr�-fixado, embora possam ser prorrogadas por mais um per�odo, se houver aval de parte dos parlamentares
O que a CPI pode fazer?
- chamar testemunhas para oitivas, com o compromisso de dizer a verdade
- convocar suspeitos para prestar depoimentos (h� direito ao sil�ncio)
- executar pris�es em caso de flagrante
- solicitar documentos e informa��es a �rg�os ligados � administra��o p�blica
- convocar autoridades, como ministros de Estado — ou secret�rios, no caso de CPIs estaduais — para depor
- ir a qualquer ponto do pa�s — ou do estado, no caso de CPIs criadas por assembleias legislativas — para audi�ncias e dilig�ncias
- quebrar sigilos fiscais, banc�rios e de dados se houver fundamenta��o
- solicitar a colabora��o de servidores de outros poderes
- elaborar relat�rio final contendo conclus�es obtidas pela investiga��o e recomenda��es para evitar novas ocorr�ncias como a apurada
- pedir buscas e apreens�es (exceto a domic�lios)
- solicitar o indiciamento de envolvidos nos casos apurados
O que a CPI n�o pode fazer?
Embora tenham poderes de Justi�a, as CPIs n�o podem:
- julgar ou punir investigados
- autorizar grampos telef�nicos
- solicitar pris�es preventivas ou outras medidas cautelares
- declarar a indisponibilidade de bens
- autorizar buscas e apreens�es em domic�lios
- impedir que advogados de depoentes compare�am �s oitivas e acessem
- documentos relativos � CPI
- determinar a apreens�o de passaportes

A hist�ria das CPIs no Brasil
A primeira Constitui��o Federal a prever a possibilidade de CPI foi editada em 1934, mas dava tal prerrogativa apenas � C�mara dos Deputados. Treze anos depois, o Senado tamb�m passou a poder instaurar investiga��es. Em 1967, as CPMIs passaram a ser previstas.
Segundo a C�mara dos Deputados, a primeira CPI instalada pelo Legislativo federal brasileiro come�ou a funcionar em 1935, para investigar as condi��es de vida dos trabalhadores do campo e das cidades. No Senado, comit� similar foi criado em 1952, quando a preocupa��o era a situa��o da ind�stria de com�rcio e cimento.
As CPIs ganharam estofo e passaram a ser recorrentes a partir de 1988, quando nova Constitui��o foi redigida. O texto m�ximo da na��o passou a atribuir poderes de Justi�a a grupos investigativos formados por parlamentares.
CPIs famosas no Brasil
1975: CPI do Mobral (Senado) - investigar a atua��o do sistema de alfabetiza��o adotado pelo governo militar
1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor
1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor
1993: CPI dos An�es do Or�amento (C�mara) - apurou desvios do Or�amento da Uni�o
2000: CPIs do Futebol - (Senado e C�mara, separadamente) - rela��es entre CBF, clubes e patrocinadores
2001: CPI do Pre�o do Leite (Assembleia de MG e outros Legislativos estaduais, separadamente) - apurar os valores cobrados pelo produto e as diretrizes para a formula��o dos valores
2005: CPMI dos Correios - investigar den�ncias de corrup��o na empresa estatal
2005: CPMI do Mensal�o - apurar poss�veis vantagens recebidas por parlamentares para votar a favor de projetos do governo
2006: CPI dos Bingos (C�mara) - apurar o uso de casas de jogo do bicho para crimes como lavagem de dinheiro
2006: CPI dos Sanguessugas (C�mara) - apurou poss�vel desvio de verbas destinadas � Sa�de
2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar poss�vel corrup��o na estatal de petr�leo
2015: Nova CPI do Futebol (Senado) - Investigar a CBF e o comit� organizador da Copa do Mundo de 2014
2019: CPMI das Fake News - dissemina��o de not�cias falsas na disputa eleitoral de 2018
2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de MG) - apurar as responsabilidades pelo rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o
* Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Thiago Ricci