
"N�o precisa de desmatamento para crescer economicamente", disse o governador ga�cho, ao ser questionado pelo diretor da Funda��o SOS Mata Atl�ntica, Mario Mantovani, sobre a��es poss�veis para tentar reverter o cen�rio atual de desmatamento.
No mesmo tema, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virg�lio questionou o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria, sobre sua posi��o a respeito da Zona Franca de Manaus. Virg�lio afirmou que � "descabido" advogar contra a manuten��o do polo industrial, que, segundo ele, contribui para a preserva��o da Floresta Amaz�nica.
Fundo ambiental
Doria disse n�o ser contra o polo e defendeu a cria��o de um "fundo ambiental" com a participa��o das empresas que est�o na Zona Franca. Para o governador paulista, isso demonstraria o esfor�o para manter a floresta preservada. "Sou a favor da forma��o de um fundo soberano composto por todas as empresas que est�o na Zona Franca de Manaus, um fundo verde, um fundo ambiental, para que fique claro para o Brasil e para o mundo que aquelas empresas contribuem efetivamente com investimento para manter a floresta e o trabalho de caboclos e ribeirinhos com a floresta de p�", declarou.
"Se n�s tiv�ssemos todos aqueles empregados na Zona Franca de Manaus demitidos, essas pessoas ficaria sem trabalho e provavelmente estariam vulner�veis para aqueles que preferem derrubar �rvores a preservar �rvores", continuou Doria. "Eu sou a favor da manuten��o de �rvores e do plantio de �rvores e tamb�m da manuten��o dos territ�rios ind�genas e dos territ�rios ribeirinhos no Amazonas."
O debate de ontem foi mediado pela colunista do Estad�o Eliane Cantanh�de. Doria, Leite e Virg�lio responderam a questionamentos feitos por jornalistas do Estad�o e da R�dio Eldorado e por convidados que enviaram perguntas. O evento foi transmitido pela TV Estad�o e em todas as plataformas do jornal.
Recorde
Virg�lio destacou a import�ncia da Amaz�nia. "Eu vim falar de Amaz�nia. Vim falar de n�s explicarmos ao mundo que o mundo depende da Amaz�nia. E explicar ao Brasil que a soberania nacional depende da Amaz�nia ser bem governada. Ela est� sendo destru�da", disse o ex-prefeito.
Dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), �rg�o do Minist�rio de Ci�ncia e Tecnologia, mostram que a �rea de alertas de desmatamento de outubro foi a maior para o m�s nos �ltimos sete anos.
Correndo por fora nas pr�vias tucanas, Virg�lio afirmou ainda que a Floresta Amaz�nica deve ser prioridade de qualquer governo. "Est� na hora de termos um presidente que seja da Amaz�nia, a regi�o mais relevante do mundo e que inclusive tem implica��es de seguran�a nacional", observou.
Sem citar nominalmente o presidente Jair Bolsonaro, Virg�lio declarou que o Pa�s "deixa a desejar" na pol�tica ambiental e pode enfrentar "consequ�ncias". "Eu vou representar essa regi�o para valer. Se chegarmos � Presid�ncia, estadistas do mundo inteiro v�o falar: agora sim o Brasil come�ou a falar s�rio da Amaz�nia, o que vai significar muito do ponto de vista da economia’."
‘Prioridade’
Ao citar as pol�ticas adotadas em S�o Paulo, Doria defendeu a desestatiza��o do Estado. Tamb�m refor�ou que � favor�vel � prote��o dos mais pobres e a pol�ticas consistentes na �rea da educa��o. O governador de S�o Paulo ressaltou que a reforma administrativa do Estado viabilizou a reabertura de escolas.
Ele tamb�m disse ter aberto creches e investido no ensino infantil, classificado por ele como a "base primordial" para o desenvolvimento. "No meu governo, a prioridade numero um, ao lado da gera��o de empregos, ser� a educa��o."
O governador de S�o Paulo lembrou que escolas de tempo integral cresceram em quantidade durante seu governo. "Em 16 anos dos meus antecessores, tivemos apenas 366 escolas de tempo integral. N�o os critiquei, ali�s, at� elogiei, mas achava que era pouco."
Virg�lio tamb�m mencionou a educa��o como caminho para a diminui��o da pobreza. Na avalia��o dele, os programas sociais n�o devem ser o fim, mas, sim, o meio para a emancipa��o dos mais pobres por meio da educa��o.
Ao responder a uma pergunta do padre J�lio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, sobre eventual institui��o da renda b�sica, o ex-prefeito de Manaus defendeu "tudo para os efetivamente mais pobres". Ainda segundo ele, "� poss�vel ser liberal e ser, ao mesmo tempo, sens�vel socialmente".
Poderes
Leite e Virg�lio defenderam o di�logo com o Congresso. Questionado sobre como seria sua rela��o com o Legislativo e se aceitaria se aliar aos partidos do Centr�o se fosse presidente, o governador do Rio Grande do Sul afirmou que a rela��o com o Parlamento deve se dar em torno de projetos.
"� dever sentar e conversar", disse Leite. "Eu j� pude mostrar, sendo prefeito e governador, a forma como eu ajo, respeitando o Parlamento que � escolhido pela popula��o. S�o os leg�timos representantes do povo brasileiro."
Na r�plica, Virg�lio, que foi senador, destacou sua experi�ncia no Legislativo e no Executivo. "Eu sei como fazer, porque eu vi fazer", afirmou, antes de dizer que n�o � "aprendiz".