Centenas de empres�rios, economistas, diplomatas e representantes da sociedade civil divulgaram um manifesto em defesa do sistema eleitoral brasileiro, destacando que "o princ�pio-chave de uma democracia saud�vel � a realiza��o de elei��es e a aceita��o de seus resultados por todos os envolvidos".
O comunicado, que � publicado na edi��o desta quinta-feira, 5, do Estad�o, n�o cita o presidente Jair Bolsonaro, mas � categ�rico ao dizer que o Pa�s "ter� elei��es e seus resultados ser�o respeitados" e ao afirmar que "a sociedade brasileira � garantidora da Constitui��o e n�o aceitar� aventuras autorit�rias".
O manifesto foi divulgado no mesmo dia em que Bolsonaro passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inqu�rito das fake news. A decis�o do ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte vai apurar a poss�vel pr�tica de 11 crimes pelo presidente.
Entre os signat�rios est�o nomes de peso do mundo empresarial e financeiro, como Frederico e Luiza Trajano, do Magazine Luiza, Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal, do Banco Ita� Unibanco, Carlos Jereissati, do Iguatemi, Pedro Passos e Guilherme Leal, da Natura, e Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde. Tamb�m assinam economistas como Arm�nio Fraga, Pedro Malan, Ilan Goldfajn, Persio Arida, Andr� Lara Resende, Alexandre Schwartsman e Maria Cristina Pinotti.
O manifesto nasceu de alguns associados do Centro de Debates de Pol�ticas P�blicas (CDPP) e se espalhou para outros grupos de discuss�o de empres�rios, economistas e advogados. "J� na hora que ele come�ou a ades�o foi enorme", afirmou o economista Affonso Celso Pastore, do CDPP. "A sociedade civil precisa se manifestar como na �poca da campanha pelas elei��es diretas. Bolsonaro j� entrou em todos os �rg�os de controle, como a Pol�cia Federal e o Minist�rio P�blico Federal, e a luta dele agora � controlar o Judici�rio. � imprescind�vel a uni�o de todos em defesa da democracia", afirmou Maria Cristina.
O texto foi elaborado na ter�a-feira, 3, e passou a circular entre grupos de empres�rios, economistas e grupos que representam a sociedade civil. Ele traz a assinatura de pol�ticos, como o presidente do Cidadania, Roberto Freire, e de dirigentes de entidades da sociedade civil, como Priscila Cruz, do Todos pela Educa��o. Lideran�as religiosas tamb�m subscrevem o documento. L� est�o o cardeal-arcebispo de S�o Paulo, d. Odilo Scherer, e o rabino Michel Schlesinger.
"Acho espetacular a sociedade civil se mobilizar na defesa da democracia. Entendo que 70% da sociedade quer o Brasil democr�tico, onde vigoram o estado de direito e as liberdades. Nada mais importante para a democracia do que elei��es limpas, que s�o garantidas pela voto eletr�nico, que vigora h� 25 anos no Pa�s sem not�cia de fraude", disse o cientista pol�tico Luiz Felipe d'Avila.
O manifesto tem tr�s par�grafos. Nele os signat�rios afirmam sua preocupa��o com a pandemia, as mortes e a perda de empregos. Dizem que as transforma��es da sociedade e a recupera��o do Pa�s s� ser�o poss�veis pela via democr�tica. E afirmam confiar no sistema atual de voto.
"O Brasil enfrenta uma crise sanit�ria, social e econ�mica de grandes propor��es. Milhares de brasileiros perderam suas vidas para a pandemia e milh�es perderam seus empregos. Apesar do momento dif�cil, acreditamos no Brasil. Nossos mais de 200 milh�es de habitantes t�m sonhos, aspira��es e capacidades para transformar nossa sociedade e construir um futuro mais pr�spero e justo. Esse futuro s� ser� poss�vel com base na estabilidade democr�tica", diz o texto.
Leia a �ntegra do manifesto
"O Brasil enfrenta uma crise sanit�ria, social e econ�mica de grandes propor��es. Milhares de brasileiros perderam suas vidas para a pandemia e milh�es perderam seus empregos.
Apesar do momento dif�cil, acreditamos no Brasil. Nossos mais de 200 milh�es de habitantes t�m sonhos, aspira��es e capacidades para transformar nossa sociedade e construir um futuro mais pr�spero e justo.
Esse futuro s� ser� poss�vel com base na estabilidade democr�tica. O princ�pio chave de uma democracia saud�vel � a realiza��o de elei��es e a aceita��o de seus resultados por todos os envolvidos. A Justi�a Eleitoral brasileira � uma das mais modernas e respeitadas do mundo. Confiamos nela e no atual sistema de vota��o eletr�nico. A sociedade brasileira � garantidora da Constitui��o e n�o aceitar� aventuras autorit�rias.
O Brasil ter� elei��es e seus resultados ser�o respeitados."