“Em mem�ria a todas essas fam�lias e v�timas n�s precisamos dar uma resposta”, afirma o senador antes de ler o poema na sess�o desta ter�a-feira (26/10), em Bras�lia.
O poema ganhou popularidade internacional nos anos 1990, no filme ''Quatro casamentos e um funeral'', numa cena em que o personagem Matthew, interpretado pelo ator John Hannah, homenageia seu companheiro morto.
Desde ent�o, o poema tem sido citado como exemplo de manifesta��o p�blica de perda e luto. Est� lapidado no memorial do novo est�dio de futebol Heysel, em Bruxelas, onde 39 torcedores morreram durante confronto na final da Copa dos Campe�es da Europa, entre Liverpool e Juventus, em 1985. 'Funeral Blues' foi musicado pelo maestro e pianista brit�nico Benjamin Britten.
Nascido em 1907, em York, no Reino Unido, W. H. Auden foi a grande voz dos jovens intelectuais de esquerda dos anos 30. Segundo estudiosos, sua poesia � sempre perturbadora, seja quando aborda temas sociais e pol�ticos, seja quando fala de assuntos espirituais e de impulsos homossexuais reprimidos. O poeta morreu aos 66 anos, em Viena, na �ustria.
'Hist�ria ser� implac�vel'
O senador Fabiano Contarato usou seu tempo na comiss�o, ainda, para criticar as a��es do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao longo dos dezenove meses de pandemia. “A hist�ria ser� implac�vel quando analisar a personalidade do presidente da Rep�blica”, enfatiza.
“Hoje eu nao tenho duvida, esse presidente tem uma personalidade completamente voltada para o crime”, completa Contarato. Segundo o parlamentar, n�o fosse a CPI da COVID-19, o l�der do Executivo federal estaria at� hoje negando vacinas. “N�s ter�amos um n�mero muito maior de mortos”, lamenta.
Leia o poema completo, traduzido para o portugu�s:
Parem todos os rel�gios, desliguem o telefone,
Evitem o latido do c�o com um osso suculento,
Silenciem os pianos e com tambores lentos
Tragam o caix�o, deixem que o luto chore.
Deixem que os avi�es voem em c�rculos altos
Riscando no c�u a mensagem: Ele Est� Morto,
Ponham gravatas beges no pesco�o dos pombos brancos do ch�o,
Deixem que os pol�cias de tr�nsito usem luvas pretas de algod�o.
Ele era o meu Norte, o meu Sul, o meu Leste e Oeste,
A minha semana �til e o meu domingo inerte,
O meu meio-dia, a minha meia-noite, a minha can��o, a minha fala,
Achei que o amor fosse para sempre: Eu estava errado.
As estrelas n�o s�o necess�rias: retirem cada uma delas;
Empacotem a lua e fa�am o sol desmanchar;
Esvaziem o oceano e varram as florestas;
Pois nada no momento pode algum bem causar.
- W. H. Auden, in 'Another Time'
Veja o v�deo da fala do senador:
*Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente Vera Schmitz