
Na confer�ncia em 2019, o Brasil, representado pelo ent�o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, ficou marcado como um dos pa�ses que se opuseram a metas mais ambiciosas e foi visto, por membros da sociedade civil, at� como um dos vil�es da COP-25. Agora, diante de um planeta cada vez mais quente, tanto o Brasil como outras na��es precisam agir e s�o cobrados pelas a��es adiadas contra o aquecimento global, que ficaram para 2020.
Desde ent�o, o pa�s trocou de ministro do Meio Ambiente e agora, comandado por Joaquim Leite, tem o desafio de levar � COP-26 a��es concretas para enfrentar um novo teste de rela��es internacionais. O novo ministro promete que o pa�s ter� “posi��o de destaque” e “trabalhar� para promover o crescimento verde”. Entre os preparativos est�o reuni�es com diversos embaixadores para promover o que Leite chama de “Brasil real”. “Ser� uma grande oportunidade para mostrarmos o Brasil real, que � o Brasil que cuida de suas florestas ao mesmo tempo em que promove o emprego verde”, defendeu.
No entanto, a realidade ambiental do pa�s, que sofre com recordes de queimadas e desmatamento, e as pol�ticas p�blicas n�o d�o sustenta��o ao discurso da comitiva brasileira que ir� a Glasgow. Para reverter, � preciso a��es pr�ticas e metas contundentes. Para o diretor do Instituto Escolhas, S�rgio Leit�o, se o Brasil quer ter chances de ser bem-sucedido na confer�ncia, ou “ele d� passos e demonstra��es concretas ou ele vai ficar apenas fazendo um papel feio de ficar dizendo que a culpa do que acontece no Brasil n�o � de quem desmata a floresta, e sim de quem nem sequer mora no pa�s”.
“O Brasil se comprometeu a ter uma redu��o de 43% nas emiss�es de carbono, de 2005 a 2030, por�m essa meta � considerada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudan�as Clim�ticas (IPCC) insuficiente para que o Brasil fa�a a diferen�a. Ou seja, al�m de n�o estarmos fazendo nada dentro daquilo que assumimos como compromisso, que seriam os 43% de redu��o, se quisermos, realmente, fazer a diferen�a, de acordo com o IPCC, o Brasil precisa aumentar sua meta para 50% de redu��o e faz�-lo em termos de redu��o absoluta, porque o Brasil tirou do documento que vai ser levado para a Esc�cia exatamente a previs�o de que essa redu��o se fa�a em car�ter absoluto”, finalizou Leit�o.
Para o diretor-executivo do Instituto Global Attitude, representante da sociedade civil na Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Mudan�as Clim�ticas de 2021, Rodrigo Reis, a postura do Brasil na COP-26 ser� ainda um teste no cen�rio diplom�tico. “A presen�a do Brasil na COP-26 n�o vai ser somente relacionada a clima. Eu acredito que ser�, de certa maneira, um teste de rela��es internacionais para ver como o Brasil vai se posicionar, neste momento, num palco multilateral”, concluiu.
(Com Gabriela Chabalgoity)
