Agora, h� quem queira entender se a estatal firmou o acordo para preparar os funcion�rios que t�m dado depoimentos aos parlamentares para tratar de poss�veis irregularidades na gest�o da companhia.
O contrato com a Giusti tem dura��o de seis meses. Assinado em 23 de setembro deste ano, o acordo consta na edi��o do �ltimo s�bado (1/10) do Di�rio Oficial do estado. Segundo o documento, conferido pelo Estado de Minas, a consultoria foi chamada para "servi�os de assessoria especializada em comunica��o corporativa e preven��o/gest�o de crise".
A justificativa, por�m, n�o satisfez o vice-presidente e subrelator da CPI, Professor Cleiton (PSB). Ele pretende propor aos colegas a convoca��o do dono da Giusti para depor aos deputados.
"Esse acordo trouxe a suspeita dos deputados de que houve a contrata��o de uma empresa de media training para preparar os depoentes que est�o indo � CPI", diz ele.
Durante as sess�es, Cleiton tem questionado alguns depoentes sobre o contato com profissionais que d�o treinamentos para entrevistas e outros tipos de falas em p�blico.
Em agosto, ainda antes do trato com a Giusti e quando a CPI dava os primeiros passos, R�mulo Provetti, gerente de Provimento e Desenvolvimento Pessoal da Cemig, foi perguntado sobre a hipot�tica utiliza��o de media training. "N�o posso falar isso", respondeu ele.
Procurada pela reportagem, a Cemig negou que a Giusti tenha sido contratada para preparar os depoentes. Segundo a empresa, a empresa atua no "assessoramento de gest�o de imagem". Al�m da CPI, investiga��es do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) sobre ilicitudes no setor de compras e suprimentos da empresa motivaram o acordo. A crise h�drica vivida pelo pa�s tamb�m influenciou na contrata��o.
A Giusti tamb�m refutou a hip�tese de fornecer servi�os de media training.
Leia os posicionamentos das empresas ao fim deste texto.
Entenda a CPI
Desde o in�cio do governo de Romeu Zema (Novo), a Cemig est� no centro da apura��o dos deputados. Eles buscam entender uma s�rie de quest�es, como a assinatura de contratos sem licita��o e a venda de subsidi�rias da empresa. Uma suposta interfer�ncia do partido de Zema na Cemig tamb�m � investigada pelos parlamentares.
A CPI est� prevista para terminar em novembro mas, conforme apurou o EM, deputados pensam em estend�-la at� o fim do ano. Para isso, a maioria simples dos 77 parlamentares estaduais precisa estar de acordo. A avalia��o � que a comiss�o ainda trabalha em quest�es ligadas � fase inicial das atividades, examinando contratos firmados sem concorr�ncia.
Depois, vai ser discutida a contrata��o de empreiteiras terceirizadas. A j� citada venda das subsidi�rias comp�e a terceira etapa.
O que diz a Cemig sobre a contrata��o da Giusti:
A Cemig contratou a Giusti Comunica��o para o assessoramento de gest�o de imagem em fun��o da crise h�drica e das investiga��es no Minist�rio P�blico de Minas Gerais e na Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais.
O processo de comunica��o e a preven��o e gest�o de crises t�m como objetivo preservar a reputa��o dos neg�cios da Cemig e exigem um acompanhamento permanente, a sugest�o de a��es e a elabora��o de um Plano de Comunica��o para preservar a imagem da companhia.
O escopo do contrato prev� apenas a "presta��o de servi�os de assessoria especializada em comunica��o corporativa e preven��o/gest�o de crise", referindo-se a eventuais riscos de crise de imagem gerada pelos epis�dios citados. No escopo do contrato n�o est� incluso media training.
O que diz a Giusti sobre os servi�os feitos � Cemig:
A Giusti Comunica��o foi contratada pela Cemig Distribui��o S/A para o acompanhamento da gest�o da crise energ�tica, de crises de imagem e a elabora��o de um Plano de Comunica��o para seus enfrentamentos.
No escopo do contrato n�o h� qualquer previs�o de trabalho de media training, somente a presta��o de "servi�os de assessoria especializada em comunica��o corporativa e preven��o/gest�o de crise".