Em meio �s amea�as sobre a realiza��o das elei��es no ano que vem, enfatizadas nos �ltimos meses pelo chefe do Executivo, Bolsonaro disse na entrevista que n�o pretende "melar" o pleito. "A chance de um golpe � zero", afirmou, apesar de ter dito v�rias vezes que "s� Deus" o tiraria da Presid�ncia.
O presidente afirmou que espera a melhora da economia e recha�ou a possibilidade de demiss�o do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ao comentar os boatos sobre uma eventual troca no comando da pasta, ele foi enf�tico: "Vou colocar quem l�?" Para Bolsonaro, se ele fosse substituir o ministro, seria por algu�m "da linha contr�ria � dele", ou seria trocar seis por meia d�zia, destacou. "Ele iria come�ar a gastar, e a infla��o j� est� na casa dos 9%, o d�lar em R$ 5,30. Na economia voc� tem que ter responsabilidade, o que se pode gastar, respeitando o teto de gastos. Se n�o fosse a pandemia, estar�amos voando na economia" afirmou.
De acordo com o presidente, ele foi advertido por Guedes sobre como o per�odo eleitoral estimula quem est� no poder a gastar mais com medidas populistas na tentativa de garantir a reelei��o. Com rela��o a isso, Bolsonaro afirmou que esse � um movimento "natural do ser humano" e declarou que as medidas do governo n�o ultrapassaram o teto de gastos. "N�o fizemos nada de errado no tocante a isso a�".
Outro ponto abordado por ele na entrevista foi sobre as manifesta��es do dia 7 de setembro, o recuo e a tentativa de apaziguamento da rela��o com o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Bolsonaro afirmou que seus apoiadores esperavam que ele fosse "chutar o pau da barraca". "Queriam que eu fizesse algo fora das quatro linhas. E n�s temos instrumentos dentro das quatro linhas para conduzir o Brasil", disse.
O presidente negou ter convocado a manifesta��o e disse que apenas 15 dias antes do movimento ele come�ou a declarar que estaria na Esplanada e em S�o Paulo para participar dos atos. "Mas, em S�o Paulo, quando eu falei em negociar, eu senti um bafo na cara. Extrapolei em algumas coisas que falei, mas tudo bem."
Prestes a completar mil dias na cadeira do Executivo, Bolsonaro persiste em negar casos de corrup��o. Forte cr�tico dos trabalhos da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid, que investiga a atua��o do governo federal no combate � covid-19, o presidente disse que "tem gente que n�o pensa no seu Pa�s" e, ao inv�s de "mostrar seu valor, quer caluniar o pr�ximo".
Pandemia
O presidente voltou a defender o uso de medicamentos sem efic�cia comprovada para o combate � covid-19. "Continuo defendendo a cloroquina. Eu mesmo tomei quando fui infectado e fiquei bom" afirmou. Em sua defesa, "o militar na Amaz�nia usa sem recomenda��o m�dica. Ele vai para qualquer miss�o e coloca a caixinha no bolso. O civil tamb�m. Voc� nunca ouviu falar que na regi�o Amaz�nica morre gente combatendo a mal�ria por causa da hidroxicloroquina. Criou-se um tabu em cima disso".
Mesmo com as den�ncias sobre a atua��o do governo no enfrentamento da pandemia, Bolsonaro mant�m a postura de que n�o cometeu erros e destacou que faria tudo de novo.
A entrevista ocorreu na quinta-feira (23) de maneira presencial, no Pal�cio da Alvorada, e durou cerca de duas horas. Apesar do contato com a equipe de reportagem, Bolsonaro cumpre isolamento sanit�rio de 14 dias por comparecer � abertura da Assembleia-Geral da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) junto com o ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, que testou positivo para a covid. No entanto, segundo o ve�culo, foram tomados "todos os cuidados necess�rios para realizar a entrevista - uso de m�scara, �lcool em gel e distanciamento".