
Aos 48 anos, Mendon�a era advogado-geral da Uni�o quando, em abril do ano passado, entrou de vez nos holofotes. � �poca, assumiu o Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica na vaga de Sergio Moro, ex-juiz da Lava-Jato, que deixou o governo atirando contra o presidente e falando em tentativa de interfer�ncia no trabalho da Pol�cia Federal (PF).
Mendon�a se tornou chefe da AGU em novembro de 2018, quando o presidente montava os escal�es de seu governo. Em mar�o deste ano, voltou ao posto, em meio a uma das reformas ministeriais promovidas por Bolsonaro.
Servidor de carreira da Advocacia-Geral, Andr� Mendon�a foi sugerido como substituto de Marco Aur�lio Mello no Supremo atendendo ao desejo de Bolsonaro de ter, na corte, um ministro "terrivelmente evang�lico". A indica��o foi feita em julho, mas posta em "banho maria" por quatro meses, at� o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), agendar a sabatina, primeiro passo do rito oficial de escolha de um magistrado do STF.
Para viabilizar a indica��o, o advogado visitou gabinetes de senadores. Al�m do aceno da bancada evang�lica do Senado, se fortaleceu ao receber apoios de lideran�as religiosas. No Senado, no entanto, Mendon�a fez discurso calcado no respeito � Constitui��o e na defesa do Estado laico. Ele prometeu, ainda, zelar por direitos como o casamento LGBTQIA .
"Na vida, a B�blia; no Supremo, a Constitui��o'', disse ele, ao resumir como pretende atuar no Tribunal.
Hist�rico
Andr� Mendon�a ganhou a simpatia de Bolsonaro, mas tem precisado lidar com pol�micas. Um tu�te dele em defesa da cantora gospel Ana Paula Valad�o, que teceu falas homof�bicas em dezembro do ano passado, � sempre muito lembrado por internautas. O caso chegou a ser alvo de questionamento de Rog�rio Carvalho (PT-SE) durante a sabatina.
"Respeito os homossexuais. Ali�s, respeito � um princ�pio crist�o! Contudo, isso n�o significa que o crist�o deva concordar ou n�o possa questionar o homossexualismo com base em suas convic��es religiosas. O pr�prio STF assim reconheceu. Os direitos �s liberdades de express�o e religiosa s�o inalien�veis!", escreveu Mendon�a, em dezembro passado, ao defender o fim do que chamou de "persegui��o" contra Valad�o.
No plen�rio do Senado, Mendon�a conseguiu 47 votos; houve 32 manifesta��es contr�rias.