
O presidente da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da COVID, senador Omar Aziz (PSD-AM), rebateu os ataques mais recentes que recebeu do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em entrevista ao Estado de Minas, Aziz ironizou a forma depreciativa que Bolsonaro se referiu � comiss�o parlamentar e atribuiu ao presidente a responsabilidade por milhares de mortes pelo coronav�rus no pa�s: "Tenho certeza que poderiam ter sido evitadas mais de 200 mil mortes se o senhor tivesse agido com sanidade. Coisa que o senhor n�o fez”, afirmou, dirigindo-se diretamente a Bolsonaro.
incluindo Omar Aziz, protocolaram uma carta no Pal�cio do Planalto solicitando resposta do presidente �s acusa��es feitas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF)
No in�cio de julho, durante a tradicional live de quinta-feira em suas redes sociais, Bolsonaro afirmou: "Caguei para a CPI, n�o vou responder mais nada". Isso porque os integrantes da CPI, sobre suspeitas de corrup��o na aquisi��o da vacina Covaxin.
O presidente da Rep�blica chamou os parlamentares de “patifes” e disse que n�o vai responder � carta. “Hoje fizeram uma festa, entregaram um documento l� embaixo. Vou responder a pergunta � CPI. Sabe qual � a minha resposta? Caguei. Caguei para a CPI. N�o vou responder nada. � uma CPI que n�o est� preocupada com a verdade”, disparou Bolsonaro.
“Que resposta posso ter para a CPI que n�o quer colaborar com nada, apenas desgastar o meu governo? Criar um caos. Quando, de vez em quando, tem uma certa reverbera��o, mexem na bolsa, faz aumentar o pre�o do petr�leo, aumenta o pre�o do combust�vel, pois o pre�o do petr�leo � atrelado ao pre�o do barril l� fora, o d�lar aqui dentro. N�o tenho paci�ncia para ouvir patifes”, concluiu o presidente.
Em entrevista ao Estado de Minas, Omar Aziz afirmou que Bolsonaro falou "outra mentira" ao usar uma palavra chula para comentar a sua rea��o � CPI. “Esse neg�cio de que ele dizia que ia defecar para a CPI foi outra mentira. Voc� sabe que ele teve que sair de Bras�lia para S�o Paulo para conseguir fazer isso. Outra mentira dele. At� no ato de defecar o presidente mente”, respondeu.
“A arma do Bolsonaro naquele cercadinho foi sempre atacar a CPI, atacar qualquer pessoa que se contrapunha a ele, mas o mais incr�vel � que ele conseguia cancelar uma pessoa na internet. Fez isso com jornalistas, com mulheres jornalistas principalmente, com meios de comunica��o. Tudo que ele falava, o pessoal gritava ‘mito, mito’. S� que agora, o neg�cio est� tr�s vezes mais embaixo”, disse.
Ele ainda mandou um recado ao presidente da Rep�blica, ressaltando todo trabalho que a comiss�o teve nessa primeira etapa dos trabalhos. “O que a CPI fez? Presidente, a CPI fez muito. Mostrou a realidade de como o senhor tratou esse desastre que teve aqui no Brasil, mais de 550 mil mortes. Tenho certeza que poderiam ter sido evitadas mais de 200 mil mortes se o senhor tivesse agido com sanidade. Coisa que o senhor n�o fez”, lembra.
Aziz continua: “Hoje, se existe a vacina��o e a corrida por vacina, foi porque a CPI fez com que ele se preocupasse. Porque at� ent�o o presidente chamava a vacina chinesa de “vachina”, falava que ‘quem quer comprar vacina compra l� com a m�e’, ‘a melhor imuniza��o � a minha, eu sou atleta’, ‘a melhor imuniza��o � voc� contrair o v�rus’. Crime sanit�rio, propagar medica��o como cloroquina, mostrando para a ema e ela correndo dele. Crime contra a vida”, ironiza.
O presidente da CPI ainda relembrou a contribui��o que o deputado Lu�s Miranda (DEM-DF) deu quando levou ao colegiado a informa��o de que havia repassado a Bolsonaro sobre irregularidades na compra da vacina indiana, a Covaxin. “Se isso foi pouca coisa, tem mais: a acusa��o grave que o deputado Lu�s Miranda fez quando levou a ele os documentos que mostravam que iria ser pago 45 milh�es de d�lares, num para�so fiscal, sem entregar nenhuma vacina. A CPI tamb�m n�o permitiu que dinheiro brasileiro fosse depositado em Singapura e a gente tivesse hoje esse tipo de problema que se tem, a falta de vacina”, pontua.
Por fim, Aziz classificou como "baixo n�vel" os ataques que t�m recebido do presidente Bolsonaro. “O presidente me detratar n�o tem problema nenhum, isso � problema dele. Eu vou reagir com alto n�vel, n�o vou baixar o n�vel pra ele como eu n�o baixo o n�vel para ningu�m. E eu n�o fa�o acusa��es levianas, n�o aponto o dedo para ningu�m. Sempre disse que n�s n�o estamos investigando pessoas, estamos investigando fatos e se esses fatos chegarem a qualquer pessoa, seja branco, negro, seja ateu, cat�lico, crente, evang�lico, seja civil, seja militar, o nome dessas pessoas estar�o no relat�rio final”, conclui.
A CPI da COVID teve os depoimentos interrompidos durante o recesso parlamentar, apesar de ter continuado com os trabalhos nos bastidores. Ap�s duas semanas, as oitivas ser�o retomadas nesta ter�a-feira (3/8). Confira a agenda da semana:
- 3 de agosto: reverendo Amilton Gomes de Paula, que teria sido autorizado pelo governo a negociar 400 milh�es de doses da Astrazeneca com a Davati;
- 4 de agosto: Francisco Maximiano, s�cio da Precisa Medicamentos;
- 5 de agosto: T�lio Silveira, advogado e representante da Precisa Medicamentos.
Os depoimentos devem manter o foco na atua��o da Precisa Medicamentos e da Davati Medical Supply, que atuariam como intermedi�rias para contratos da Covaxin e da Astrazeneca.