O evento acontece em Betim, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), no audit�rio da prefeitura, e faz parte das discuss�es do Setembro Amarelo, campanha que tem como objetivo a preven��o ao suic�dio e � automutila��o. A ministra foi convidada para falar sobre as a��es do Poder Executivo em rela��o ao tema.
Damares contou com detalhes sobre os abusos que sofreu desde os seis anos por um pastor, que morava de favor na casa do pai dela. Ela ainda compartilhou o sofrimento mental que a levou, aos 10 anos, tentar suic�dio. “N�o � mimimi, as crian�as n�o est�o com frescura e n�o est�o querendo aparecer”, pontuou a ministra.
“Eu fui barbaramente estuprada. Eu subi em um p� de goiaba, com um veneno na m�o para morrer. Era o meu lugar de choro, de sofrimento. Naquele momento, quando eu estava com um saquinho de veneno na m�o, a minha f� me salvou”, contou Damares, que pontuou que a viol�ncia sexual contra crian�a n�o termina no ato.
“N�o existe rem�dio que apague mem�ria. Eu aprendi a lidar com a minha dor e desde os 14 anos estou na milit�ncia em defesa das crian�as no Brasil. Precisamos ampliar o olhar para as pessoas que est�o em sofrimento. Eu tinha dor no corpo, na alma e ningu�m percebia”.
Devido ao estupro recorrente, Damares teve problemas de sa�de que deixou sequelas. “Eu paguei muito caro pelos abusos. Eu n�o consegui gerar uma crian�a. Uma mulher que lutou tanto a vida inteira pelas crian�as, eu sou ministra das crian�as e n�o tive a honra, a gra�a, de gerar uma crian�a por causa de um abusador. Eu perdi a capacidade de engravidar”.
Sobre a import�ncia do acompanhamento aos que sofrem, ela pontuou: “Para n�s, todos os meses s�o amarelos, todos os dias s�o amarelos. A nossa pauta � para a valoriza��o da vida. As pessoas que se suicidam n�o querem morrer, elas querem aliviar a dor. Elas est�o passando por um processo de sa�de mental”.
A��es governamentais
A ministra Damares levantou dados sobre o suic�dio no Brasil e apontou uma pesquisa de 2018 que diz que 20% dos adolescentes brasileiros est�o se auto-mutilando, cerca de 14 milh�es de jovens.
“At� 2019, n�s n�o t�nhamos no Brasil a notifica��o da automutila��o. N�s t�nhamos a notifica��o compuls�ria do suic�dio. Desde 2019, n�s temos uma Lei Federal (Lei Vov� Rose, Lei 13.819) que torna obrigat�rio a notifica��o do suic�dio, a tentativa do suic�dio e a automutila��o. N�o � s� o servi�o de sa�de obrigado a notificar, a escola tamb�m passa a ser obriga a notificar aos �rg�os respons�veis”, disse Damares.
“Essa lei cria no Brasil a pol�tica de preven��o do suic�dio e da automutila��o. E muita coisa n�s estamos fazendo para prevenir. Por exemplo, estamos treinando os agentes do Samu para atuar, em casos de tentativa de suic�dio e quando as pessoas pedirem socorro. Professores tamb�m est�o sendo treinados. N�s queremos treinar e capacitar, tamb�m, os l�deres religiosos”.
Os cursos de capacita��o citados s�o online e gratuitos e se encontram no
site do Minist�rio da Sa�de
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Segundo a ministra, o governo liberou mais de R$ 600 milh�es para rem�dios da �rea da sa�de mental. “N�s estamos ampliando o fortalecimento dos centros de atendimentos em todo o Brasil. O suic�dio j� � entre os jovens e adolescentes no Brasil a segunda maior causa de morte. N�o d� mais para fechar os olhos. Que essa discuss�o n�o seja s� em setembro que seja todos os dias”, finalizou Damares.
Outros palestrantes do dia
Ainda nesta tarde, o deputado federal Lucas Gonzales ,que � presidente da Frente Parlamentar de Preven��o ao Suic�dio e Automutila��o, palestrou sobre “Pequenas a��es podem salvar vidas – a import�ncia do trabalho conjunto do poder p�blico e sociedade civil”. Al�m dele, o secret�rio de Desenvolvimento Social de Ibirit�, pastor Elias Silva, falou sobre “Rede de Prote��o �s crian�as e adolescentes”.